A Igreja Católica e o 2º turno carioca

Tem circulado um boato no meio político carioca, que várias fiéis da ingreja católica, que oficialmente não se envolve em disputa político-partidária, foram orientados por suas paróquias a despejarem votos em Gabeira, antigo desafeto, para retirar de senador Marcelo Crivela qualquer possibilidade de alcançar o segundo turno. Atribuem a isso a forte queda de votos de Eduardo Paes nas zonas sul e norte, regiões da cidade onde o candidato verde/tucano nadou de braçadas.

Como se sabe, o único candidato recebido pelo Cardeal Dom Eusébio Scheid, Arcebispo da Diocese do Rio de Janeiro, foi Eduardo Paes, do PMDB, ex-Dem e ex-tucano.O candidato petista Alessandro Molon que deve aos votos oriundos da igreja católica boa parte da sua ascensão no cenário político estadual, quando foi o deputado mais votado na coligação liderada pelo PT, em 2006, dessa vez não obteve a acolhida que se esperava.

Resta saber se tal movimentação em direção à Gabeira será mantida, agora que o risco Crivela foi debelado. O fato novo é que a igreja católica demonstra que, de uma vez por todas, após a ascensão política dos evangélicos pentecostais resolveu se mexer para recuperar o espaço que vinha perdendo em relação a sua capacidade de influência sobre o estado, uma relação decisiva para a sua milenar existência.