segunda-feira, 6 de julho de 2009

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO

Este blog prossegue com a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Desta vez são os bairros de Engenho da Rainha, Engenho de Dentro e Engenho Novo.

Engenho da Rainha

Suas extensas terras compreendiam as planícies de Inhaúma, limitadas pela Serra da Misericórdia. Inicialmente pertenciam ao engenho da Pedra ou de Bonsucesso, e se expandiam desde a orla da Baía de Guanabara até Inhaúma. A rainha Dona Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI, comprou uma quarta parte do engenho, com uma casa com 15 quartos, em frente a uma fileira de palmeiras, próxima à atual rua Dona Luísa. O engenho ficava em uma planície e a casa em uma pequena elevação. Essa é a origem do nome do bairro.

No fim do Segundo Reinado, as terras foram adquiridas pelo Coronel Antonio Joaquim de Sousa Botafogo, um republicano, ligado a Floriano Peixoto.

A história do Engenho da Rainha coincide com a ocupação de Inhaúma e o atual bairro passou a compreender a baixada do trecho entre o morro do Engenho da Rainha e as elevações da Serra da Misericórdia, atravessada pelo rio Timbó. Nela foi implantada, em 1876, a E. F. Rio D’Ouro e foi construída a estação Engenho da Rainha, em funcionamento até a extinção do ramal em 1966/1970. Seu leito foi aproveitado pela Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro – Metrô, para a construção da Linha 2. A estação Engenho da Rainha foi inaugurada em 1991.

As vias principais do bairro são a avenida Automóvel Clube, atual Pastor Martin Luther King Jr., implantada entre 1922 e 1926, por uma Comissão do Automóvel Clube do Brasil que foi a primeira ligação entre Rio e Petrópolis e a estrada Velha da Pavuna, atual Ademar Bebiano.

Engenho da Rainha tem grandes conjuntos habitacionais, comunidades como o do Parque Proletário Engenho da Rainha. Há um complexo de pedreiras na Serra da Misericórdia que, praticamente, arrasou grande parte das suas encostas.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Engenho de Dentro

No século XVIII, o Engenho de Dentro pertenceu ao mestre de campo João Árias de Aguirre. Com o desmembramento de suas terras, destacou-se a Chácara do Dr. Francisco Fernandes Padilha, que se estendia até o sopé da Serra dos Pretos Forros, onde mais tarde foram abertas as ruas Dr. Peçanha, hoje Adolfo Bergamini, Dr. Leal, Dr. Bulhões, entre outras.

Em 1908, uma fábrica de vidro existente na atual Gustavo Riedel foi transformada em hospital de emergência e, mais tarde, tornou-se o Hospital Dom Pedro II, destinado aos doentes do antigo Hospício da Praia Vermelha. Atualmente, o antigo “Hospital dos Alienados” abriga o Instituto Municipal Nise da Silveira.

O que deu impulso à ocupação do bairro foi a abertura da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, que trouxe para o bairro as grandes oficinas ferroviárias do Engenho de Dentro que, em 1881, eram consideradas as mais importantes da América Latina. A estação do Engenho de Dentro foi inaugurada em 1873 e, mais tarde, foi demolida. Em 1937, foi construída a atual estação.

Com a construção da “Linha Amarela”, entre 1994 e 1997, a nova acessibilidade à Barra da Tijuca valorizou o Engenho de Dentro e os bairros próximos. Com a realização dos jogos Pan-Americanos, em 2007, o Engenho de Dentro foi escolhido para abrigar uma das mais importantes instalações do evento, o Estádio Olímpico João Havelange, construído no terreno das antigas oficinas ferroviárias, com capacidade para 46 mil pessoas, popularmente conhecido como “Engenhão”.

Para saber mais sobre a história do bairro clique na barra superior em ?

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.


Engenho Novo

Sua origem é o Engenho Novo dos Jesuítas, construído em torno de 1707, que abrangia terras que iam da Serra dos Pretos Forros até a praia Pequena, em Benfica, e se confrontavam com o Engenho de Dentro.

A Capela destinada a São Miguel e à N. S. da Conceição foi construída pelos jesuítas, em 1720, junto à residência-sede, onde hoje fica a praça da Imaculada Conceição e seu Santuário.

Os jesuítas possuíam vastas lavouras e canaviais até a sua expulsão do Brasil, por ordem do Marquês de Pombal. Então, o Engenho Novo foi posto em leilão e passou a ser propriedade do Capitão de Milícias José Paulo da Mata Duque Estrada, que mudou seu nome para “Quinta dos Duques” e o ampliou com uma nova Sesmaria que se estendia até Manguinhos. Para escoar a produção da Quinta, era usado o rio Faria.

Um dos mais ilustres moradores do bairro era o Ministro Conselheiro Couto Ferraz, o Barão de Bom Retiro. Seu nome tem origem na sua bela chácara do Bom Retiro, que fazia limite com a do fazendeiro Antonio Pereira de Sousa Barros, o Barão do Engenho Novo. Em sua homenagem, a estrada do Cabuçu foi rebatizada de rua Barão do Bom Retiro. Outros moradores famosos foram o Conselheiro Viena de Magalhães e sua esposa, a Condessa de Belmonte, mãe adotiva de Dom Pedro II, que deram nomes a ruas do bairro.

Com a abertura, em 1858, da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, foi inaugurada a estação do Engenho Novo que foi muito importante para a ocupação do bairro. A partir daí, as antigas chácaras e sítios foram loteados e ruas foram abertas nos terrenos pantanosos, cortados pelo rio Jacaré, que foram saneadas.

Pode-se destacar a igreja de Nossa Senhora da Consolação e Correia, cuja paróquia foi fundada em 1933 e deu nome a uma localidade do bairro do Engenho Novo e o antigo Cine Santa Alice, que funcionou até 1982. Seu prédio é preservado pelo Patrimônio Cultural da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985 e pela Lei Complementar Nº 17 de 29 de julho de 1992.

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