Carlos Henrique Machado Freitas
terça-feira, 22 março 20116 Comentários
“A criação é o elo mais fraco e fácil de se neutralizar com o irônico discurso de ‘democratização do acesso’”. (Ana de Hollanda – Blog do Antonio Grassi).
No corpo e no espírito do Ecad que agora encontra a fala solidária da Ministra da Cultura, a tendência é o MinC seguir os artifícios hegemônicos de uma “produção de cultura racional”.
Hoje, dentro do MinC, esta racionalidade dominante deriva da técnica com objetivos mergulhados obedientemente nos imperativos do mercado. Assim fica mais fácil simplificar os novos possuidores e os não possuidores da readaptação que construirá um círculo vicioso na rotina da cultura institucional do Brasil.
Há uma nova ideia de cultura artística saída do ventre do novo MinC e, a partir dela estão sendo abertos novos espaços para um verdadeiro e receptivo totalitarismo, a cultura como prestadora de serviço, incorporando assim nas ditas produções racionais uma produção limitada aonde a sociedade entra com investimento público no início da cadeia e como consumidora contumaz no final da mesma para coroar esse círculo da teoria do medalhão.
É nítido que com o objetivo avassalador de chamar “às falas” os pontos de cultura e jogar purpurina no “criador”, o MinC, ao invés de consagrar a multiplicação das fontes criativas, na realidade permite apenas a cultura como metamorfose do “trabalho”. Tudo logicamente baseado no “enriquecimento do movimento intelectual brasileiro do oráculo dos deuses do mercado”.
Com isso tem-se, já agora, a certeza de que cada dia é dia de escassez de pensamento crítico dentro do MinC, sobretudo quando a fração de seu território condena o movimento determinante para uma extraordinária difusão e criação de novos atores da arena brasileira singularizadas pelo projeto Banda Larga do governo federal.
O MinC, de forma resolutamente boçal, tenta a todo custo encontrar freios para segurar o vulcão de autenticidade, de expansão da transformação em marcha crucial para a vida do Brasil, que é a democratização do acesso a todas as formas de conhecimento e de participação dos movimentos sociais. O comportamento do MinC hoje é, todavia, imaginar um outro cenário para o Brasil, aonde o espaço seja curto e os fluxos de conhecimento da sociedade fiquem subordinados não só ao Ecad, mas à realização da cultura do dinheiro, aumentando a capacidade de servir à plenitude do neoliberalismo cultural. Portanto, para o MinC não basta o simples escambo, mas o lucro como valor representativo da produção cultural.
Nessa marafunda de conceitos a ideia de povo, de nação e de Estado nacional fica restrita à cultura pela invenção do dinheiro. Assim, o MinC entra numa queda de braço com um dos principais projetos do governo federal, o Banda Larga. Se o governo federal, através do Banda Larga quer construir um conjunto de sistemas naturais a partir do território, do chão da população brasileira e sua identidade como base de suas políticas, os novos conteúdos demográficos, sobretudo os econômicos, agora no território do MinC estão subordinados aos processos da globalização cultural que não é outra coisa senão a definição de pobreza cultural a partir da marginalização da sociedade como protagonista do processo econômico através da divisão da riqueza e do trabalho.
Neste caso pinçado pelo MinC de Ana de Hollanda, a sociedade é admitida apenas como um mecenas compulsório e um consumidor voluntário de bens e serviços da chamada indústria criativa que não é outra coisa que não as fórmulas e formas de relacionamento entre artista e sociedade extraídas da costela do neoliberalismo industrial de cultura, ou seja, uma sociedade dócil e passiva diante da sabedoria imperativa dos donos da verdade absoluta.
Podemos afirmar então, em última análise, que está instalada uma contradição a partir da incompatibilidade ética entre o projeto majoritário do governo Dilma, de educação e cultura, o Banda Larga, e a política fracionada e miúda do Ministério da Cultura de Ana de Hollanda.
Se no governo Lula, simultaneamente, Gil e Juca cantaram e lutaram pela ampliação da comunicação dando ao Brasil, através do Banda Larga, o verdadeiro sentido de aldeia e do nascer de um país do século XXI, Ana de Hollanda, por sua vez, sonha com um mundo só, o mesmo que está nas mãos do mercado global e suas relações da arte alicerçadas no dinheiro em estado puro, fazendo do MinC não um ministério da cultura, mas um marchand, um regulador de mercado que atende à velocidade do dinheiro e não à realização do sonho da democratização do acesso a todas as formas de conhecimento e, consequentemente aos inúmeros efeitos no espaço e no tempo do Brasil Banda Larga.
“Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade”. (Paulo Freire – Pedagogia da autonomia)
Carlos Henrique Machado Freitas http://www.myspace.com/carloshenriquemachado
Bandolinista, compositor e pesquisador. Para mais
No corpo e no espírito do Ecad que agora encontra a fala solidária da Ministra da Cultura, a tendência é o MinC seguir os artifícios hegemônicos de uma “produção de cultura racional”.
Hoje, dentro do MinC, esta racionalidade dominante deriva da técnica com objetivos mergulhados obedientemente nos imperativos do mercado. Assim fica mais fácil simplificar os novos possuidores e os não possuidores da readaptação que construirá um círculo vicioso na rotina da cultura institucional do Brasil.
Há uma nova ideia de cultura artística saída do ventre do novo MinC e, a partir dela estão sendo abertos novos espaços para um verdadeiro e receptivo totalitarismo, a cultura como prestadora de serviço, incorporando assim nas ditas produções racionais uma produção limitada aonde a sociedade entra com investimento público no início da cadeia e como consumidora contumaz no final da mesma para coroar esse círculo da teoria do medalhão.
É nítido que com o objetivo avassalador de chamar “às falas” os pontos de cultura e jogar purpurina no “criador”, o MinC, ao invés de consagrar a multiplicação das fontes criativas, na realidade permite apenas a cultura como metamorfose do “trabalho”. Tudo logicamente baseado no “enriquecimento do movimento intelectual brasileiro do oráculo dos deuses do mercado”.
Com isso tem-se, já agora, a certeza de que cada dia é dia de escassez de pensamento crítico dentro do MinC, sobretudo quando a fração de seu território condena o movimento determinante para uma extraordinária difusão e criação de novos atores da arena brasileira singularizadas pelo projeto Banda Larga do governo federal.
O MinC, de forma resolutamente boçal, tenta a todo custo encontrar freios para segurar o vulcão de autenticidade, de expansão da transformação em marcha crucial para a vida do Brasil, que é a democratização do acesso a todas as formas de conhecimento e de participação dos movimentos sociais. O comportamento do MinC hoje é, todavia, imaginar um outro cenário para o Brasil, aonde o espaço seja curto e os fluxos de conhecimento da sociedade fiquem subordinados não só ao Ecad, mas à realização da cultura do dinheiro, aumentando a capacidade de servir à plenitude do neoliberalismo cultural. Portanto, para o MinC não basta o simples escambo, mas o lucro como valor representativo da produção cultural.
Nessa marafunda de conceitos a ideia de povo, de nação e de Estado nacional fica restrita à cultura pela invenção do dinheiro. Assim, o MinC entra numa queda de braço com um dos principais projetos do governo federal, o Banda Larga. Se o governo federal, através do Banda Larga quer construir um conjunto de sistemas naturais a partir do território, do chão da população brasileira e sua identidade como base de suas políticas, os novos conteúdos demográficos, sobretudo os econômicos, agora no território do MinC estão subordinados aos processos da globalização cultural que não é outra coisa senão a definição de pobreza cultural a partir da marginalização da sociedade como protagonista do processo econômico através da divisão da riqueza e do trabalho.
Neste caso pinçado pelo MinC de Ana de Hollanda, a sociedade é admitida apenas como um mecenas compulsório e um consumidor voluntário de bens e serviços da chamada indústria criativa que não é outra coisa que não as fórmulas e formas de relacionamento entre artista e sociedade extraídas da costela do neoliberalismo industrial de cultura, ou seja, uma sociedade dócil e passiva diante da sabedoria imperativa dos donos da verdade absoluta.
Podemos afirmar então, em última análise, que está instalada uma contradição a partir da incompatibilidade ética entre o projeto majoritário do governo Dilma, de educação e cultura, o Banda Larga, e a política fracionada e miúda do Ministério da Cultura de Ana de Hollanda.
Se no governo Lula, simultaneamente, Gil e Juca cantaram e lutaram pela ampliação da comunicação dando ao Brasil, através do Banda Larga, o verdadeiro sentido de aldeia e do nascer de um país do século XXI, Ana de Hollanda, por sua vez, sonha com um mundo só, o mesmo que está nas mãos do mercado global e suas relações da arte alicerçadas no dinheiro em estado puro, fazendo do MinC não um ministério da cultura, mas um marchand, um regulador de mercado que atende à velocidade do dinheiro e não à realização do sonho da democratização do acesso a todas as formas de conhecimento e, consequentemente aos inúmeros efeitos no espaço e no tempo do Brasil Banda Larga.
“Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade”. (Paulo Freire – Pedagogia da autonomia)
Carlos Henrique Machado Freitas http://www.myspace.com/carloshenriquemachado
Bandolinista, compositor e pesquisador. Para mais
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