Sintcon homenageia Assis Valente com Tania Malheiros - grátis
Sexta, 8 de abril · 18:30
Localização: Cine Virtual - locadora e espaço cultural
Rua da Lapa, 197- Centro-RJ
Nesta edição, o Consultoria Cultural trás Tania, lançando o seu CD "Deixa eu me benzer" e também cantando sucessos de Assis Valente.
Sobre Assis Valente
José de Assis Valente
19/3/1911 Bahia
10/3/1958 Rio de Janeiro, RJ
Biografia
Compositor.
Nasceu, segundo seu relato, em plena areia quente, no Caminho de Bom Jardim a Patioba, na Bahia, durante uma viagem de sua mãe. Teve uma infância conturbada, tendo sido roubado dos pais - José de Assis Valente e Maria Esteves Valente - e entregue depois a uma familia para ser criado. Trabalhava até ficar exausto durante a semana e, aos sábados, ia à tarde fazer feira com sua patroa. Vagou com um circo pelo interior, no qual, entre outras coisas, cantava: "Vejam só \ Vejam só \ A roupa que há cem anos, já usava minha avó \ Veio a vez \ veio a vez \ De cada roupa dessas se fazer duas e três". Em Salvador, trabalhou como farmacêutico, fez cursos de desenho no Liceu de Artes e Ofícios e profissionalizou-se como especialista em prótese dentária. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, em 1927 e empregou-se como protético. Após muita luta, conseguiu publicar alguns desenhos no Shimmy, Fon-Fon, etc.
No início dos anos 1930, começou a compor sambas. Em 1932, conheceu Heitor dos Prazeres, que muito o incentivou. Em princípios de 1941, casou-se com Nadili, com quem teve sua única filha, Nara Nadili nascida em 1942. Pouco depois o casal se separou.
A 13 de maio de 1941, no apogeu de sua carreira de compositor, o Rio de Janeiro foi sacudido com a notícia de que ele se tinha atirado do Corcovado e, milagrosamente preso a um galho de árvore, fora libertado por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Mas, embora salvo, moralmente prosseguiu em sua queda do abismo. Nunca mais foi o mesmo. Seu nome foi, aos poucos, sendo esquecido e, a partir de então, só esporadicamente voltava ao cartaz.
Anos depois da primeira tentativa, quando Elvira Pagã, com escândalo, cobrou-lhe uma dívida de Cr$ 4.000,00 (quatro mil cruzeiros), tentou novamente o suicídio, dessa vez com lâmina de barbear. Passou então a viver de seu laboratório de prótese dentária e esporadicamente de sua música. Mas, para pagar o laboratório, era geralmente obrigado a contrair novas dívidas. Ao contrário do que muitos pensavam, continuava a compor. Freqüentemente mostrava aos íntimos uma composição nova, de rara beleza. Compunha quase uma música por dia. Não conseguia, entretanto, gravá-las. No máximo, quando as dívidas apertavam, vendia um samba que depois, assinado por outros, fazia sucesso.
A 10 de março de 1958, desesperado com sua situação financeira, resolveu suicidar-se. Deixou a casa em que morava, na Rua Santo Amaro, 112, seguiu para o seu consultório na Cinelândia, onde permaneceu até cerca das l3h30 min. Às 15 h foi à Sbacem, sociedade arrecadadora de direitos autorais à qual estava filiado, para se informar de seus rendimentos. Estava tão nervoso que o tesoureiro da Sbacem, Joubert de Carvalho, deu-lhe um sedativo. Ás 16h30 min telefonou para seu laboratório dando instruções a seus empregados do que deveria ser feito após sua morte. Às 17h30 min telefonava para seu editor, Vicente Vitale, e para o embaixador Pascoal Carlos Magno comunicando-lhes que iria se matar. Vitale ainda tentou ligar para a Polícia: era tarde. Exatamente às 17h55 min, portanto, oito dias antes de seu 47º aniversário, em um banco da Praia do Russel, junto de um play-ground onde brincavam crianças, tomou formicida com guaraná. Vestia calça azul-marinho e blusão amarelo.
Em seus bolsos foram encontrados um par de óculos, uma carteira de identidade com o retrato rasgado, uma carta para a polícia e duas notas velhas de cinco cruzeiros. Na carta, entre outras coisas, esclarecia que morria por sua vontade, estando seriamente endividado, e fazia um apelo ao público para que comprasse seu novo disco "Lamento". Pedia ainda a Ary Barroso que pagasse o aluguel atrasado de duas residências.
E acrescentava: "Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos, e de tudo".
Dados Artísticos
Gravado em 1932, seu primeiro samba "Tem francesa no morro" tornou-se sucesso na voz de Aracy Cortes.
Por essa época, quando assistiu em um teatro da cidade Carmen Miranda cantar "Sorriso Falso", de Cícero Almeida, ficou fascinado. "Fiquei apaixonado por ela, não só como cantora, mas como mulher principalmente", confessou um dia. E fez tudo, então, para conhecê-la. Tornaram-se amigos, (...)
[Saiba Mais]
Obras
* A folia chegou
* A infelicidade me persegue
* A rosa e vento
* A saudade me viu
* A semana findou
* A vida é boa (c/ Herivelto Martins e Francisco Sena)
[Saiba Mais]
Discografia
* (1989) Assis Valente • FUNARTE • LP
* (1977) Assis Valente • Abril Cultural • 33/10 pol.
* (1970) Assis Valente • RCA/Abril Cultural • 33/10 pol.
[Saiba Mais]
Fonte Dicionário Cravo Albim de Música Popular Brasileira
Sexta, 8 de abril · 18:30
Localização: Cine Virtual - locadora e espaço cultural
Rua da Lapa, 197- Centro-RJ
Nesta edição, o Consultoria Cultural trás Tania, lançando o seu CD "Deixa eu me benzer" e também cantando sucessos de Assis Valente.
Sobre Assis Valente
José de Assis Valente
19/3/1911 Bahia
10/3/1958 Rio de Janeiro, RJ
Biografia
Compositor.
Nasceu, segundo seu relato, em plena areia quente, no Caminho de Bom Jardim a Patioba, na Bahia, durante uma viagem de sua mãe. Teve uma infância conturbada, tendo sido roubado dos pais - José de Assis Valente e Maria Esteves Valente - e entregue depois a uma familia para ser criado. Trabalhava até ficar exausto durante a semana e, aos sábados, ia à tarde fazer feira com sua patroa. Vagou com um circo pelo interior, no qual, entre outras coisas, cantava: "Vejam só \ Vejam só \ A roupa que há cem anos, já usava minha avó \ Veio a vez \ veio a vez \ De cada roupa dessas se fazer duas e três". Em Salvador, trabalhou como farmacêutico, fez cursos de desenho no Liceu de Artes e Ofícios e profissionalizou-se como especialista em prótese dentária. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, em 1927 e empregou-se como protético. Após muita luta, conseguiu publicar alguns desenhos no Shimmy, Fon-Fon, etc.
No início dos anos 1930, começou a compor sambas. Em 1932, conheceu Heitor dos Prazeres, que muito o incentivou. Em princípios de 1941, casou-se com Nadili, com quem teve sua única filha, Nara Nadili nascida em 1942. Pouco depois o casal se separou.
A 13 de maio de 1941, no apogeu de sua carreira de compositor, o Rio de Janeiro foi sacudido com a notícia de que ele se tinha atirado do Corcovado e, milagrosamente preso a um galho de árvore, fora libertado por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Mas, embora salvo, moralmente prosseguiu em sua queda do abismo. Nunca mais foi o mesmo. Seu nome foi, aos poucos, sendo esquecido e, a partir de então, só esporadicamente voltava ao cartaz.
Anos depois da primeira tentativa, quando Elvira Pagã, com escândalo, cobrou-lhe uma dívida de Cr$ 4.000,00 (quatro mil cruzeiros), tentou novamente o suicídio, dessa vez com lâmina de barbear. Passou então a viver de seu laboratório de prótese dentária e esporadicamente de sua música. Mas, para pagar o laboratório, era geralmente obrigado a contrair novas dívidas. Ao contrário do que muitos pensavam, continuava a compor. Freqüentemente mostrava aos íntimos uma composição nova, de rara beleza. Compunha quase uma música por dia. Não conseguia, entretanto, gravá-las. No máximo, quando as dívidas apertavam, vendia um samba que depois, assinado por outros, fazia sucesso.
A 10 de março de 1958, desesperado com sua situação financeira, resolveu suicidar-se. Deixou a casa em que morava, na Rua Santo Amaro, 112, seguiu para o seu consultório na Cinelândia, onde permaneceu até cerca das l3h30 min. Às 15 h foi à Sbacem, sociedade arrecadadora de direitos autorais à qual estava filiado, para se informar de seus rendimentos. Estava tão nervoso que o tesoureiro da Sbacem, Joubert de Carvalho, deu-lhe um sedativo. Ás 16h30 min telefonou para seu laboratório dando instruções a seus empregados do que deveria ser feito após sua morte. Às 17h30 min telefonava para seu editor, Vicente Vitale, e para o embaixador Pascoal Carlos Magno comunicando-lhes que iria se matar. Vitale ainda tentou ligar para a Polícia: era tarde. Exatamente às 17h55 min, portanto, oito dias antes de seu 47º aniversário, em um banco da Praia do Russel, junto de um play-ground onde brincavam crianças, tomou formicida com guaraná. Vestia calça azul-marinho e blusão amarelo.
Em seus bolsos foram encontrados um par de óculos, uma carteira de identidade com o retrato rasgado, uma carta para a polícia e duas notas velhas de cinco cruzeiros. Na carta, entre outras coisas, esclarecia que morria por sua vontade, estando seriamente endividado, e fazia um apelo ao público para que comprasse seu novo disco "Lamento". Pedia ainda a Ary Barroso que pagasse o aluguel atrasado de duas residências.
E acrescentava: "Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos, e de tudo".
Dados Artísticos
Gravado em 1932, seu primeiro samba "Tem francesa no morro" tornou-se sucesso na voz de Aracy Cortes.
Por essa época, quando assistiu em um teatro da cidade Carmen Miranda cantar "Sorriso Falso", de Cícero Almeida, ficou fascinado. "Fiquei apaixonado por ela, não só como cantora, mas como mulher principalmente", confessou um dia. E fez tudo, então, para conhecê-la. Tornaram-se amigos, (...)
[Saiba Mais]
Obras
* A folia chegou
* A infelicidade me persegue
* A rosa e vento
* A saudade me viu
* A semana findou
* A vida é boa (c/ Herivelto Martins e Francisco Sena)
[Saiba Mais]
Discografia
* (1989) Assis Valente • FUNARTE • LP
* (1977) Assis Valente • Abril Cultural • 33/10 pol.
* (1970) Assis Valente • RCA/Abril Cultural • 33/10 pol.
[Saiba Mais]
Fonte Dicionário Cravo Albim de Música Popular Brasileira
Nenhum comentário:
Postar um comentário