segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO


Este blog prossegue com as postagens sobre um resumo, por ordem alfabética, da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado a Secretaria Municipal de Urbanismo da Prefeitura do Rio - com a ajuda decisiva da amiga Denise Moura, que nos indicou a fonte para tais informações.

Esta publicação fora iniciada em 9 de março de 2009, com o resumo das histórias dos bairros da Abolição e Acari. Após uma longa interrupção, retomamos a publicação e abordamos os bairros Vigário Geral, Vila Cosmos e Vila da Penha

Quem não teve a oportunidade de conhecer as postagens anteriores, após o término destas que ainda faltam, que se concluirão com o bairro do Zumbi (na Ilha do Governador) , tornaremos a publicar o resumo das histórias dos 159 bairros do Rio de janeiro desde o início, todas as segundas-feiras.

Boa leitura!


Vigário Geral

Nas terras pantanosas que pertenciam originalmente à freguesia de Irajá, havia uma grande fazenda, a Fazenda Nossa Senhora das Graças, onde ficava o Engenho do Vigário Geral, também conhecido como “Engenho Velho”, próximo ao rio Meriti. Esse “Vigário Geral” seria o Cônego Dr. Luiz Borges da Silva Oliveira, dono do Engenho Nossa Senhora das Graças na segunda metade do século XVIII, embora existam fontes citando o monsenhor Félix de Albuquerque ou o Padre Dr. Clemente de Matos, ambos donos do Engenho de Irajá, como o “Vigário Geral” que deu nome ao bairro.

Com a extinção do Engenho, a fazenda virou propriedade do deputado e médico Dr. Bulhões Marcial que, a partir de 1910, resolveu lotear suas terras morro acima, abrindo ruas. Em 05 de outubro de 1910, a Estrada de Ferro Leopoldina (antiga Estrada de Ferro do Norte) montou um barracão como parada do trem para atender a população, inaugurando a estação do “Velho Engenho”, posteriormente estação do Vigário Geral.

Vigário Geral ocupa grande área desde a rua Bulhões Marcial (antiga estrada Rio-Petrópolis) até junto à rodovia Presidente Dutra, onde depois foi loteado o “Jardim América”. Atualmente o bairro contém centenas de empresas – é considerado o segundo pólo industrial e de serviços do Município -, clubes sociais, praças públicas (com destaque para a Catolé da Rocha e seu coreto tombado pelo Patrimônio Histórico), um pequeno comércio, três associações de moradores, uma escola de samba e uma grande estação de tratamento sanitário, a “Usina de tratamento da bacia do rio Pavuna”, que faz parte do projeto de despoluição da Baía de Guanabara.

Desde 2000 o bairro faz parte da então criada XXXI Região Administrativa-Vigário Geral, que inclui ainda Jardim América, Cordovil e Parada de Lucas. No limite com Jardim América, foi implantado pela CEHAB, na década de 1960 (governo Carlos Lacerda), o Conjunto Habitacional “Vila Esperança”, para moradores de baixa renda.

O Parque Proletário de Vigário Geral está localizado à leste da linha férrea e sua ocupação iniciou-se no final dos anos 1950. Muitos ferroviários vieram morar no local, cujo terreno pertencia a Estrada de Ferro Leopoldina, e foi então fundada a Associação de Moradores de Vigário Geral. O fornecimento de luz foi regularizado em 1984 e a distribuição de água implantada em regime de mutirão. Destacam-se no bairro a presença do grupo cultural Afro Reggae, da ONG Casa da Paz e da organização Médicos Sem Fronteiras. Para facilitar o acesso, foi construído viaduto sobre o ramal ferroviário, ligando a comunidade à rua Bulhões Marcial.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Vila Cosmos

A Companhia Urbanizadora Imobiliária Kosmos, construiu o loteamento Vila Florença, implantada em 1930, nas terras do Dr. Guilherme Guinle, situadas entre a estrada Vicente de Carvalho e a Serra da Misericórdia. Atualmente, em suas proximidades, ficam o Hipermercado Carrefour, o Carioca Shopping e a estação do metrô Vicente de Carvalho. É um bairro essencialmente residencial, atravessado pela Avenida Meriti.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Vila da Penha

As pedras do rio Irajá formavam barreiras e obstáculos aos colonizadores que navegavam com destino a Irajá. Assim, os viajantes eram obrigados a interromper sua jornada no local onde hoje fica a Vila da Penha e prosseguir por terra. A partir de 1600, pequenas casas, pomares e hortas surgiram na região, atravessada pelo rio Quitungo (afluente de Irajá).

A expansão do bairro iniciou-se por volta de 1920, quando já existiam fazendas e engenhos de açúcar e proprietários iniciaram o loteamento e desmembramento de seus terrenos. O Projeto de Arruamento e Loteamento (PAL) da “Vila Penha”, de propriedade da “Empresa Industrial de Melhoramentos do Brasil”, elaborado em 1927/1930 e alterado em 1936, consolidou a urbanização do bairro, abrangendo vários logradouros cortados pela estrada do Quitungo, avenida Meriti e estrada Brás de Pina (atual Av. Brás de Pina).

No entroncamento das avenidas Meriti e Brás de Pina encontram-se o “Largo do Bicão” (atual Praça Rubey Wanderlei), assim chamado por ter abrigado uma grande torneira pública no início do século XX, que servia aos moradores das redondezas. Atualmente o Largo é constituído por uma praça, com expressivo Centro Comercial, contendo bancos, bares e supermercados.

A inauguração do Carioca Shopping em 2001, na divisa com Vicente de Carvalho, trouxe importante centro de lazer e serviços a esse bairro, predominantemente residencial, um dos mais valorizados dos subúrbios e da Zona Norte.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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