segunda-feira, 7 de junho de 2010

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO


Este blog prossegue com a publicação, por órdem alfabética, do resumo dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado a Secretaria Municipal de Urbanismo da Prefeitura do Rio. Nesta postagem destacamos os bairros do Rocha, Rocha Miranda e Rocinha

Rocha

A estação de trens, inaugurada em 1885, e extinta em 1960, recebeu o nome de um guarda-cancela da ferrovia. Nome que também batizou o Bairro. Sua urbanização se deu entre os anos de 1870 e 1875. Suas vias principais são as ruas Vinte e Quatro de Maio, Ana Néri e Marechal Rondon, inaugurada em 1965 com o nome de Avenida Central do Brasil.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Rocha Miranda

As terras do bairro de Rocha Miranda pertenciam à Fazenda do Sapê, cujo proprietário, no século XIX, era o Barão de Mesquita. Em 1916, a fazenda seria adquirida pela família Rocha Miranda que promoveu o loteamento da região com a abertura de várias ruas com nomes de pedras preciosas: ruas dos Topázios, das Esmeraldas, dos Rubis, dos Diamantes, Ametistas, Ônix, Turquesas etc.

O “Bairro das Pedras Preciosas” seria atravessado pelo ramal da Linha Auxiliar e, em 17 de março de 1905 (ou segundo Max Vasconcellos em 1911), foi inaugurada a estação “Sapê’, mais tarde rebatizada de Rocha Miranda, cujo atual prédio foi construído em 1977.

Em Rocha Miranda, ficava o entroncamento das antigas estradas do Sapê, do Barro Vermelho e do Areal (atual avenida dos Italianos), que faziam a ligaçãofazendo a ligaçs ItA Areal(rocamento da, cujo atual prela Avenida brasils Conjuntos Habitacionais Nelson Mandela e Samora Miche com Pavuna e Irajá. Moderno viaduto foi construído sobre a Linha Auxiliar, facilitando a ligação com Madureira, entre a avenida dos Italianos e a estrada do Portela (Viaduto Monsenhor Carlos Ferreira Dias).

A sua principal praça, a Oito de Maio, foi urbanizada pelo prefeito Henrique Dodsworth na década de 1940. No obelisco nela situado lembra-se a participação dos brasileiros (FEB) na Segunda Guerra Mundial (Campanha da Itália).

O bairro é predominantemente residencial e abriga o Hospital Municipal Carmela Dutra. O comércio se concentra próximo à praça Oito de Maio e à avenida dos Italianos. Destaca-se ainda o prédio do antigo cinema Guaraci, com 1379 poltronas, misturando os estilos Art Nouveau e Art Déco, projeto de Alcides Torres da Rocha Miranda, inaugurado em 1954.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985

Rocinha

No início era densa floresta ocupando o espigão entre a Pedra dos Dois Irmãos e o Morro do Cochrane, atravessada pela estrada da Gávea, até então um caminho precário que dava acesso as terras de Conrado Niemeyer. Sitiantes passaram a ocupar as terras da antiga fazenda Quebra–Cangalha, por volta de 1930, divididas em pequenas chácaras em que cultivavam hortaliças vendidas na feira do Largo das Três Vendas (Praça Santos Dumont), região da Gávea. Diziam para seus fregueses que os produtos vinham de suas “Rocinhas” no Alto da Gávea e, a partir daí, o nome “Rocinha” se popularizou. Plantava-se aipim, abóbora, agrião, bananeiras, couve, repolho, abrindo clareiras na mata primitiva.

A casa número 1 da estrada da Gávea é considerada o primeiro imóvel da Rocinha e chegou a ter suas obras embargadas pelo Prefeito Pedro Ernesto em 1932. A lentidão no julgamento do processo acabou incentivando novas invasões e o surgimento dos primeiros barracos de madeira na região.

Nas curvas sinuosas da estrada da Gávea foram realizadas as famosas corridas automobilísticas do circuito da Gávea, disputadas entre os anos de 1933 e 1954, o que deu nome de “Trampolim do Diabo” ao trecho dentro da Rocinha.

Enquanto isso a Rocinha se povoava. As terras foram divididas em grandes glebas, a maior parte delas pertencentes à Cia. Portuguesa Cássio Guidon, à empresa Bairro Barcelos, à Cia. Cristo Redentor e à Cia. Francesa Laboriaux. O processo de ocupação acelerou-se a partir da década de 1950, quando houve um aumento de migração de nordestinos. O aumento populacional ocorreu principalmente nas décadas de 1960 e 1970, possibilitado pelas grandes obras viárias realizadas na Cidade.

Na década de 1980 a expansão da favela se direcionou para as encostas dos morros do Cochrane e Laboriaux, área da rua Dionéia, ao longo da Vila Laboriaux (Alto do Espigão da Gávea), crescendo para a vertente do bairro da Gávea, com o surgimento da “Vila Cruzado” e da “Vila Verde”, próxima à curva do “S”. A floresta foi cedendo espaços para as edificações, consolidando a atual comunidade, composta de 14 sub-bairros (Barcelos, Rua 1, Rua 2, Rua 3, Rua 4, Roupa Suja, Cachopa, Vila Verde, Macega, Vila Cruzado, 199, Laboriaux, Boiadeiro, Dionéia).

O comércio variado se concentra nas ruas do bairro Barcelos e ao longo da estrada da Gávea. No Largo do Boiadeiro destaca-se a feira dominical, com predominância de produtos nordestinos. A comunidade conta com um posto de saúde, uma agência de correios, duas agências bancárias, três escolas públicas e creches comunitárias.

Nota: Criado e delimitado pela Lei Nº 1995 de 18 de junho de 1993, com alterações nos limites dos bairros da Gávea; Vidigal e São Conrado.

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