segunda-feira, 4 de maio de 2009

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO

Este blog prossegue a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Desta vez são os bairros de Cascadura, Catete e Catumbi.

Cascadura

A origem do nome do bairro tem três versões: 1ª - a inglesa Maria Graham, em 1824, relata um passeio à Fazenda Real de Santa Cruz e faz referência ao local como “Casca D’Ouro”; 2ª - remonta ao fato da dificuldade que os operários tiveram para abrir, com picaretas, a pedreira na construção da estrada de Ferro, e a chamavam de “Cascadura”; 3ª – um dos seus primeiros moradores era um comerciante fechado para negociações, “Casca” e para fazer doações “duro”, daí o “cascadura”.

A região era um ponto inexpressivo nos limites do Engenho de Dentro, com o Engenho da Portela e a Fazenda do Campinho, onde a Estrada Real de Santa Cruz se encontrava à direita com a estrada Marechal Rangel, acesso aos Engenhos/Fazendas do Irajá e da Pavuna.

Por volta de 1870, foi erguida a primeira capela da região, dedicada a Nossa Senhora do Amparo, em terras doadas por Joaquim Antonio de Oliveira.

Em 1883, foi instalado o Hospital Nossa Senhora das Dores da Santa Casa, o primeiro para tratamento da tuberculose na Cidade, em antiga propriedade da Chácara do Ferraz. Em 1928, uma cancela separava os trilhos da ferrovia, da Estrada Real (atual avenida Suburbana), cujo prolongamento chamava-se estrada Coronel Rangel, atual Av. Ernani Cardoso.

A estação de Cascadura foi inaugurada em 29 de março de 1858. O Chafariz, a Cancela e o Largo, que separavam a avenida Suburbana da rua Carolina Machado, foram demolidos no governo Washington Luís para a construção, em 1928, de viaduto projetado pelo Engenheiro Eugenio Baumgart, fazendo parte da primeira estrada Rio-São Paulo.

A principal elevação de Cascadura é o morro da Bica, com 251 metros ocupados, em suas encostas, pela comunidade Vila Campinho. Na rua Ferraz foi implantado em 1982, o Parque Orlando Leite com 2,72 hectares. Esse parque constitui-se em um importante espaço de lazer arborizado, com quadras esportivas.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Catete

Catete ou Cateté significava, em tupi, “mato fechado”, e correspondia a um braço do rio Carioca que, contornando o outeiro da Glória, desembocava no mar. Nele passou o primeiro caminho de acesso à Zona Sul da Cidade, o Caminho ou Estrada do Catete. Para cruzar o rio Carioca, o Governador Antonio Salema construiu uma ponte, a “Ponte do Salema”, onde foi cobrado pedágio até 1866, no local onde está, hoje, a Praça José de Alencar.

No Segundo Reinado, mansões de nobres e ricos comerciantes foram construídas ao longo da rua do Catete. A estrada do Catete formava um largo, o “Largo do Valdetaro”, em frente à mansão do Desembargador Manoel Jesus de Valdetaro. Neste Largo, em 1862, o Barão de Nova Friburgo construiu, para sua moradia, o Palácio Nova Friburgo, que foi comprado, em 1897, para abrigar a Presidência da República. Conhecido como Palácio do Catete, exerceu a função de sede do governo durante 63 anos, até a transferência da Capital para Brasília, quando passou a sediar o Museu da República, um complexo cultural dotado de aprazíveis jardins. Em frente ao Museu, um conjunto de 34 sobrados, construídos em meados do século XIX, compõem um belo conjunto histórico na Rua do Catete.

Outro ponto de destaque é o Largo do Machado, antigo Campo das Pitangueiras. Sua denominação deve-se ao comerciante André Nogueira Machado, proprietário de uma chácara no local. Nele, foi erguida a Igreja de Nossa Senhora da Glória, concluída em 1872, projeto dos franceses Koeler e Riviére, em estilo neoclássico.

O Largo do Machado se destaca como importante pólo da região, com galerias comerciais, restaurantes, floristas, o Cine São Luiz, o Colégio Estadual Amaro Cavalcanti e uma estação de metrô. A primeira linha de bondes elétricos do Rio, os do Jardim Botânico, foi inaugurada em 1892 no Largo do Machado.

Nas encostas do morro da Nova Cintra, voltadas para o Catete, ficavam as grandes pedreiras da Glória e da Candelária, que forneciam material para a construção das Igrejas no Século XIX. Próximo a elas, foram abertas, na chácara de Salvador Quintanilha, as ruas Bento Lisboa e Pedro Américo.

Atualmente, o Catete se destaca como importante centro comercial, mantendo vilas e antigos sobrados, com grandes condomínios residenciais.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Catumbi
A origem desse bairro é um arraial às margens do Rio Catumbi (na linguagem dos índios, “água do mato escuro” ou “rio sombreado”), em vale fértil e verdejante, habitados por ricos proprietários de terras e escravos. As chácaras mais importantes eram a do Pinheiro, a da Floresta, a dos Coqueiros, e a do Souto. No alto do Catumbi, morava Inácio Corrêa, conhecido como “Papa-Couve”, onde fica o Morro do Fallet, e que deu nome ao antigo Rio Catumbi.

Entre o Catumbi e o Rio Comprido havia a Estrada do Catumbi (atual Itapiru), e no início dela foi implantado o primeiro Cemitério a céu aberto para não indigentes do Brasil, o Cemitério de São Francisco de Paula. A Rua do Catumbi foi aberta em 1850 pelo Comendador José Leite de Magalhães, e a do Chichôrro pelo Desembargador Chichôrro da Gama. A nova Igreja de N.S. da Salette foi construída a partir de 1918.

Com a inauguração do Túnel Santa Bárbara em 1963 e a posterior construção do elevado 31 de Março, o bairro do Catumbi foi dividido em dois. Imóveis e quadras inteiras foram demolidos e hoje parte importante do bairro se espreme entre os viadutos e o Morro da Mineira.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

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