quinta-feira, 21 de maio de 2009

CPI DA PETROBRÁS E MOBILIZAÇÃO SOCIAL

CPI da Petrobrás, ameaça e oportunidade

O governo Lula desde o seu início subestimou o impulso popular e social que o tornou possível, optando pela construção de uma governabiidade institucional-parlamentar, necessária mas insuficiente como novamente se revela no episódio da CPI da Petrobrás, pois, diante da condição minoritária do PT e demais partidos do campo democrático popular na câmara e no senado federal, para garantí-la atraiu partidos estranhos, quando não avessos do ponto de vista político-programático e metodóligico, áquele impulso por mudanças desencadeados no país.

Pelo contrário, uma das suas primeiras iniciativas foi apresentar ao congresso nacional uma proposição que o afastava de parte dessa base de apoio, que foi a reforma da previdência. Este divorcio com parte do movimento sindical vinculado aos servidores públicos nas esferas nacional, estaduais e municipais, até hoje deixa sequelas no PT, quando dele se afastaram militantes e parlamentares do partido para organizar o PSol ou ingressar no PSTU e demais organizações de esquerda e extrema esquerda, e na CUT, de onde várias dessas entidades de trabalhadores se afastaram e permanecem se afastando.

Se ao longo da sua caminhada agregou simpatias na área popular e entre as camadas sociais de mais baixa renda, em função das suas realizações concretas e simbólicas, ostentando os maiores índices de aprovação popular da nossa história republicana, se afastou de setores da vanguarda do movimento social, não só por tornar parte dela adversários, mas porque muitos que permanecem apoiando o governo Lula, não o enxergam como parceiro e não se sentem motivados a se organizarem pela manutenção e radicalização das suas realizações.

O que há de realizações e conquistas, falta de disposição para a disputa política pela hegemonia programática e ideológica na sociedade, no governo Lula e nas escolhas neste campo feitas pelo presidente da República, tanto na composição do seu governo, passando pelo perfil dos juristas indicados para ministros do STF, quanto na política macro-econômica executada, que se por um lado garantiu mobilidade social, por outro não reduziu o fosso entre pobres e ricos no país. Apenas tornou os primeiros menos pobres e os segundos mais ricos.

Houve apenas duas situações limites nas quais o governo Lula recorreu ao impulso popular e social que o tornou possível: no segundo turno das eleições de 2006 e no enfrentamento a tentativa de impeachment da qual foi alvo. De resto, o governo se orientou pela lógica inaugurada pela "Carta aos Brasileiros" de busca de pacto com as elites, uma tradição nefasta da política brasileira, em detrimento da organização popular, como buscam, muitas vezes de forma voluntarista e atabalhoada, Morales e Chaves.

A CPI da Petrobrás, pelo que se pôde sentir na manifestação de hoje nas ruas do Centro do Rio, pode reacender a tão sonhada mobilização social, não só para esvaziar os interesses políticos que a motivaram, como para reduzir a pressão de determinados partidos "aliados" presentes na comissão que será instalada no senado, por cargos e toda a sorte de vantagens em troca de lealdade.

Falta o governo tomar a iniciativa, sob a liderança do presidente da República, já que das vezes anteriores como nesta, o impulso social e popular que o tornou possível, se animou a se mobilizar e defendê-lo, graças a iniciativas politicamente mal calculadas e por provocações dos partidos que representam as elites políticas e econômicas brasileiras. Não dá para esperar sempre que a direita não nos falte.

2 comentários:

fabiana disse...

oi queria deixar uma sugestão
escute o trabalho deste pianista
www.rodrigoandreiuk.com
o cara é foda!
acho que vai gostar
valeu!

André Barros disse...

O GOVERNO LULA É MAL COMPREENDIDO PELOS MESMOS QUE NÃO ENTENDEM A DIVERSIDADE DO PT. O PSOL É UM PARTIDO IMPORTANTE, MAS QUE AINDA RACIOCINA, COMO O PSTU, DENTRO DO ULTRAPASSADO CAPITALISMO FORDISTA. ESTAMOS NO CAPITALISMO COGNITIVO E LULA É MUITOS!!!!!!!!
ANDRÉ BARROS