terça-feira, 5 de abril de 2011

LANÇAMENTO DE LIVRO SOBRE A TROPICÁLIA, NESTA QUARTA-FEIRA, NA LIVRARIA SARAIVA


Lancamento do livro: Tropicália um caldeirao cultural.

quarta, 6 de abril, às 17H
Livraria Saraiva
Rua do Ouvido, n° 98 A - Centro - Rio de Janeiro

No ano de seu 43º aniversário, a Tropicália é brindada por essa obra que promete remexer com crenças e mitos sustentados até os dias de hoje. De autoria do pesquisador e músico Getúlio Mac Cord, o livro a ser lançado pelo selo UMA, da Editora Ferreira, traz mais de 40 entrevistas, somando mais de 50 horas de conversas, gravadas em mais de 55 viagens e quase 5 mil shows.

Segundo o autor, o Tropicalismo, embora tenha sempre sido associado à política, foi em sua essência um Movimento cultural a altura da Semana de 22 e do movimento antropofágico de Oswald de Andrade. “Havia sim uma insatisfação com a ditadura e os horrores dos militares na época. Mas a Tropicália ultrapassou essa questão. Foi além. Tratou de repensar a nossa cultura, uma reflexão cultural 40 anos depois da semana de 22”, afirma Mac Cord.

A capa do Livro é de Elifas Andreato, o prefácio de Tom Zé e a orelha de Jards Macalé. Ricardo Moraes, o produtor do lançamento, apresenta o autor


Alguns Depoimentos

“Houve um mal entendido.Até hoje eu e outros companheiros somos considerados malditos, não comerciais.
Eu não acho isso. Nossas canções podem fazer sucesso, basta ligar o rádio.
Há coisas boas, mas a grande maioria é uma porcaria”
Jards Macalé

“A classe média intelectualizada sempre foi como é hoje: elitista.
Ela classifica como brega ou como cafona as coisas que não interessam a ela.
Quando a classe C toma conta de uma linguagem, as classes A e B rejeitam. Rejeitam e inventam um nome para ridicularizar".
Rogério Duprat

“Eu gravo pouco porque determinadas pessoas das gravadoras até hoje acham que nós, os ditos malditos, não somos comerciais. Eu, Jorge Mautner, Luís Melodia e Sérgio Sampaio somos considerados malditos”, Jards Macalé

Outro que esboça uma visão peculiar é José Ramos Tinhorão. Para ele, as pessoas que se comprometeram com música, universo sonoro etc, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes e outros, eram pessoas muito voltadas para uma atualização que as inserisse dentro de um contexto da música comercial, sim, estrangeira, sim, mas de bom nível. “Eles, é claro, entrariam em choque, como entraram, com a chamada “ala nacionalista”, que eles acusavam de tradicionalista, de estar trabalhando em cima de coisas que não tinham futuro, que tudo não parava, que o mundo era uma aldeia”, diz. “Como eles se prendiam a uma coisa nova e estavam manejando um material que estava em moda na Europa e Estados Unidos, eles tiveram uma grande ajuda do poder econômico”, revela, acrescentando que, dessa forma, o Tropicalismo deve suas primeiras apresentações à ação de empresários, como Guilherme Araújo, e ao apoio de multinacionais, como a Rhodia e a Shell, que usou a imagem jovem dos Mutantes para vender seus produtos na campanha Algo Mais.

Ainda Tinhorão: “Há uma relação direta entre poder econômico e capacidade de impor produto cultural. Quem for fraco economicamente, não venha com universalização, que é um idiota e não vai universalizar coisa nenhuma. O mais grave é que, para tentar essa quimera da imposição de um produto cultural popular, os artistas começam a abdicar de peculiaridades brasileiras, na febre de atingir o chamado nível internacional.”

Já para Guilherme Araújo, a Tropicália foi além, tendo uma ligação direta com a história mundial da época. “Eu acho que essas coisas não podem ser criadas, inventadas numa mesa. Havia um momento propício à música popular no mundo inteiro”, afirma o empresário.

Mais informações: Contextual Comunicação
Alan Pereira / Carolina Queiroga
Tel: 21 2532-1575 / 9804-3299

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