sábado, 13 de novembro de 2010

ÉPOCA ENTREVISTA MINISTRO DA EDUCAÇÃO

Deu na Revista Época

Fernando Haddad: 'O Inep está isento de responsabilidade'

O ministro da Educação minimiza os erros cometidos na aplicação do Enem e diz que o exame deste ano foi “bem melhor”

ÉPOCA - Onde o ministério errou?

Fernando Haddad – A questão mais complexa foi assumida pela gráfica contratada pelo Inep (órgão do ministério, responsável pelo exame). Assumiu inclusive os custos de reaplicação para os alunos que não conseguiram trocar o caderno em que havia o erro de impressão.

Erro que havia condições de solução na maioria dos casos, pois havia 10% de provas de reserva. Desse ponto de vista, o Inep está absolutamente isento de qualquer responsabilidade.

ÉPOCA - Todas as folhas de respostas saíram com erro de responsabilidade do Inep. Como a instituição que pretende unificar os vestibulares comete um erro tão primário?

Haddad – Houve, de fato, da parte de um funcionário do Inep, o comando que nós chamamos de “imprima-se” para que as folhas fossem impressas daquela maneira. Mas, a partir das 13 horas, todos os fiscais de sala foram alertados pelos coordenadores nos locais sobre qual era o procedimento a seguir, ou seja, orientar os alunos a responder na ordem numérica. A questão 1 no item 1, e assim por adiante.

ÉPOCA - Alguns deram a ordem inversa.

Haddad – Isso vai ser resolvido a partir do momento em que a Justiça liberar o portal no qual o aluno vai informar essa ocorrência. A prova vai ser corrigida da forma como ele preencheu.

ÉPOCA - Há fiscais que deram uma informação e depois deram outra. Os alunos prejudicados não têm direito de refazer a prova?

Haddad – Se constar da ata de sala de aula, sim. Em casos de má orientação, ou desorientação do fiscal, o que, em nossa opinião, ocorreu muito pouco. O fiscal tinha reserva de 10% das folhas de respostas para esse fim.

ÉPOCA - Apuramos casos em que isso aconteceu, mas o fiscal não deu outra folha nem anotou o fato. Como ficam esses alunos?

Haddad – Aí nós vamos ter de apurar porque, se ele está dizendo que não está na ata, nós teremos de encontrar eventualmente outros caminhos de apuração.

ÉPOCA - O presidente do Inep veio do Cespe (empresa contratada para aplicar o Enem). Não há conflito de interesses no controle?

Haddad – O Cespe é uma repartição pública. Ele era um servidor público do Cespe e continua sendo servidor público no Inep.

ÉPOCA - Uma de suas funções é fiscalizar o órgão que presidia em 2009.

Haddad – O Cespe e a Cesgranrio não cometeram nenhuma falha no processo.

ÉPOCA - A coordenação dos fiscais, que orientou os alunos de maneira equivocada, era de responsabilidade do Cespe.

Haddad – Esses são casos isolados e estão sendo apurados nesse sentido.

ÉPOCA - Se o erro do cabeçalho estava na matriz da folha de respostas, houve falha de gerenciamento, não?

Haddad – Não. Foi um problema da matriz, mas a última palavra é de quem deu o comando de imprimir. Obviamente que passa por várias revisões, mas existe a autoridade que dá o comando final.

ÉPOCA - O Inep não vai abrir sindicância para investigar esse erro?

Haddad – Eu tenho a impressão de que está abrindo, está tomando as providências. Aliás, faço referência à maneira transparente com que o Inep procedeu no ano passado, levando às últimas consequências a investigação sobre o episódio do ano anterior.

ÉPOCA - O presidente Lula disse que, se preciso, a prova será reaplicada. Como será possível fazer isso sem atrasar o calendário das universidades?

Haddad – A afirmação do presidente, e isso eu confirmei, faz referência ao apoio que ele dá ao Enem como forma de democratização do acesso à educação superior. O que ele quis dizer é que apoia essa forma de ingresso porque é a mais democrática.

ÉPOCA - Como garantir que os erros não se repitam no próximo ano?

Haddad – O Enem foi bem melhor de todos os pontos de vista em relação a 2009. Tanto em relação à logística de segurança, à distribuição, à chegada dos malotes, ao cronograma estabelecido, à qualidade da prova. É um processo contínuo de aperfeiçoamento. Até nos Estados Unidos, que inauguraram esse processo de avaliação e seleção de alunos pelo SAT, houve, em 2005, 4 mil alunos prejudicados.

ÉPOCA - O que o senhor tem a dizer aos 3,4 milhões de alunos que fizeram a prova?

Haddad – Confio na celeridade da Justiça em manter a prova, com a reaplicação para a parcela de estudantes prejudicados e a divulgação no prazo acordado.

Fonte: Blog do Noblat

Um comentário:

Anônimo disse...

Retiro, tudo oque falei do ministro,a PIG, me influenciou,e fui maria vai com as outras.Sei da competencia e esfoeços do ministro para a validade do Enem,por outro lado confio no presidente Lula, que jamais se engana com as pessoas.Todos podem errar,minha preocupação foi do Enem fosse anulado´,graças que foi resolvido.Porque no próximo o Enem não seje uma prova regional,esses preblemas, poderaaam não acontecer.ATÉ BREVE