quinta-feira, 28 de outubro de 2010

DE DILMA SOBRE A DECLARAÇÃO DO PAPA

28/10/2010 - 17h13

Dilma nega danos à campanha e diz que manifestação do papa precisa ser respeitada

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MÁRCIO FALCÃO
RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse nesta quinta-feira não acreditar que a recomendação do papa Bento 16 para que a Igreja Católica oriente politicamente seus fiéis no Brasil prejudique sua campanha.

Dilma afirmou que não vê nenhum constrangimento na declaração do papa que, em conversa com bispos brasileiros em Roma, também se posicionou contra o aborto.

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Para a petista, a manifestação do papa precisa ser respeitada. "Eu acho que é a posição do papa e tem que ser respeitada. Encaro que ele tem o direito de manifestar o que ele pensa. É a crença dele e ele está recomendando uma orientação", disse.

Alvo de uma campanha no primeiro turno em igrejas e templos religiosos de que defenderia o aborto, Dilma negou que exista relação entre esses rumores contra ela e a manifestação do papa.

"Vamos separar as questões. Eu não acho que o papa tem nada a ver com isso. No Brasil, ocorreu outra coisa: uma campanha que não veio a luz do dia, quem fez a campanha não se identificou, não mostrou sua cara. Foi uma campanha de difamações,calúnias e algumas feitas ao arrepio da lei porque a lei proíbe que isso ocorra. Ele veio a público e falou a posição dele", afirmou.

Dilma disse que sempre reclamou do jogo feito no submundo da política. "Nós somos contra essa conversa que vem por baixo do pano, tenta fazer um jogo que confunde tudo. Eu cansei de repetir qual é a minha posição nessa questão do aborto. Eu pessoalmente sou contra o aborto", disse.

Antes de ser candidata, Dilma defendia abertamente a descriminalização da prática --o fez, por exemplo, em sabatina na Folha em 2007 e em entrevista em 2009 à revista "Marie Claire".

Depois, ao longo da campanha, disse que pessoalmente era contra a proposta. Hoje, diz que repassará a discussão ao Congresso.

A petista reafirmou que não pretende mudar a legislação vigente, que permite o aborto em caso de estupro e risco para a vida da mãe. Dilma voltou a falar, no entanto, que essa é uma questão de saúde pública.

APOIO

Dilma recebeu hoje em Brasília o apoio da FUP (Federação Única dos Petroleiros). A petista rebateu as críticas de seu adversário José Serra (PSDB) de que o governo Lula fez mais concessões para exploração de petróleo do que o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Segundo Dilma, a prática ocorreu porque o petróleo era em pouca quantidade, baixa qualidade e com alto custo de exploração.

FICHA LIMPA

A candidata evitou comentar a decisão de ontem do Supremo Tribunal Federal que validou a Lei da Ficha Limpa para estas eleições.

"Eu não debato com o STF. Acho que nenhum de nós deve fazê-lo. Quando se trata de decisão última do Supremo, mesmo que você tenha sido contra ou a favor antes, ela existe para ser cumprida", disse.

2 comentários:

Anônimo disse...

Dá para acreditar em um papa que proteje criminosos como o cardeal Bernad Low que escondia os processos contra os pedófilos nos E.U.A. e depois foi alçado para um elevado cargo no Vaticano quando foi processado pela justiça norte-americana?
Acho que o papa se referia ao Serra afinal até a mulher dele fez aborto, segundo informações de ex-alunas dela.
William
economista e ex-seminarista

Lopes Imóveis em Porto Alegre disse...

Eu não acho justa essa interferência do papa, e que acabará atrapalhando a candidatura do José Serra, só porque a mulher dele fez aborto (e ele deve ter apoiado, conforme declarações da estudante de dança), e porque ele autorizou fazer aborto pelo SUS. O aborto da mulher do Serra é um assunto particular e deve ter sido muito doloroso para ambos... não acho que devemos julgar alguém por isso... Eu não voto no Serra, mas se votasse, não deixaria de fazê-lo por causa da opinião do papa...