segunda-feira, 21 de junho de 2010

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO

Este blog prossegue com a publicação, por órdem alfabética, do resumo dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado a Secretaria Municipal de Urbanismo da Prefeitura do Rio. Nesta postagem destacamos os bairros Santíssimo, Santo Cristo e São Conrado.

Santíssimo


A localidade era atravessada pela estrada real de Santa Cruz. Nela ficava o Engenho do Lameirão, de Manuel Suzano, com sua capela de Nossa Senhora da Conceição do Lameirão, o templo mais importante das redondezas. Em 1750, a capela teve permissão para manter em “Sacrário” o Santíssimo Sacramento e, para isso, foi criada uma irmandade. Esse acontecimento passou a designar de Santíssimo toda a região situada entre Bangu e Campo Grande e batizaria o atual bairro.

Com a implantação da estrada Rio-São Paulo, atual avenida de Santa Cruz, e a chegada da linha férrea, foi inaugurada, em 1890, estação Coqueiro, nome de uma fazenda local, mais tarde rebatizada de Estação do Santíssimo. Santíssimo está situado entre o morro do Lameirão e a Avenida Brasil, abrangendo grandes loteamentos e comunidades, ao longo das estradas da Posse, do Lameirão e da rua Teixeira Campos.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Santo Cristo

Originalmente, toda a região do bairro de Santo Cristo pertencia ao chacareiro Alferes Diogo de Pina, daí o nome de São Diogo dados à capela, ao morro e ao mangal e seu entorno, e, também, o nome de Saco dos Alferes dado à praia então existente no local. O Saco do São Diogo, conhecido também como Praia Formosa, mais tarde foi aterrado para a construção do Canal do Mangue. No prolongamento do Caminho de São Diogo, que também levava à Praia Formosa, funcionava a Pedreira de São Diogo.

Em 1879, o bairro teve grande parte aterrada pela Empresa de Melhoramentos do Brasil, a fim de abrir ruas para o empreendimento Vila Guarany. As Ilhas dos Melões e das Moças, localizadas no antigo Saco do Alferes próximas de onde se localiza hoje a Rodoviária Novo Rio, foram extintas na construção do Cais do Porto, no início do século XX. Esses aterros deram origem ao atual bairro de Santo Cristo, cuja Igreja de Santo Cristo dos Milagres, erguida em 1872, localiza-se no antigo Largo do Gambá (atual Largo de Santo Cristo). O primeiro acesso ao bairro se dava pelo caminho do Saco do Alferes, atual Rua da América.

A ocupação do Morro do Pinto (antigo Morro do Nheco) se deu em 1875, nos terrenos que pertenceram ao Barão de Mauá, onde Antonio Pinto realizou um grande loteamento abrindo seis ruas e quatro travessas. Em 1877, outro grande loteamento foi criado nas encostas voltadas para a Praia Formosa, a chamada “Vila Formosa”, com mais cinco ruas e três travessas. Com a construção do elevado 31 de Março, o bairro de Santo Cristo tornou-se rota de passagem para a Ponte Rio-Niterói e a Avenida Brasil.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

São Conrado

São Conrado era um distante arrebalde, deserto, à sombra da imensa Pedra da Gávea, com sua longa praia, de acesso fechado pela mata. Desde 1767, a atual Estrada da Gávea, ainda de terra, servia de acesso à região.

A região, espremida entre o mar e o Morro do Cochrane, pertencia à Fazenda São José da Lagoinha da Gávea, também conhecida como Morgadio de Asseca, propriedade dos herdeiros de Salvador Corrêa de Sá e Benevides, nos meados do Século XVIII. Sua sede foi comprada, em 1932, por Osvaldo Riso, se transformando na atual Villa Riso, centro de visitação com eventos culturais e exposições de artes.

No início do século XX, o Comendador Conrado Jacob Niemeyer possuía grande fazenda na baixada e nela ergueu uma pequena igreja, em 1916, em devoção a São Conrado, origem do nome do bairro. Niemeyer também concluiu a belíssima Avenida Niemeyer - doada a Prefeitura, em 1916 – e melhorou a Estrada da Gávea, que ganhou esse nome em 1917, após incorporar parte da Rua Marquês de São Vicente. Em 1919, a Avenida Niemeyer seria alargada por Paulo de Frontin. Já a Estrada da Gávea, com suas curvas sinuosas, fazia o chamado “Trampolim do Diabo” e, entre 1933 e 1952, serviu às corridas automobilísticas do “Circuito da Gávea”.

Em 1921, integrantes da empresa Tramway criaram o Gávea Golf & Country Club, abrangendo grande área verde e a chamada “Casa Azul”, sede de antigo engenho. Em 1930, surgia o primeiro loteamento do bairro, que deu origem à Rua Capuri. Nos anos 1940 e 1950, o Largo de São Conrado era bastante freqüentado e ali viria a se instalar o popular “Bar Bem”. Novos loteamentos surgiam, como o Jardim Gávea e o loteamento da Rua Iposeira e, em 1949, foi inaugurada a Estrada da Canoa, com seu belo mirante no Viaduto Berta Leitchic. Depois, nos anos 1980 – a época das danceterias -, as Boites Zoom e Circus passaram a atrair uma parte da juventude carioca.

Dois fatores influenciaram profundamente o processo de ocupação do bairro: a inauguração do Túnel Dois Irmãos (atual Zuzu Angel), em 1971, e seu prolongamento, a Auto Estrada Lagoa-Barra, que transformou São Conrado em bairro de passagem. Surgiram os grandes condomínios de prédios altos, foram construídos os hotéis Nacional e Intercontinental e a orla marítima foi urbanizada. A ocupação de classe média alta se refletia no sofisticado Shopping São Conrado Fashion Mall (1982), em contraste com a Favela da Rocinha, cuja origem se deu na década de 1930, com barracos esparsos e lavouras. A partir das décadas de 1970 e 1980, a Rocinha passou a ter uma expansão acelerada, se transformando em uma das maiores favelas da cidade, com comércio expressivo, serviços e mais de 2500 empresas. No início dos anos de 1990, foi desmembrada dos bairros vizinhos, para se tornar o bairro e a XVII Região Administrativa da Rocinha.

São Conrado é emoldurado pelo verde intenso das florestas do Parque Nacional da Tijuca, no Morro do Cochrane (718 metros de altitude), e pelo espetacular maciço rochoso formado pela Pedra da Gávea, com 844 metros de altitude, pela Pedra Bonita e pela Agulhinha da Gávea, todas acessíveis por trilhas. No Morro da Pedra Bonita, localiza-se a Rampa Maurício Klabin, a 524 m de altitude, utilizada como decolagem dos pilotos de asas-delta e parapentes, rumo a Praia do Pepino (de São Conrado).

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985 e pela Lei Nº 1995 de 18 de junho de 1993, que delimita a RA e Bairro da Rocinha.

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