sábado, 28 de março de 2009

ELITE PAULISTANA MIGRA PARA O SUS

Pesquisa de Ibope registra migração das classes A e B

A elite paulistana migrou dos planos de saúde para os hospitais públicos, em busca da alta complexidade muitas vezes disponível só na medicina gratuita. Pesquisa Ibope feita durante o mês de janeiro -encomendada pela Secretaria de Estado da Saúde - avaliou 1.600pacientes (usuários de 34 unidades estaduais) e identificou que um em cada cinco deles é de famílias classes A e B, ou seja, tem rendamensal superior a R$ 7 mil.

O levantamento mostrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) está atraindo um novo perfil de pacientes, um público extremamente exigente. Provável reflexo da crise econômica, que tem levado as pessoas a reduzirem os gastos com planos de saúde, o fenômeno pode ser extremamente positivo para o sistema, já que nos leva a aprimorar mais os serviços", avalia Nilson Paschoa, secretário interino de Estado da Saúde

José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira,acredita que o índice de 21% encontrado na pesquisa evidencia a característica desta parcela da população. "A classe média atual perdeu o status de conseguir financiar questões fundamentais como saúde e educação", diz. "Isso faz com que o SUS precise estar preparado para um público que pressiona e exige qualidade." As informações são do Jornal da Tarde.

Comentário do Blog

Talvez seja menos pela perda de poder aquisitivo da classe média, e mais devido às regras draconianas das empresas que exploram a saúde privada, em relação a cobertura de doenças de alta complexidade, que ora são cobrados valores muitos altos para tais atendimentos, ora simplesmente eles não possuem coberturas dos planos de saúde.

Enfim, as regras para funciomanto desses planos permanecem preservando a taxa de lucros dos grupos econômicos que os exploram, em detrimento do interesse do usuário. Logo, é mais fácil atribuir o fenõmeno a crise econõmica e financeira, que é um dado concreto, do que enfrentar a outra face do problema que é o poderoso poder de pressão das empresas ligadas à saúde privada sobre os poderes legislativo, judiciário e executivo.

Vamos ver se a adesão desses segmentos de classe ao Sistema Único de Saúde que, como diz o presidente da Associação Médica Brasileira, " faz com que o SUS precise estar preparado para um público que pressiona e exige qualidade", produza um efeito cascata no que se refere à melhoria do atendimento aos demais setores de classe, ao invés de alargar o fosso que separa aqueles que não só podem pagar, mas tem poder de bargahar junto ao setor público uma melhor qualidade de atendimento, em relação aqueles que não gozam das mesmas oportunidades.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei do post Flávio, mas queria mesmo comentar a sua enquete do momento. Para mim faltou uma opção com uma condicionante: se o Cabral realmente se candidatar à reeleição, acho que o PT deve ir com ele, até porque tem tudo pra ser reeleito (é, o tempo passa e a gente vai acompanhando - eu já fui contra Cabral, hoje depende da conjuntura). Mas se ele não se candidatar (o que acho difícil, mas não sou adivinha) aí é Lindbergh na cabeça e vou adorar entrar nessa campanha.
bjs,
Alyda