Este blog prossegue com as postagens sobre um resumo, por ordem alfabética, da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado a Secretaria Municipal de Urbanismo da Prefeitura do Rio - com a ajuda decisiva da amiga Denise Moura, que nos indicou a fonte para tais informações.
Esta publicação fora iniciada em 9 de março de 2009, com o resumo das histórias dos bairros da Abolição e Acari. Após uma longa interrupção, retomamos a publicação e abordamos os bairros Vila Isabel e Vila Militar
Esta é a penúltima postagem, o (a) leitor (a) que não teve a oportunidade de conhecer as postagens anteriores, após o término destas que ainda faltam, que se concluirão com os bairros Vila Valqueire, Vista Alegre e Zumbi (na Ilha do Governador) , tornaremos a publicar o resumo das histórias dos 159 bairros do Rio de janeiro desde o início, todas as segundas-feiras.
Boa leitura!
Vila Isabel
Todas as terras de Vila Isabel eram da Fazenda do Macaco, limitada pelo Rio Joana, pelo Caminho do Cabuçu (atual rua Barão do Bom Retiro) e pela Serra do Engenho Novo. Dom Pedro I a presenteou à Imperatriz D. Amélia de Beauharnais, Duquesa de Bragança, sendo freqüentes os passeios do casal ao local. Com a volta de Dom Pedro a Portugal, a fazenda ficou abandonada, sendo atingida pela epidemia de cólera morbus de meados do século XIX. A região se situava na rota de passagem entre os Engenhos Velho e Novo dos Jesuítas, sendo cortada por dois caminhos principais: o do Cabuçu e o do Macaco.
O Barão João Batista de Viana Drummond, reconhecendo o potencial comercial da área, procurou o Ministro do Império, Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, solicitando permissão para estabelecer uma linha de ferro-carril ligando a Fazenda do Macaco ao Centro da Cidade. Em 1872, o Barão de Drummond comprou a fazenda e montou (em sociedade com o Visconde de Silva, o Barão de São Francisco Filho, Bezerra de Menezes e Temístocles Petrocochino) a “Companhia Arquitetônica de Villa Izabel” para a promoção de loteamento, para o qual contratou projeto do Engenheiro Francisco Bittencourt da Silva. Assim, em 1873, nascia o primeiro bairro planejado da cidade. Bittencourt da Silva fez o levantamento do terreno e elaborou a planta do loteamento “Villa Izabel” - em homenagem à Princesa Isabel -, com 13 ruas projetadas, uma grande avenida arborizada, o “Boulevard” 28 de Setembro (aproveitando o antigo Caminho do Macaco), e uma praça central, a Sete de Março (atual Barão de Drummond).
Entre 1873 e 1875, a Companhia Ferro-Carril de Vila Isabel estendeu as linhas de bonde para Vila Isabel, inicialmente de tração animal. Em 1909, foi inaugurada a Estação de Bondes de Vila Isabel, já com tração elétrica.
Dotado de um Jardim Zoológico (nele foi criado, em 1884, o “Jogo do Bicho”), o bairro contava com os Clubes Vila Isabel F.C. (1912), Confiança Atlético Clube (1915) e, mais tarde, a atual Associação Atlética Vila Isabel (1950). Na primeira metade do século XX, foram erguidos a Igreja N. S. de Lourdes (entre 1919 e 1943), o Convento da Ajuda (1920) e a Igreja de Santo Antonio de Lisboa (1902), no alto do morro de mesmo nome, a 71 metros de altitude.
Vila Isabel abrigou uma das fábricas mais antigas da Cidade, a Companhia de Fiação e Tecidos Confiança, desativada em 1964. Hoje, o prédio remanescente do conjunto fabril - onde está instalado o Supermercado Boulevard - e casas da vila operária no seu entorno fazem parte de Área de Proteção do Ambiente Cultural municipal.
O bairro, cantado em sambas famosos em todo o Brasil, teve entre seus ilustres moradores Noel Rosa – o grande compositor profundamente identificado com o espírito e o charme de Vila Isabel -, João de Barro e Orestes Barbosa. Outra referência importante é Martinho da Vila, cuja história se confunde com a da tradicional Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, campeã do carnaval carioca de 1988.
Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.
Vila Militar
No início do século XX, os batalhões e regimentos da cidade se concentravam próximos ao Centro, em São Cristóvão, no Campo de Santana, no antigo Arsenal de Guerra (atual Museu Histórico), na Fortaleza de São João e na Praia Vermelha. O Marechal Hermes da Fonseca resolveu então transferir os 6 (seis) batalhões do primeiro e segundo Regimentos de Infantaria para uma nova vila militar na zona suburbana, que pudesse se interligar com as unidades de Realengo. No governo Afonso Pena, as fazendas e engenhos de Sapopemba, Gericinó, Engenho Novo da Piedade, da Água Branca, do Cabral, do Monte Alegre, entre outros, começaram a ser desapropriadas nos vastos campos entre Deodoro e os limites com a Baixada Fluminense.
Os primeiros quartéis da Vila Militar - o do primeiro e do segundo Regimentos de Infantaria -, as casas de administração e os depósitos de munição foram construídos pelo tenente engenheiro Palmyro Serra Pulcherio. As obras terminaram 1910 e a Vila Militar foi inaugurada em 1912. A partir de 1915, novos quartéis e residências para militares foram construídos ao longo da avenida Duque de Caxias, formando, ao longo do tempo, o maior aquartelamento do Brasil e a maior concentração militar da América Latina, com mais de 60.000 homens.
No ramal ferroviário de Mangaratiba (atual ramal de Santa Cruz), foi inaugurada a estação Vila Militar, em 18 de agosto de 1910, com seu belo prédio em estilo inglês, semelhante ao da Estação de Marechal Hermes.
Destacam-se no bairro os prédios dos regimentos Sampaio, Andrade Neves, Avaí, o campo de instrução de Gericinó, o Hospital da guarnição da Vila Militar, os regimentos Floriano, de cavalaria mecanizada, entre outros.
Por ocasião dos Jogos Pan-Americanos Rio-2007, foi construído o Centro Esportivo Deodoro, que utilizou área do tradicional Círculo Militar Deodoro, na Vila Militar, para disputa das modalidades de hipismo, pentatlo moderno, hóquei sobre grama, entre outras, mantendo como instalações permanentes os centros nacionais de hipismo e de tiro esportivo.
Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.
Esta publicação fora iniciada em 9 de março de 2009, com o resumo das histórias dos bairros da Abolição e Acari. Após uma longa interrupção, retomamos a publicação e abordamos os bairros Vila Isabel e Vila Militar
Esta é a penúltima postagem, o (a) leitor (a) que não teve a oportunidade de conhecer as postagens anteriores, após o término destas que ainda faltam, que se concluirão com os bairros Vila Valqueire, Vista Alegre e Zumbi (na Ilha do Governador) , tornaremos a publicar o resumo das histórias dos 159 bairros do Rio de janeiro desde o início, todas as segundas-feiras.
Boa leitura!
Vila Isabel
Todas as terras de Vila Isabel eram da Fazenda do Macaco, limitada pelo Rio Joana, pelo Caminho do Cabuçu (atual rua Barão do Bom Retiro) e pela Serra do Engenho Novo. Dom Pedro I a presenteou à Imperatriz D. Amélia de Beauharnais, Duquesa de Bragança, sendo freqüentes os passeios do casal ao local. Com a volta de Dom Pedro a Portugal, a fazenda ficou abandonada, sendo atingida pela epidemia de cólera morbus de meados do século XIX. A região se situava na rota de passagem entre os Engenhos Velho e Novo dos Jesuítas, sendo cortada por dois caminhos principais: o do Cabuçu e o do Macaco.
O Barão João Batista de Viana Drummond, reconhecendo o potencial comercial da área, procurou o Ministro do Império, Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, solicitando permissão para estabelecer uma linha de ferro-carril ligando a Fazenda do Macaco ao Centro da Cidade. Em 1872, o Barão de Drummond comprou a fazenda e montou (em sociedade com o Visconde de Silva, o Barão de São Francisco Filho, Bezerra de Menezes e Temístocles Petrocochino) a “Companhia Arquitetônica de Villa Izabel” para a promoção de loteamento, para o qual contratou projeto do Engenheiro Francisco Bittencourt da Silva. Assim, em 1873, nascia o primeiro bairro planejado da cidade. Bittencourt da Silva fez o levantamento do terreno e elaborou a planta do loteamento “Villa Izabel” - em homenagem à Princesa Isabel -, com 13 ruas projetadas, uma grande avenida arborizada, o “Boulevard” 28 de Setembro (aproveitando o antigo Caminho do Macaco), e uma praça central, a Sete de Março (atual Barão de Drummond).
Entre 1873 e 1875, a Companhia Ferro-Carril de Vila Isabel estendeu as linhas de bonde para Vila Isabel, inicialmente de tração animal. Em 1909, foi inaugurada a Estação de Bondes de Vila Isabel, já com tração elétrica.
Dotado de um Jardim Zoológico (nele foi criado, em 1884, o “Jogo do Bicho”), o bairro contava com os Clubes Vila Isabel F.C. (1912), Confiança Atlético Clube (1915) e, mais tarde, a atual Associação Atlética Vila Isabel (1950). Na primeira metade do século XX, foram erguidos a Igreja N. S. de Lourdes (entre 1919 e 1943), o Convento da Ajuda (1920) e a Igreja de Santo Antonio de Lisboa (1902), no alto do morro de mesmo nome, a 71 metros de altitude.
Vila Isabel abrigou uma das fábricas mais antigas da Cidade, a Companhia de Fiação e Tecidos Confiança, desativada em 1964. Hoje, o prédio remanescente do conjunto fabril - onde está instalado o Supermercado Boulevard - e casas da vila operária no seu entorno fazem parte de Área de Proteção do Ambiente Cultural municipal.
O bairro, cantado em sambas famosos em todo o Brasil, teve entre seus ilustres moradores Noel Rosa – o grande compositor profundamente identificado com o espírito e o charme de Vila Isabel -, João de Barro e Orestes Barbosa. Outra referência importante é Martinho da Vila, cuja história se confunde com a da tradicional Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, campeã do carnaval carioca de 1988.
Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.
Vila Militar
No início do século XX, os batalhões e regimentos da cidade se concentravam próximos ao Centro, em São Cristóvão, no Campo de Santana, no antigo Arsenal de Guerra (atual Museu Histórico), na Fortaleza de São João e na Praia Vermelha. O Marechal Hermes da Fonseca resolveu então transferir os 6 (seis) batalhões do primeiro e segundo Regimentos de Infantaria para uma nova vila militar na zona suburbana, que pudesse se interligar com as unidades de Realengo. No governo Afonso Pena, as fazendas e engenhos de Sapopemba, Gericinó, Engenho Novo da Piedade, da Água Branca, do Cabral, do Monte Alegre, entre outros, começaram a ser desapropriadas nos vastos campos entre Deodoro e os limites com a Baixada Fluminense.
Os primeiros quartéis da Vila Militar - o do primeiro e do segundo Regimentos de Infantaria -, as casas de administração e os depósitos de munição foram construídos pelo tenente engenheiro Palmyro Serra Pulcherio. As obras terminaram 1910 e a Vila Militar foi inaugurada em 1912. A partir de 1915, novos quartéis e residências para militares foram construídos ao longo da avenida Duque de Caxias, formando, ao longo do tempo, o maior aquartelamento do Brasil e a maior concentração militar da América Latina, com mais de 60.000 homens.
No ramal ferroviário de Mangaratiba (atual ramal de Santa Cruz), foi inaugurada a estação Vila Militar, em 18 de agosto de 1910, com seu belo prédio em estilo inglês, semelhante ao da Estação de Marechal Hermes.
Destacam-se no bairro os prédios dos regimentos Sampaio, Andrade Neves, Avaí, o campo de instrução de Gericinó, o Hospital da guarnição da Vila Militar, os regimentos Floriano, de cavalaria mecanizada, entre outros.
Por ocasião dos Jogos Pan-Americanos Rio-2007, foi construído o Centro Esportivo Deodoro, que utilizou área do tradicional Círculo Militar Deodoro, na Vila Militar, para disputa das modalidades de hipismo, pentatlo moderno, hóquei sobre grama, entre outras, mantendo como instalações permanentes os centros nacionais de hipismo e de tiro esportivo.
Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.
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