segunda-feira, 22 de março de 2010

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO


Este blog, após um interregno, prossegue com a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Da última postagem foram os bairros de Oswaldo Cruz, Paciência e Padre Miguel, nesta destacaremos os bairros de Paquetá, Parada de Lucas e Parque Anchieta.

Paquetá

Paquetá, a “Ilha dos Amores”, foi descoberta por André Thevet, cartógrafo de Villegagnon, no dia 18/12/1556, na invasão francesa no Rio de Janeiro. Paquetá, nome dado pelos Tamoios, vem de Pac (paca) + eta (muitas), significando “lugar de muitas pacas”. Nas águas da Ilha, os portugueses e os Temininós, grupo de Araribóia, sob o comando de Belchior de Azeredo, derrotaram, em 1566, os Tamoios na longa da Batalha de Canoas. Fernão Valdez, nesse mesmo ano, a escolheu como sesmaria, que dividiu com Inácio de Bulhões.

Em 1697, Paquetá já dispunha da Capela de São Roque, do Padre Manuel Espinha e, em 1758, da Capela de Bom Jesus do Monte, erguida por Manuel Cardoso Ramos que mais tarde se constituíram em freguesias e rivais. A Freguesia de Paquetá foi criada por provisão de 1769, fazendo parte das Vilas de Magé e São Gonçalo. Por decreto, de 1833, a freguesia foi desmembrada, fazendo parte do Município da Corte (Rio). Dom João VI sempre visitava a Ilha e se hospeda na casa do Oficial de Milícias Francisco Gonçalves da Fonseca, depois transformada no museu Solar D”El-Rey. Em Paquetá moraram, entre outros, José Bonifácio, colocado em prisão domiciliar, o Marquês de Tamandaré, o Comendador Lage e a Marquesa de Jacarepaguá e o pintor, escultor e paisagista Pedro Bruno.

São da autoria deste último: o planejamento artístico e paisagístico do Cemitério de Paquetá, que transformou em verdadeiro jardim e onde plantou uma série de espécimes de plantas nativas e esculpiu diversas obras de arte, elaborou o projeto e executou o Parque dos Tamoios, com seus jardins e caramanchões, a Capela do Cemitério e muitas outras obras. A Ilha também serviu de inspiração ao romancista Joaquim Manuel de Macedo, que escreveu a “Moreninha”, tendo como cenário a “Pedra da Moreninha”. Durante a Revolta da Armada, em 1893, a Ilha foi ocupada durante 6 meses pelos marinheiros sublevados.

De 1908 a 1912 foi instalada a rede de esgoto pela companhia inglesa City Improviments, hoje, uma companhia, a CEDAE. Atualmente, o esgoto é lançado por emissário submarino. Em 1877, foi criada linha regular de barcas, ligando Paquetá à Praça XV, pelo Comendador Antonio Lage e, em 1889, sua concessão passou para a Companhia Cantareira e Viação Fluminense, mais tarde STBG, CONERJ, atualmente, privatizada (Barcas S.A.).

Paquetá é residencial, sendo proibido o tráfego de veículos particulares motorizados. A circulação interna é feita a pé, em bicicletas, charretes e trenzinho turístico. Durante o governo do Prefeito Marcos Tamoio (1975/79), foram feitos o aterro da Praia da Moreninha e os Parques da Moreninha e Darke de Matos.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Parada de Lucas

O nome se refere a José Lucas de Almeida, um próspero agricultor, com lavoura entre Cordovil e Vigário Geral, que morreu aos 94 anos de idade. Nas suas terras, quando da implantação da Estrada de Ferro Leopoldina (antiga Estrada de Ferro Norte), José Lucas doou local para uma parada de trens, que, em 1949, tornou-se a estação Parada de Lucas.

Naquela época, só existia um lugar onde obter água potável: eram as “três bicas”, e os moradores atravessavam a avenida Brasil para utilizá-las.

No governo Washington Luiz, o bairro foi cruzado pela antiga estrada Rio-Petrópolis, correspondendo à atual rua Bulhões Marcial. Ao longo da Avenida Brasil, construída em 1946, foram instaladas indústrias, como o Parque Gráfico da antiga Editora Bloch, e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No bairro de Parada de Lucas fica a Paróquia de São Sebastião de Parada de Lucas, originada de uma capelinha de madeira erguida em 1937 e que seria substituída, em 1940, por uma capela de alvenaria, que teve, mais tarde, em 1958, o acréscimo de uma Torre do Campanário.

A principal agremiação carnavalesca é o GRES Unidos de Lucas, resultante da fusão das Escolas de Samba “Aprendizes de Lucas” e “Unidos da Capela” (Campeã em 1950 e 1960), ocorrida em 1966, sendo chamada de “A Galo de Ouro da Leopoldina”.

Entre a linha férrea, a avenida Brasil e a Área Militar da Marinha, fica a grande comunidade do Parque Jardim Beira Mar, Parada de Lucas ou Conjunto Rádio Nacional, cuja ocupação começou em 1931 com a chegada de pessoas que moravam no morro da Caixa D’Água. A expansão se deu em 1965, com a chegada de moradores do “Morro da Titica” (atual Cidade Alta) além das pessoas afetadas pelas remoções das favelas da zona sul, o que contribuiu para a ampliação da comunidade, que aproveitava o despejo de entulhos de obras para aterrarem os alagadiços vizinhos, construindo novas moradias.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

Parque Anchieta

Parque Anchieta é um desmembramento do bairro de Anchieta que tem como origem loteamento de 1969 (PAL 28576) compreendendo 1639 lotes, 27 ruas e 4 praças. Os logradouros receberam denominações pelo decreto 316, de 20 de fevereiro de 1976.

Predominantemente residencial, Parque Anchieta faz limites com o município de Nilópolis (do outro lado do rio Pavuna) e com a área militar do campo de Gericinó. Abrange a área do morro São Bernardo, a Praça Granito e adjacências, até a avenida Marechal Alencastro. Seu acesso principal é a estrada do Engenho Novo (antigo caminho do Engenho Novo da Piedade).

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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