Este blog prossegue com a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Nesta postagem destacamos os bairros Piedade, Pilares e Pitangueiras
Piedade
A ocupação da região começou ao longo da estrada Real de Santa Cruz, depois Suburbana (atual Av. Dom Hélder Câmara). Seus proprietários mais importantes foram Curvelo Cavalcanti e o Coronel Antonio Botafogo.
Em 1873, com a Estrada de Ferro Dom Pedro II já implantada, existia na região a parada “Gambá” ou estação “Gambá”, nome dado, segundo se conta, em função do Imperador Dom Pedro II ter ali visto vários gambás. Diz a versão popular que a esposa de Assis Carneiro – leiloeiro dono de chácara junto à área montanhosa da Serra dos Pretos Forros - pediu ao Diretor da Estrada de Ferro: “Por Piedade, Dr., mude o nome de nossa estaçãozinha”. O apelo deu certo, pois o diretor respondeu: “Perfeitamente minha senhora, ela se chamará Piedade”, daí se originando o nome da atual estação e do próprio bairro.
Da estrada Real de Santa Cruz partia a estrada do Inácio Dias, que, atravessando Piedade, cruzava o colo entre a Serra dos Pretos Forros e o morro do Inácio Dias, fazendo a ligação com Jacarepaguá. Mais tarde essa estrada seria aproveitada pela inacabada estrada da Covanca, na década de 1920.
Fato histórico marcante foi o assassinato do famoso escritor Euclides da Cunha, em 1909, na Estrada Real nº 214, pelo Capitão Dilermando, morador de Piedade.
Piedade foi o primeiro bairro do subúrbio carioca a ter energia elétrica, em 1905, juntamente com o bairro do Encantado. No decorrer dos anos progrediu, destacando-se a existência do River Futebol Clube (1914), da Fábrica de Refino de Açúcar (1927), do Várzea Country Clube (com reserva florestal) e da Universidade Gama Filho, cuja história começou em 1939, quando o ministro Luiz Gama Filho criou o Ginásio Piedade. Atualmente, a Universidade Gama Filho é uma importante instituição do ensino superior do estado, contando com o campus Gonzaga da Gama Filho e o colégio Gama Filho.
O bairro é predominantemente residencial, com comércio reduzido. Nas suas encostas situam-se as comunidades do Jardim Piedade (Caixa D’ Água), Morro do Dezoito, dos Marianos e Engenheiro Alfredo Gonçalves.
Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.
Pilares
A área do bairro de Pilares fazia parte da freguesia de São Tiago de Inhaúma, criada pelo Padre Custódio Coelho. Nela foram instaladas duas grandes fazendas: a Quinta de Sant’ana e a do Capão, esta última pertencente ao Bispo José Joaquim Justiniano Castelo Branco e a primeira a João Barbosa Sá Freire. O Bispo Castelo Branco tornou-se proprietário das duas fazendas, doando-as posteriormente a parentes. Em 1873, as fazendas pertenciam a Francisca Carolina de Mendonça Zieze e seu genro Gaspar Augusto Nascente Zieze, doadores do terreno no qual a Irmandade de São Benedito dos Pilares levantaria a sua capela, remodelada mais tarde pelo Padre José Corrêa.
Existem duas versões para o nome do bairro. Na primeira, o nome derivaria da “Venda dos Pilares”, devido a adornos de pedra destacados na edificação. Na segunda, o nome viria do largo do bairro, uma das paradas da Estrada Real de Santa Cruz (depois avenida Suburbana e, hoje, Av. Dom Hélder Câmara), onde havia pequenos pilares rodeando uma fonte d’água que serviam para amarrar cavalos. No Largo dos Pilares ocorria o entroncamento de três vias importantes para o escoamento de mercadorias: a Estrada Real de Santa Cruz, a estrada nova da Pavuna (atual avenida João Ribeiro) e parte da estrada do Porto de Inhaúma ou Caminho dos Pilares (atual rua Álvaro Miranda).
Os rios Faria e Faleiro cortam o bairro, e, entre eles, surgiriam os primeiros arruamentos: ruas Francisca Zieze, Glaziou, Gaspar, Francisca Vidal, Jacinto Rebelo, Casimiro de Abreu, entre outras.
Com a implantação Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil, depois Linha Auxiliar, foi inaugurada, em 1898, a estação Cintra Vidal, em homenagem ao professor Cintra Vidal, dono do primeiro colégio de toda essa região. Atualmente, a estação recebe a denominação de Cintra Vidal - Pilares e integra a Supervia. Havia, mais adiante, a estação Terra Nova – que dava nome a um trecho do bairro de Pilares -, inaugurada em 1905 e desativada na década de 1970, com acesso pela rua Luis de Castro.
Em 1965, no governo Carlos Lacerda, foi inaugurado o Viaduto Cristóvão Colombo sobre a linha auxiliar, próximo a Cintra Vidal, ligando Pilares a Inhaúma. Em 1997, com a inauguração da Via Expressa “Linha Amarela” em elevado sobre a rua José dos Reis, o bairro de Pilares passou a ter acesso direto à avenida Brasil e à Barra da Tijuca.
O comércio se concentra no Largo de Pilares e ao longo da avenida João Ribeiro. Destacam-se no bairro os conjuntos habitacionais, próximos a rua José dos Reis, a Associação CCIP (Centro Comercial e Industrial de Pilares), atualmente um clube, e a comunidade de baixa renda do morro dos Urubus, elevação mais destacada da região, com 177 metros.
No carnaval, o bairro marca presença com a Escola de Samba “Caprichosos de Pilares”, fundada em 1949, nas cores azul e branco, por dissidentes da “Unidos da Terra Nova”. Sua quadra fica na rua Faleiro, próxima ao Viaduto Cristóvão Colombo.
Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.
Pitangueiras
Em Indígena significa PYTY–NGUÊ-RA, “Apertado, Afogado”, nada a ver com essa espécie de árvore, que não ocorria na região. No final do século XIX, tem-se notícia de uma fábrica de formicidas próxima a Ponta do Tiro, com atracadouro próprio, demolida em 1940.
No século XX, surge o bairro, resultado da ocupação ao longo da linha do mar e do caminho dos antigos bondes. Em 1920, é construído pequeno forte na Ponta do Tiro, onde foram instalados um canhão e o mastro da bandeira. Em 1922, a Companhia de Melhoramentos da Ilha do Governador põe a circular o bonde elétrico, entre a Ribeira e o Cocotá, passando pelo bairro de Pitangueiras. Surgem os primeiros loteamentos na década de 1940, abrangendo as quadras das ruas Nambi e Engenheiro Maia Filho. Na década de 1950, seria loteado o morro do Zumbi, com a abertura das atuais ruas Profº Alberto Meyer, pracinha Cesário Aguiar, Santa Escolástica, pracinha Dirceu de Almeida, etc.
mportante é a antiga estrada do Monjolo (atual rua do Monjolo), interligando a praia das Pitangueiras à estrada do Rio Jequiá. No alto do morro da Tapera (56 mts), grandes conjuntos habitacionais foram construídos, divididos com o bairro vizinho da praia da Bandeira, como os Condomínios Brisa Mar, Carrossel Dourado, etc. No morro da Cacuia, em seu espigão voltado para a rua Monjolo e a estrada do Rio Jequiá, a grande comunidade denominada de morro Nossa Senhora das Graças ou “Boogie Woogie”, surgiu em 1927. O terreno era propriedade particular, seu antigo dono permitiu a construção de barracos, provocando grande expansão habitacional, seus herdeiros não conseguiram a remoção dos moradores, e a comunidade ocupou todo o morro, numa área de 138.788,41 m2. Os seus acessos principais se dão pela ruas Visconde de Lamare e Ibatuba. Próximo fica instalado o CIEP Olga Benário Prestes.
Em 1995, foi inaugurada a reforma no monumento da Ponta do Tiro com a instalação definitiva de um Mastro com a Bandeira Brasileira. A praia das Pitangueiras não apresenta faixa arenosa.
Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
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