terça-feira, 21 de abril de 2009

DIRIGENTE DO PT ATACA OS INTEGRANTES DO SEU GRUPO CONTRÁRIOS AO RETORNO DE DELÚBIO

De Rochinha sobre o retorno de Delúbio

"Primeiro, a minha avaliação política é de que ninguém tem autoridade para jogar a primeira pedra. Segundo, porque a “crise” não estava e não está relacionada, exclusivamente, a uma pessoa. Ela faz parte de decisões que podem ter caráter de responsabilidade individual, mas exigem de todos a responsabilidade das não discussões coletivas ocorridas no PT já há algum tempo. Não quero tratar disto nem com emoção nem com saudosismo, mas repilo veemente o comportamento de hipocrisia e, sobretudo, daqueles que cospem no prato em que comeram. Quero deixar claro que - não sei se será agora, pode ser, e se assim for - lutarei pela volta de Delúbio ao PT. " ...

Comentário do Blog

O dirigente nacional do PT, Francisco Rocha da Silva, mais conhecido como Rochinha, também coordenador da corrente interna do partido, Construindo um Novo Brasil (CNB), apresentou, no dia 25 de abril, um texto intitulado "Colocando alguns pingos no is", para debate interno na sua corrente. Nele tratava basicamente de três assuntos que, segundo o autor, são "diversos, mas interligados": o processo de eleições diretas do PT, a volta de Delúbio e as eleições de 2010.

Esse texto, que era para ser uma reflexão interna, como afirma o autor, vem circulando por várias listas como libelo de defesa do retorno de Delúbio, junto com tantos outros, e merece comentários, principalmente em relação ao trecho em epígrafe, que ataca aos petistas que direta ou indiretamente se beneficiaram da ação de Delúbio Soares como coordenador das finanças do partido e como arrecadador de fundos de campanhas majoritárias do PT. Aliás, pelo tom do texto, inclusive para a Presidência da República.

Com expressões fortes do tipo: "ninguém tem autoridade para jogar a primeira pedra" ou " mas repilo veemente o comportamento de hipocrisia e, sobretudo, daqueles que cospem no prato em que comeram.", se o texto é para o debate interno da CNB, conclui-se que Rochinha "chama as falas" integrantes da sua corrente indistintamente, para que tenham uma atitude de reconhecimento e gratidão em relação à Delúbio, inclusive àqueles de alto coturno, que através da imprensa e de interlocutores qualificados se posicionam contrários ao retorno do ex-tesoureiro e/ou comunicaram isso para a direção nacional do partido.

Pela origem e ligações que Rochinha mantém no interior do partido e que estão na origem de boa parte do prestígio que possui na CNB, a ponto de ser coordenador de uma corrente integrada pelo presidente da república, ministros, governadores, prefeitos e parlamentares, é encarada com surpresa a veemência e uma certa agressividade com que ele trata os seus pares que não querem ser gratos à Delúbio - afinal de contas, é como a coisa é tratada, cono uma questão interna da CNB, as repercussões para o conjunto do partido e para a sua imagem pública nõo entram nesse debate.

Essa reação do Rochinha e a dificuldade com que a CNB tem se deparado para escolher o seu candidato à presidência do PT apontam para uma profunda crise e disputa internas, que inevitavelmente resvalam para o partido. E coincidência ou não, um dos aspectos desta crise, é que dentre os mais ferozes defensores de Delúbio estão os que mais trabalham para que Gilberto Carvalho seja candidato - talvez e, até por isso, ele tenha recusado o convite.

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