sábado, 7 de novembro de 2009

DILMA ATACA A MÍDIA E A OPOSIÇÃO


Dilma: "Eles estão substituindo a oposição política pela midiática"

Atualizado em 07 de novembro de 2009 às 16:47 | Publicado em 07 de novembro de 2009 às 16:43

07/11/2009 - 15h56
Dilma ensaia tom eleitoral, chama oposição de 'incompetente' e ataca imprensa

por Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em Guarulhos

Em evento organizado pelo PT com prefeitos do partido, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência da República, indicou que está deixando o tom professoral para fazer pronunciamentos mais políticos. E afirmou neste sábado (7) que a oposição é "incompetente", não tem projeto para voltar ao Palácio do Planalto e que parte da imprensa se transformou em antagonista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na noite de sexta-feira, na abertura do 12º Congresso do PC do B, em São Paulo, a preferida de Lula para ocupar seu lugar a partir de 2011 também fez um discurso duro, no qual chamou os adversários do governo federal de "patéticos", em especial depois da crise financeira mundial, que a economia brasileira atravessa com menores sobressaltos na comparação com outros países emergentes e mesmo com os desenvolvidos.

"A oposição não tem projeto, discurso nem base de apoio social. O que eles têm é uma tentativa de partidarização de alguns segmentos da imprensa, substituindo a oposição política por uma oposição quase midiática", afirmou Dilma em discurso aos prefeitos. "Essas forças do passado mais uma vez tentam se organizar com as táticas mais antigas e tentam de forma astuta fragilizar a base aliada e produzir crises artificiais no Congresso", completou, em referência à turbulência que surgiu no Senado neste ano após denúncias contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), aliado de Lula.

Nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, Dilma aparece em segundo lugar, tecnicamente empatada com o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) e atrás do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), no cenário tido como o mais provável. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, também disputa para ser o candidato dos tucanos ao Palácio do Planalto no ano que vem.

Sobre os rivais, Dilma afirmou que, seja quem for o candidato do PSDB em 2010, "se jogará o confronto entre o Brasil de 2002, que nós sabemos o que é, e o Brasil de 2009 e 2010, que é o Brasil do presidente e que conseguiu mostrar a grande face de um país continental".

Em uma semana na qual petistas responderam a críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a ministra declarou que a oposição foi arrogante porque atribuiu a popularidade de Lula - na casa dos 70% - ao acaso.

"Nosso problema não foi ter sorte. Nós temos sorte, sim, não somos 'pé-frio'. Mas, sobretudo, temos competência de gestão. A eles pode ter faltado sorte, mas faltou muito mais competência e vontade política de mudar", disse.

A jornalistas, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), reforçou os ataques ao ex-presidente, dizendo que ele deveria se chamar "Fracassando Henrique Cardoso". Em evento na capital paulista realizado no mesmo horário, o tucano evitou rebater as críticas dos petistas.

Um comentário:

Albino disse...

Lula sabe que está numa encruzilhada.Segue sozinho com Dilma ou toma outro caminho abraçando uma segunda candidatura na base aliada. Mantidos os votos de Serra- apontados pelas atuais pesquisas em torno de 40%- para que a ministra Dilma se eleja no primeiro turno, ela terá que receber todos os votos dos indecisos, e ainda assim , tirar 12% dos votos atualmente declarados para Ciro ou Marina. O mercado politico não acredita que esta transferência de votos se concretizará,visto que, a figura da ministra é eleitoralmente pesada e a candidatura de Marina deverá crescer.Marina dificilmente terá uma votação inferior a de Heloisa Helena que foi de 6,85% em 2006.Assim sendo a tese da eleição plebicitária, defendida por Lula, poderá ser transferida para o segundo turno. Para que a eleição não se defina no primeiro turno,a favor de Serra, Lula terá que fomentar uma segunda candidatura , para que os votos dos indecisos não migrem para o tucano.Neste cenário ganha força a candidatura de Ciro Gomes do PSB.