segunda-feira, 10 de maio de 2010

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO

Este blog prossegue com a publicação, por órdem alfabética, do resumo dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado a Secretaria Municipal de Urbanismo da Prefeitura do Rio. Nesta postagem destacamos os bairros Realengo, Recreio dos Bandeirantes e Riachuelo.

Realengo

A região ficava próxima à aldeia “SAPOPEMBA”, na época da invasão francesa, em 1555. Com a ocupação portuguesa, o governador Salvador Correa de Sá doou sesmaria nas imediações dessa aldeia a Gonçalo Gil, para as bandas do “Piraquara” (PIRÁ-QUARA, “o buraco do peixe”). Posteriormente, diversas outras sesmarias foram doadas na região, destacando-se as de Clemente Paes Pereira, Gaspar da Costa, Luiz de Paredes e Isabel Gomes da Costa. Com o correr dos anos, essas sesmarias se transformaram em sítios, fazendas e engenhos, como a dos Afonsos, do Piraquara, entre outros.

Ao contrário da versão de que Realengo seria uma abreviatura de “Real Engenho”, o nome teria como origem o termo “Campos Realengos”, usado para nomear os campos de serventia pública que eram utilizados, principalmente, para a pastagem do gado por parte dos que não possuíam terra própria.

A Estrada Real de Santa Cruz (atuais avenidas Marechal Fontenelle e de Santa Cruz) era a principal via da região. Em 1720, já existia em suas margens uma capela de Nossa Senhora da Conceição, com cemitério nos fundos e fonte de pedra com marco ao lado. O Padre Miguel Mochon a refez e ampliou e, em 1910, criou a paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Realengo, sendo o seu primeiro vigário.

Quanto à Fazenda Piraquara, foi adquirida pelos irmãos Manoel e João Fernandes Barata, que a tornaram uma das mais produtivas da freguesia de Campo Grande. Plantaram grande canavial e montaram engenho com alambique para a produção de aguardente, além da olaria e da criação de gado bovino. A fazenda foi herdada pelos seus descendentes, como Claudino Fernandes Barata e outros, ficando como recordação dessa época a casa da “Fazenda dos Baratas”, no pé da floresta do Piraquara, atualmente invadida e arruinada. A principal Serra do Maciço da Pedra Branca - que faz o limite entre Realengo e Jacarepaguá - é denominada Serra do Barata em homenagem a essa família. Conta a tradição que a comitiva de Dom Pedro I, quando viajava para Santa Cruz, parava na Fonte de Pedra da Capela Nossa Senhora da Conceição para saciar a sede dos cavalos, enquanto o Imperador ia saborear a cachaça do vendeiro defronte.

No reinado de Dom Pedro II, Realengo se converteria em Zona Militar, com a instalação da escola de tiro e da Imperial Academia Militar. Após a proclamação da República, uma série de instalações militares veio a se implantar no bairro, como o 1º Batalhão de Engenheiros (1897), a fábrica de cartuchos e artifícios de guerra (1898) e a Escola de Guerra (1911) que, mais tarde, transferiu-se para o Município de Resende.

A ferrovia chegou em 1878, com a inauguração da estação de Realengo. Terras desmembradas da antiga Fazenda Piraquara dariam lugar a arruamentos e respectivos loteamentos como o Bairro Barata, Bairro Piraquara, Vila Itambi, Jardim Novo Realengo, entre muitos outros. Do lado norte da linha férrea, surgiram os loteamentos Jardim Água Branca e Batan.

Nas décadas de 1970 e 1980, foram construídos conjuntos habitacionais como os conjuntos Dom Pedro I, Capitão Teixeira e Água Branca, e surgiram comunidades de baixa renda como a Vila São Miguel, Batan, Cosme Damião, entre outras.

Destacam-se, no bairro, a Universidade Castelo Branco (1995), a Lona Cultural Gilberto Gil (1998) e a importante Floresta do Piraquara, última grande área verde nas encostas setentrionais do Maciço da Pedra Branca.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985

Recreio dos Bandeirantes

Originalmente era um grande areal, nas restingas em frente ao Pontal de Sernambetiba. As terras pertenciam ao Banco de Crédito Móvel, que as loteou em duas glebas. Joseph Weslley Finch comprou, nos anos 1920, umas das glebas e costumava promover visitas de fim de semana para interessados na compra de seus lotes. Muitos paulistas adquiriam terrenos à beira-mar, e construíram casas de veraneio. Por essa razão, a “gleba Finch” passou a ser conhecida como Recreio dos Bandeirantes e foi registrada como Jardim Recreio dos Bandeirantes. Mais tarde, todo o bairro passou a ter o mesmo nome. Lá estão as praias do Recreio, do Pontal e da Macumba; a Lagoinha; o morro do Rangel e as pedras de Itapuã e do Pontal.

Seu primeiro acesso era feito pela estrada do Pontal. Depois foi aberto um caminho de terra, ao longo da extensa praia, que foi asfaltado no final da década de 1950, com a denominação de Avenida Litorânea, atual Avenida Sernambetiba. No início dos anos 70, foi implantada a estrada Rio-Santos que cruzava a baixada de ponta a ponta. Mais tarde, essa estrada foi duplicada e se transformou na avenida das Américas. Atualmente, o Recreio dos Bandeirantes é ocupado por grandes condomínios residenciais, parques como o do Pontal Tim Maia e o Chico Mendes e shoppings Centers.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985

Riachuelo

Surgiu nas terras da antiga fazenda do Engenho Novo, desmembrada em chácaras e, depois, ocupadas por loteamentos. A Estação Ferroviária, de 1869, se chamava “Riachuelo do Rio”. No início do século XX, no Clube Riachuelense, ocorriam bons espetáculos teatrais, realizados por Eduardo Magalhães. Sua principal rua, que tinha o nome de Engenho Novo, é a atual Ana Néri.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Um comentário:

Unknown disse...

Nasci neste bairro na antiga r.46 hoje, r. prof. mario brant,em 1959, hoje moro em Fortaleza .CE. mas sempre q posso viajar ao Rio vou visitar o berço da minha infancia e adolescencia,é com grande emoção q me recordo de tudo o q vivi neste bairro, a igreja batista, colegio dalva de oliveira,escola azul e branco, os morros q eu e amigos desbravavamos o tempo de pipas muita saudade.