segunda-feira, 17 de agosto de 2009

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO

Este blog prossegue com a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Desta vez são os bairros Humaitá, Inhaúma e Inhoaíba.

Humaitá

Os índios chamavam a região de Itaóca, devido à gruta que existia no final da rua Icatu, no atual Bairro do Humaitá. Em 1657, com a construção de uma capela no final da atual rua Viúva Lacerda, no Humaitá, Clemente José Martins de Matos, Vigário-Geral do bispado, dono de uma vasta chácara que abrangia quase todo o bairro - ia da atual rua Marquês de Olinda à rua General Polidoro, os fundos alcançando além do Largo dos Leões até o Humaitá - abre o caminho novo para acesso à sua igrejinha, que dedica a São Clemente, nome que seria fixado ao caminho que corta a propriedade (hoje rua São Clemente). Essa antiga ermida, reconstruída em 1772, abrigou por algum tempo a matriz da Lagoa.

É um bairro de transição entre Botafogo, Jardim Botânico e Lagoa, porém com características próprias. A rua Humaitá, prolongamento da São Clemente, recebeu esse nome homenageando os brasileiros que na Guerra do Paraguai atravessaram bravamente a passagem de Humaitá. Joaquim Marques Batista de Leão, em 1825, adquiriu a fazenda da Olaria a subdividindo em loteamentos e seus herdeiros doaram à Câmara em 1853 uma rua, a Marques, e um Largo, o dos Leões, onde ficava a mansão da Família Leão. O antigo Largo da Olaria se tornou o Largo do Humaitá, na junção com o prolongamento da rua Voluntários da Pátria.


As chácaras nas encostas, ao pé do Corcovado e do morro da Saudade, seriam loteadas, surgindo diversas ruas. Na década de 1960, foi removida a grande favela Macedo Sobrinho (onde mais tarde, reflorestada, criou-se o Parque Natural Municipal da Saudade) e a rua e o largo do Humaitá foram alargados, facilitando a ligação com a Lagoa. No atual Humaitá, as ruas têm como pano de fundo a magnífica Floresta do Corcovado, a tranqüilidade da rua Miguel Pereira e adjacentes.


No eixo do bairro, destacam-se restaurantes muito freqüentados, o prédio de 1856, do Corpo de Bombeiros, tombado pelo patrimônio, a Casa da Espanha, o Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM, e o Espaço Cultural Sérgio Porto. A Cobal, antiga garagem de bondes, que em 1971 se tornou o Horto-Mercado do Humaitá, atualmente é o grande “point” boêmio-gastronômico do bairro, com barzinhos, restaurantes, pizzarias, atrações musicais, lojas de importados e supermercado, atraindo grupos de amigos, ”tribos” diversas, que lotam seu estacionamento.


Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.


Inhaúma

De i, “Água”, e N-HDÚ, “lodo, lama, barro”, ou seja, “Água Suja”. Designava a extensa planície entre a Baía de Guanabara, a Serra da Misericórdia, e os morros dos Urubus e Juramento. Originalmente existia na região uma aldeia de índios tamoios.


Os jesuítas receberam uma área de uma légua e meia do rio Iguaçu (atual Comprido) até a tapera chamada de Inhaúma. Nela estabeleceram engenho e lavouras e escoavam as mercadorias pelo Porto de Inhaúma, depois aterrado, no atual bairro da Maré.


Em 1684, foi criada pelo Padre Custódio Coelho a freguesia de São Tiago de Inhaúma e seu primeiro vigário foi Frei Antonio da Conceição. Depois aí se instalaria o Bispo José Joaquim Castelo Branco, pioneiro dos cafezais cariocas, com duas propriedades, a do Capão e a Quinta de Sant´Ana, que se estendiam da estrada Velha da Pavuna com a Estrada Real de Santa Cruz (Suburbana), até Terra Nova (atual Pilares). O rio Faria juntamente com o do Timbó cortavam suas terras, que com a decadência da agricultura, foram adquiridas no fim do segundo reinado por laborioso proprietário, o coronel Antonio Joaquim de Souza Pereira Botafogo, que nelas incentivou o comércio e a venda de lotes a prestações, abrindo a praça Botafogo e as ruas Dona Emília, Dona Luísa, Dr. Nicanor, Dr. Otávio, Padre Januário, entre outras, além de doar área para a localização do cemitério de Inhaúma, entre outras benfeitorias. Vizinho a ele, na estrada Velha da Pavuna, existia a Fazenda das Palmeiras, de Frederico Pinheiro da Silva, onde, em 1949, foi instalada a Associação N. Sra. da Piedade. Atualmente toda essa propriedade foi ocupada por Conjunto Habitacional e a Comunidade da “Fazendinha” ou “Morro das Palmeiras”.


Em Inhaúma, ficava a sede do Engenho da Rainha, comprado por Dona Carlota Joaquina, com acesso pela rua Dona Luisa, demolido anos mais tarde por um proprietário inescrupuloso, para evitar o seu tombamento pelo serviço de patrimônio histórico da união. Inhaúma se beneficiaria com a abertura da avenida Automóvel Clube e a implantação da Estrada de Ferro Rio D´Ouro (em 1876), sendo então construída a Estação de Inhaúma. Com a extinção dessa ferrovia na década de 1960, o seu leito foi aproveitado para abrigar a Linha 2 da Cia. do Metropolitano do Rio de Janeiro – Metrô, sendo inaugurada a Estação de Inhaúma em 12 de março de 1983.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985, pela Lei 2055 de 9 de dezembro de 1993 que cria o Bairro do Complexo do Alemão.

Inhoaíba

O nome é uma corruptela de NHU (campo), AHYBA (ruim), denominação dada pelos indígenas à baixada entre a serra de mesmo nome e Campo Grande. Era atravessada pela Estrada Real de Santa Cruz, atual Av. Cesário de Melo e nela ficava a Fazenda de Inhoaíba, em frente à Fazenda Campinho. Com a implantação do ramal ferroviário de Mangaratiba, atual ramal de Santa Cruz, foi inaugurado em 1912, a estação Engenheiro Trindade, depois chamada de Inhoaíba que consolidou o nome do bairro.

À direita estendia-se a Vila Palmares, da Compainha Palmares, cujos terrenos estavam situados na área da Antiga Fazenda Campinho. Suas terras eram utilizadas para a lavoura do café e da laranja. A urbanização da área se intensifica a partir dos anos 1970, quando surgiram grandes loteamentos, como o Vilar Carioca e o Vilar Guanabara. Parte da área pertence ao Instituto Metodista Ana Gonzaga, que teve grande terreno do lado oposto da ferrovia, ocupado na década de 1990, pela comunidade “Bairro Nova Cidade”.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Um comentário:

Unknown disse...

Não existe floresta do corcovado. Existe a floresta da Tijuca e o parque nacional da Tijuca onde está o corcovado.