segunda-feira, 30 de março de 2009

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO


Este blog prossegue a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo.Desta vez, os bairros da Barra da Tijuca e Barra de Guaratiba.

Barra da Tijuca

O processo de ocupação da Barra da Tijuca foi induzido pela implantação de estradas de rodagem, ao contrário dos bondes e trens que promoveram a urbanização nas regiões mais antigas da cidade. Muito antes que a região se adensasse, já tinham sido abertas as estradas dos Bandeirantes, do Joá, de Furnas, das Canoas, da Gávea, entre outras, que começaram a surgir ainda no século XIX.

Apesar dos loteamentos Jardim Oceânico e Tijucamar terem sido implantados em 1939, o bairro da Barra começa a ser sistematicamente ocupado apenas a partir da década de 1960, após a elaboração do Plano Lucio Costa e a realização de investimentos públicos na melhoria da acessibilidade da região.

Com a construção da Auto-Estrada Lagoa Barra, na década de 80, a urbanização da região se intensificou, em um padrão diferente do resto da cidade. Marcada pelos condomínios fechados e grandes equipamentos comerciais, a Barra é uma das principais frentes de expansão da cidade, com intensa atividade da construção civil.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Saiba mais sobre a Barra da Tituca

Conhecida como Região dos Sete Engenhos, a Região Administrativa da Barra da Tijuca hoje tem poucos marcos históricos. O mais importante é a Igreja de N. Sra. do Mont Serrat, construída pelos beneditinos por volta de 1766, no bairro de Vargem Pequena. Uma característica interessante da área são os nomes das localidades, que se mantiveram desde o período colonial: Camorim, Vargem Grande, Vargem Pequena e Recreio dos Bandeirantes.

O processo de ocupação da Barra da Tijuca foi induzido pela construção de estradas de rodagem, ao contrário dos bondes e trens que promoveram a urbanização nas regiões mais antigas da cidade. Muito antes que a região se adensasse, já tinham sido abertas as estradas dos Bandeirantes, do Joá, de Furnas, das Canoas, da Gávea, entre outras, que começaram a surgir ainda no século XIX, para atender a localidades distantes e de difícil acesso.

Até as primeiras décadas do século XX, os movimentos de ocupação se mostraram inconsistentes, pontuando apenas pequenas casas de veraneio no distante Recreio dos Bandeirantes e um processo de urbanização junto às principais vias de acesso, como a Avenida Niemeyer (1920) e a estrada de Furnas, que se juntavam para alcançar a Barra da Tijuca, contornando a Pedra da Gávea.

Em 1939, foi construída uma ponte sobre a Lagoa da Tijuca, obra executada por particulares para atender aos loteamentos Jardim Oceânico e Tijucamar e - no outro extremo - ao loteamento de duas grandes glebas no Recreio dos Bandeirantes, que pertencia ao inglês Joseph W. Finch. Historicamente, a Barra da Tijuca sempre esteve ligada aos moradores da Zona Norte e da Tijuca, que eram atraídos pelas águas límpidas de suas praias oceânicas pouco freqüentadas, ao invés das praias mais urbanas e também distantes da Zona Sul.

Até 1960, quase todas as melhorias executadas para a região atendiam apenas ao escoamento da parca produção rural ainda existente e ao lazer da população. Em 1969, sob o marco da aprovação do Plano Piloto de Urbanização e Zoneamento da Baixada de Jacarepaguá, elaborado pelo urbanista Lúcio Costa Barra, uma nova fronteira de expansão imobiliária se abria e a ocupação da Barra se iniciava de forma definitiva.

O Plano Lúcio Costa propunha uma ocupação planejada da baixada compreendida entre a Barra da Tijuca, o Pontal de Sernambetiba e Jacarepaguá e rompia, com seu urbanismo modernista, os padrões de ocupação típicos do Rio de Janeiro.

Com a construção da Auto-Estrada Lagoa Barra, na década de 1980, a urbanização da região se intensificou. Hoje, apesar das modificações do plano original, o urbanismo modernista faz da Barra um espaço singular no Rio de Janeiro, marcado pela presença dos condomínios fechados, shopping centers, hipermercados, e pela intensa atividade imobiliária. Apesar dos recorrentes investimentos em obras viárias – entre elas a Linha Amarela, construída na década de 1990 – a acessibilidade ainda é uma das principais questões da região. Apesar da intensidade do trânsito e da crescente poluição de suas lagoas e praias, a Barra, uma das principais frentes de expansão da cidade, ainda preserva um extenso litoral propício a banhos de mar e um conjunto importante de áreas naturais protegidas, onde se destaca a Área de Proteção Ambiental do Parque Natural Municipal de Marapendi.

Barra de Guaratiba
Seu nome vem do tupi: “WA’RA” ou “GUARA”, garça, mais o sufixo “Tuba”, sítio: “sitio em que abundam as garças”. O bairro se encontra na faixa entre os grandes manguezais e a Serra Geral de Guaratiba. Na cartografia do século XVII, a área já era chamada de “Barra de Guaratiba”. Em 1640, está denominada, também, como “Barra de Garatuba” na “Carta da Costa”, de João Teixeira, cosmógrafo do Rei.

A área apresenta importantes vestígios arqueológicos, com indícios pré-históricos, de antigo habitante, o “Homem do Sambaqui”. Em documentos de 1590, já se constatava a presença de colonos em partes da região que chamava de “Guarapirangua”. Em Barra de Guaratiba desembarcaram, em 1710, franceses comandados por Duclerc, que marcharam pelo sertão carioca para seu fracassado ataque a cidade do Rio de Janeiro.

Toda a região fazia parte da freguesia de Guaratiba, criada em 1755. Uma grande proprietária de terras, a Marquesa Ferreira, casada com Cristóvão Monteiro, tinha uma propriedade naquela praia, segundo documento de 1596.

O Porto Mar de Guaratiba, na barra de mesmo nome, exportava a produção agrícola da Freguesia, com acesso a embarcações de pequeno porte. Na Restinga da Marambaia, as terras de Maria Isabel Breves foram vendidas a uma Companhia de Melhoramentos e negociadas, em 1897, ao Banco da República e à Fazenda Federal, em 1905. Lá, o Exército instalou um polígono de tiro, tornando, toda a restinga, área militar. No sítio Santo Antonio da Bica, o paisagista Roberto Burle Marx localizou o seu viveiro de flores e plantas tropicais, em área estimada de 600.000 m2.

O Bairro tem duas praias: Barra de Guaratiba e a do Canto. Ambas em enseada abrigada pela Ponta do Picão e as encostas do morro de Guaratiba, que tem 355 metros. Estas praias são muito procuradas por veranistas. O acesso é feito pela antiga estrada da Barra de Guaratiba, atual estrada Roberto Burle Marx. Ao longo dessa via, limitando o extenso manguezal de Guaratiba, encontram-se diversos restaurantes de peixes e frutos do mar. Nas encostas do morro de Guaratiba estão trilhas que dão acesso às praias selvagens voltadas para o Grumari, como dos Búzios, Perigoso, Meio, Funda e do Inferno.
Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Um comentário:

Anônimo disse...

Flavio, tenho toda a historia de como foi grilada essas áreas de terras que hoje compreendem os bairros: Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Vargem grande, Vargem Pequena e camorim.

Todas as minhas documentações são originarias de documentos comprovados de dentro de um inventario que se encontra dentro do TJRJ,processo aberto desde1903. Essas áreas de Terras vieram do inventário da Marquesa de Jacarepagua e encontra-se sub litígio e ja foi confirmada a titularidade de verdadeiro dono dessas áreas, portanto todos que se encontram com escritura registradas estão de posse de um documento forjado com a conivencia com o cartorio de registro do nono RI.O Livro a respeito sobre essas áreas de terra está para ser lançado em breve. Contato. Email: verdadeirodo@ig.com.br