Este blog prossegue com a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Desta vez são os bairros de Mangueira, Manguinhos e Maracanã.
Mangueira
As terras onde hoje está localizado o bairro da Mangueira pertenciam ao Visconde de Niterói e ficavam juntas ao Morro do Telégrafo, assim chamado pela inauguração, em 1852, do primeiro telégrafo aéreo do Brasil, próximo à Quinta da Boa Vista. Ali, foi instalada a Fábrica de Fernando Fraga que produzia chapéus e que passou a ser conhecida como “Fábrica das Mangueiras”, pela intensa produção de mangas na região.
A Fábrica acabou tornando-se “Fábrica de Chapéus Mangueira”. A Central do Brasil aproveitou a popularização do nome e batizou de Mangueira a estação de trem inaugurada em 1889. A vertente do Morro do Telégrafo, voltada para a ferrovia, também virou Morro da Mangueira. Com o Visconde de Niterói já morto, teve inicio a construção de barracões e casas para alugar nas encostas do morro, como as do português Tomás Martins. Com o desmonte de parte do Morro de Santo Antônio, nos anos da década de 1950, vários militares foram morar lá. Desta forma, surgiu na área uma comunidade de pessoas pobres e negros descendentes de escravos que, com o gradativo crescimento, deram origem às atuais favelas da Mangueira e suas vizinhas, Candelária e Telégrafo.
No governo de Carlos Lacerda, o Morro da Mangueira foi desapropriado, o que evitou qualquer tentativa de remoção dos moradores. A partir da década de 1920/30, o Morro se torna reduto de sambistas, culminando com o nascimento da popular agremiação carnavalesca Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, “a verde e rosa”.
Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.
Manguinhos
Como o próprio nome diz, tratava-se de uma grande região alagadiça situada entre o Caju, a praia Pequena de Benfica e as terras do Engenho da Pedra, prolongamento do antigo Saco de Inhaúma, na Baía de Guanabara, incluindo a ilha do Pinheiro e a ilha do Bom Jardim. A região era contornada pela estrada real de Santa Cruz (depois avenida Suburbana) e pela estrada da Penha (atual avenida dos Democráticos).
O litoral chegava junto ao morro do Amorim – nome dado por causa de João Dias Amorim, dono de uma grande carvoaria nas proximidades -, onde ficava a fazenda de Manguinhos. Nesse morro, no governo de Campos Sales, o Barão Pedro Afonso montou o Instituto Soroterápico Federal, em 25 de maio de 1900, com a função inicial de fabricar vacinas contra a peste bubônica. Em 12 de dezembro de 1907, passou a denominar-se Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos. Oswaldo Cruz, ao comandar o combate a epidemia de febre amarela, assumiu o seu controle, erguendo o palácio de Manguinhos como sede do instituto, um grandioso monumento em estilo neo-mourisco, projeto do arquiteto português Luis Morais. Em 19 de março de 1918, em homenagem ao grande cientista, médico e sanitarista, passou a ser denominado Instituto Oswaldo Cruz, atualmente Fundação Oswaldo Cruz (ou FIOCRUZ), considerada uma das mais importantes instituições de pesquisa e ensino do Brasil na área de saúde.
No seu entorno, aterros começaram a surgir. Existia um forno crematório da limpeza urbana demolido, defronte do qual seria instalado o Aeroclube de Manguinhos. Os pântanos em direção à praia Pequena seriam esgotados com a abertura do canal do Cunha, que reunia a foz dos rios Jacaré e Faria em uma mesma saída para a Baía de Guanabara. Com a inauguração da avenida Brasil, concluída em 1946, atravessando os aterros defronte a Manguinhos, nela seria implantada a “Manguinhos Refinaria”, em 14 de dezembro de 1954, com o nome de Refinaria de Petróleos de Manguinhos, um marco na história industrial brasileira, criada com capital totalmente nacional e montada por engenheiros e operários brasileiros no tempo recorde de 255 dias.
Na antiga Estrada de Ferro da Leopoldina, atual Supervia, existia a “Parada Amorim”, depois estação Carlos Chagas, sendo rebatizada como estação de Manguinhos, com acesso pela rua Leopoldo Bulhões, servindo às grandes comunidades próximas, destacando-se o chamado “Complexo de Manguinhos”. Nele ficam as Comunidades Vila Turismo (de 1951), CHP2 (de 1951), Parque João Goulart (junto ao rio Faria), Parque Carlos Chagas ou Varginha (1941) e Mandela de Pedra (1995). Também pode-se citar a Comunidade Parque Oswaldo Cruz ou do Amorim (1901) e os Conjuntos Habitacionais Nelson Mandela e Samora Machel, estes situados entre o rio Jacaré e o canal do Cunha.
O bairro de Manguinhos é ocupado pela grande área da Fundação Oswaldo Cruz, pela Refinaria de Manguinhos e pelo complexo de favelas e é servido pela avenida Brasil, Linha Amarela, ramal da Supervia, avenida dos Democráticos e rua Leopoldo Bulhões.
Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.
Maracanã
O bairro do Maracanã apresenta aspecto peculiar, uma vez que seu adensamento populacional, desenvolvimento urbano e processo de verticalização foram condicionados pelo leito do rio que dá origem ao seu nome (significando “rio do Papagaios” em indígena), o bairro que hoje tem como marco arquitetônico o maior estádio de futebol do mundo, o Estádio do Maracanã, construído em 1950 para a Copa do Mundo, na área do antigo Derby Clube.
No local da antiga favela do “Esqueleto”, removida na década de 1960, foi construído o “Campus” da atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Nele ficam as estações Maracanã da linha 2 do Metrô e Maracanã da Supervia.
Como vias principais destacam-se as avenidas Presidente Castelo Branco, Maracanã e a Rua São Francisco Xavier.
Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
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