terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Para aqueles que celebraram com entusiasmo exagerado a eleição do novo presidente dos Estados Unidos, num momento em que a maior potência econômico-militar do mundo concede apoio incondicional à Israel, fica registrada a seguinte indagação: Cadê o Obama?

Afinal de contas, é notório que Israel representa os interesses norte-americanos na região, e como recompensa recebe apoio e proteção política e militar, além de periodicamente vultosas quantidades de dólares, para alimentar uma das mais poderosas máquinas de guerra do mundo. Com efeito, não pode ser considerada séria a idéia disseminada de que a ação do exército israelense é um alerta para os seus adversários na região, após a mal sucedida empreitada contra o Hezbollah no Líbano em 2006, em relação ao seu poderio militar, principalmente diante da fragilidade do seu momentâneo oponente, o Estado Palestino governado pelo Hamas.

A resposta mais consistente, já tangenciada por vários analistas internacionais nas coberturas que estão sendo realizadas sobre o conflito, está no frágil equilíbrio interno das forças políticas que governam o pais e a crise política e moral do gabinete ministerial chefiado pelo premier Ehud Olmert, alvo de denúncias de corrupção, diante da proximidade das eleições gerais de Israel que renovarão o seu parlamento, e elegerão os governantes do país. É a surrada tática de se apoiar em questões externas que rendem simpatia da opinião pública, para resolver problemas internos, mesmo que tal ação tenha como custo a mutilação e destruição de seres humanos, a maioria deles civis envolvidos no conflito.

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