Bento XVI critica sentimento anticlerical na Espanha
O Papa Bento XVI é recebido pelo príncipe Felipe e a princesa Letícia no aeroporto da cidade espanhola de Santiago de Compostela. Foto: / Miguel Riopa
O Globo
Em visita de dois dias à Espanha, o Papa Bento XVI criticou o crescimento de um sentimento "agressivo" contra a Igreja Católica no país. O pontífice disse que o anticlericalismo enfrentado na área remonta à década de 1930, período em que a Igreja sofreu uma onda de violência e de oposição quando a Espanha fazia a transição entre uma democracia instável e uma guerra civil.
- Na Espanha, nasceu uma forte, agressiva laicidade, um anticlericalismo, uma secularização, como experimentados em 1930 - disse Bento XVI.
A Igreja Católica na Espanha entrou em choque com o governo socialista de José Luis Zapatero sobre os direitos dos homossexuais e aborto. O aborto, ilegal sob a ditadura de Francisco Franco - morto em 1975 - foi legalizado sob circunstâncias limitadas em 1985, mas neste ano o governo de Zapatero liberou o procedimento durante as primeiras 14 semanas de gravidez. Menores podem abortar se tiverem consentimento de um parente.
O Papa chegou na manhã deste sábado à cidade de Santiago de Compostela, onde foi recebido pelo príncipe Felipe e pela princesa Letícia.
Em pronunciamento, o pontífice lembrou que o Papa João Paulo II, em sua visita à mesma cidade, em 1982, enviou mensagem semelhante à Espanha e à Europa para que redescobrissem suas raízes cristãs.
- Precisamos de uma Espanha e de uma Europa preocupadas não só com as necessidades materiais das pessoas, mas com suas necessidades morais, sociais, espirituais e religiosas, visto que todos esses são requisitos genuínos à humanidade - disse Bento XVI.
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