Publicada em 23/09/2010 às 22h23m
Laura RodriguesRIO -O secretário municipal de Turismo e presidente da Riotur, Antonio Pedro Figueira, informou, na noite desta quinta-feira, por meio de sua assessoria, que a empresa voltará a centralizar toda a documentação relativa aos órgãos da Prefeitura, como Comlurb e CET-Rio, para que os blocos carnavalescos façam seus desfiles no carnaval de 2011. Pelas regras anteriores, as agremiações tinham que, além de pedir autorização à Riotur, solicitar a aprovação de cada órgão envolvido. A decisão do secretário não atinge órgãos do governo estadual, como a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. O prazo para que os blocos peçam a autorização para desfiles à Riotur termina hoje. Até ontem, 350 grupos já haviam feito o pedido.
Durante o dia, antes do recuo da Riotur, representantes das duas associações de blocos da Zona Sul e do Centro reclamaram muito das regras.
- No ano passado, a Riotur recolhia as informações e repassava para os orgãos competentes. Essas informações são para o próprio planejamento da prefeitura - disse Rita Fernandes, presidente da Sebastiana (Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro), que inclui blocos como Simpatia é Quase Amor e Suvaco de Cristo.
Em agosto, durante o evento Desenrolando a serpetina, Rita conta que conversou com o presidente da Riotur, Antonio Pedro Figueira de Mello, sobre a inviabilidade das novas normas.
- Falamos com ele que não ia dar certo. Não tem a menor condição de pedir autorização de um em um. É uma burocracia enorme.
Mudavam-se os blocos, mas a reclamação era a mesma. O presidente da Folia Carioca (Associação Carioca de Blocos e Bandas), Ricardo Rabelo, conta que foi até a Comlurb com um pedido de autorização como mandavam as regras, mas ninguém soube atendê-lo.
" Ninguém é profissional e tem tempo de ir a vários lugares diferentes. Isso pode matar o carnaval. "
- O que a gente gostaria é que tivesse uma reunião entre a Riotur e os blocos. Não dá para a prefeitura ficar regulamentando sem os blocos participarem. Ninguém é profissional e tem tempo de ir a vários lugares diferentes. Isso pode matar o carnaval. A Riotur pode encaminhar os pedidos, como fez ano passado, ou tentar ver um entrosamento entre os órgãos para diminuir a quantidade de 'nada a opor'. Os blocos são eventos pontuais, saem uma vez por ano. Não é como um show da Madonna - reclamou o presidente da associação, que conta com blocos como o Empolga às 9 e Volta Alice.
Antes de a centralização voltar a ser feita, após procurar a Riotur para preencher e assinar o requerimento de autorização (que pode ser retirado e devolvido posteriormente também), o organizador deveria voltar a entrar em contato com a Riotur para receber sua autorização provisória, de 15 a 20 de outubro. Com ela em mãos, era preciso buscar o "nada a opor" da CET-Rio, subprefeitura ou região administrativa, delegacia e batalhão (ou batalhões, caso haja mais de um) da área - e também da Vara de Infância e Juventude, caso o bloco seja para menores; ofício da Comlurb e requerimento padrão do Corpo de Bombeiros, com ART do equipamento de som, iluminação, montagem de estrutura com layout, elétrico/eletrônico e nota fiscal dos extintores - se aplicáveis. Após a obtenção de toda essa documentação seria expedida a autorização definitiva, em dezembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário