segunda-feira, 25 de maio de 2009

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO

Este blog prossegue a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Desta vez são os bairros Cidade Universitária, Cocotá e Coelho Neto.

Cidade Universitária

Nesse local da Baía de Guanabara situava-se um arquipélago composto por oito ilhas: Cabras, Pindaí do Ferreira, Pindaí do França, Baiacu, Fundão, Catalão, Bom Jesus e Sapucaia. Desde 1935, existia a proposta da construção de um Campus único que concentrasse as atividades da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Passados dez anos de estudos (1935 a 1945) elaborados por várias comissões para diversos locais, em 1948 optou-se por implantar a Cidade Universitária na enseada de Inhaúma, formada pelos rios Jacaré e Faria, e no período de 1949 a 1952, as já referidas oito ilhas foram aterradas e interligadas, numa superfície de 4,8 milhões de metros quadrados, para a Cidade Universitária ser instalada. Em 1959, o presidente Juscelino Kubitscheck, denominou, pelo Decreto 47.534, a Ilha resultante da fusão do arquipélago original, de “Ilha da Cidade Universitária, da Universidade do Brasil”.

Seu projeto técnico ficou sob a tutela da equipe de arquitetos do Escritório Técnico da Universidade do Brasil (ETUB), tendo como arquiteto-chefe Jorge Machado Moreira. Iniciadas em 1954, as obras seguiam lentamente até que, em 1970, o presidente Emílio Garrastazu Médici assinou decreto com verbas para acelerar a construção da Cidade Universitária. Atualmente, a Cidade Universitária tem um conjunto de edificações que abriga 60 unidades acadêmicas e instituições conveniadas, incluindo também setores técnicos, esportivos e administrativos da UFRJ.

A malha urbana e os conjuntos arquitetônicos da Cidade Universitária, ocupam 30 % do território atual da ilha, cuja localização entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim e o Centro da Cidade, garante-lhe um grande destaque. Além das faculdades, convênios de cessão de usos de terrenos trouxeram para o Campus da UFRJ, importantes instituições como o Instituto de Engenharia Nuclear da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás (CENPES), o Centro de Pesquisas da Eletrobrás (CEPEL) e o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM).

Destaca-se o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), projetado pela equipe do arquiteto Jorge Machado Moreira, cuja construção iniciou-se em 1950, interrompida por falta de recursos em 1955. Erguida a imensa estrutura de 220.000 metros quadrados, a obra arrastou-se por duas décadas, em 1970 foi decidido que o hospital só ocuparia a metade da área total da estrutura. Em 1974, foi aprovada verba inicial para a retomada do projeto e no dia primeiro de março de 1978 foi inaugurado o Hospital Universitário, no governo de Ernesto Geisel, sendo presidente da Comissão de Implantação, Clementino Fraga Filho, que posteriormente daria seu nome à Instituição.

Na antiga ilha do Bom Jesus, no que restou dela, os franciscanos tiveram uma igreja e convento no início do século XVIII, doados pela viúva do Capitão Francisco Teles de Menezes. Dom João VI era seu assíduo visitante e, entre 1823 e 1832, ele acolheria o hospital da Marinha e os leprosos da Ilha das Enxadas até que, transferido em 1868 para o governo, abrigou o asilo dos Inválidos da Pátria. Atualmente, essa área pertence ao Exército e a igreja do Bom Jesus da Coluna, tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (em 1964), passou por um processo de restauração arquitetônica. Com a inauguração da “Linha Vermelha” em duas etapas, 1992 e 1994, a Cidade Universitária, conhecida como “Ilha do Fundão”, foi beneficiada com acesso pela nova via expressa para o Centro, Baixada Fluminense e Ilha do Governador e posteriormente a “Linha Amarela” (1997) interligou o bairro diretamente à Barra da Tijuca.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Cocotá

O nome indígena, COG-ETÁ ou COG-ATÁ, ou seja, “roças”, refere-se aos cultivos feitos pelos primeiros habitantes da Ilha do Governador. A região era conhecida como praia da Olaria, devido na segunda metade do século XIX, haver produção de artefatos de cerâmica para a construção civil na região. O bonde começou a circular em 1922, partindo da Ribeira até Cocotá e, como referencial histórico, existe ainda a Estação de Bondes Santa Cruz, na esquina da estrada da Cacuia com a rua Capitão Barbosa, hoje com outro uso.

Em 1938, houve registros de loteamento na praia da Olaria, dando origem a diversas ruas. Vias importantes do bairro são a estrada da Cacuia, a rua Tenente Cleto Campelo e a avenida Paranapuã. O comércio é expressivo e no bairro ficam o Centro Cultural Euclides da Cunha, o Fórum da Ilha do Governador e a Igreja de São Sebastião. O antigo saco e praia da Olaria foram aterrados, para a implantação do Parque Poeta Manuel Bandeira, inaugurado em 19 de abril de 1978, com mais de 180 m2 de área, tornando-se a maior área de lazer da Ilha do Governador, com quadras esportivas, campo de futebol, estacionamento e brinquedos.

Em 2003, beneficiado pelo Projeto Rio-Cidade da Prefeitura, o Parque passou por ampla reforma, ganhando pista, ciclovia, novas quadras poliesportivas, pista de skate e campo de futebol com grama sintética. E tudo começou com um espanhol, Ramon Rodriguez Y Rodriguez que veio para o Cocotá no final do século XIX e construiu a primeira empresa da Ilha do Governador, uma fábrica de cal (caieira), na praia de Cocotá, onde hoje está o Edifício “Sobre as Ondas”.

Destaca-se, também, o Esporte Clube Cocotá, inaugurado em 3 de dezembro de 1922, em um terreno de 11.500 m2, entre as ruas Graná e Moravia. No limite entre os bairros do Cocotá e da Cacuia, fica o Hospital Municipal Paulino Werneck, inaugurado em 06 de agosto de 1935, com o nome “dispensário”, para tratamento de tuberculosos, atualmente funciona como emergência em regime de 24 horas, absorvendo urgências clínicas e cirúrgicas de médio porte e uma tradicional maternidade (única em toda a ilha), com enfermarias e ambulatórios.

A mais recente grande obra beneficiando o Cocotá e a Ilha do Governador foi a construção do novo Terminal Hidroviário do Cocotá, inaugurado no dia 16 de novembro de 2006. As obras duraram um ano e meio e o trajeto das barcas é único: Praça 15-Cocotá-Praça 15, também com Catamarãs, possui integração com linhas de ônibus da região e dois estacionamentos. Ele substitui o da Ribeira, que será desativado.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Coelho Neto

Originalmente, a região era denominada Areal e seus principais acessos eram a estrada da Pavuna, depois Av. Automóvel Clube e, estrada do Areal, atual Avenida dos Italianos. A família Amaral era a principal proprietária das terras. Com a implantação da E. F. Rio D’Ouro foi construída a estação do Areal, depois Coelho Neto, uma homenagem ao famoso escritor e jornalista.

Na década de 1960, a ferrovia foi extinta e seu leito abrigou a Linha 2 da Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro-Metrô, entre os bairros de Del Castilho e Pavuna. Nela, em 1998, foi inaugurada a estação Coelho Neto. O bairro de Coelho Neto é atravessado pela avenida Brasil, cujo trecho era denominado avenida das Bandeiras, aberta pelo prefeito Henrique Dodsworth, na década de 1940.

Na principal praça do bairro, Professora Virginia Cidade, concentra-se o comércio local. Coelho Neto engloba o Distrito Industrial de Fazenda Botafogo, instalado na década de 1980 entre a avenida Brasil e o rio Acari.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.
Cidade Universitária

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu gostaria de saber em que ano foi feita a praça de Coelho Neto ( Praça prfª Virginia Cidade.