segunda-feira, 19 de abril de 2010

ÍNDIA E AS SUAS DURAS CONTRADIÇÕES SOCIAIS

Índia tem 100 milhões a mais vivendo abaixo da linha de pobreza

Por Bappa Majumdar e Abhijit Neogy
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia tem atualmente mais 100 milhões de indianos vivendo abaixo da linha na pobreza do que em 2004, de acordo com estimativas oficiais anunciadas neste domingo.

O país conta agora com 410 milhões de pessoas vivendo abaixo dessa linha determinada pela ONU --gente que vive com uma renda de 1,25 dólar por dia.
A taxa de pobreza cresceu e atinge 37,2 por cento da população, contra 27,5 por cento de 2004, uma mudança que vai exigir que o governo gaste mais dinheiro com os pobres.

A nova avaliação chega semanas depois que Sonia Ghandi, líder do partido do Congresso, que governa o país, pediu ao governo para modificar uma Lei de Segurança Alimentar para incluir mais mulheres, crianças e pessoas necessitadas.
"A Comissão de Planejamento aceitou o relatório sobre a pobreza", disse Abhijit Sem, membro da Comissão de Planejamento, à Reuters, referindo-se ao novo relatório de dados da pobreza, apresentado por uma comissão do governo, em dezembro.

A Índia calcula a parcela da sua população que vive abaixo da linha da pobreza verificando se as famílias podem pagar uma refeição completa que inclui o mínimo das necessidades de nutrição por dia.

Não ficou totalmente claro quanto o governo federal precisará gastar na população pobre, já que isso vai depender da Lei de Segurança Alimentar, que será apresentada ao governo depois que as mudanças necessárias forem feitas, dizem as autoridades.
A Comissão de Planejamento da Índia vai se reunir com os secretários de alimentação e gastos, na próxima semana, para avaliar os aspectos financeiros do orçamento, dizem os funcionários do governo.

Acredita-se que um terço dos pobres do mundo se encontram na Índia, vivendo com menos de 2 dólares por dia, menos do que em muitas partes da África Subsaariana, dizem os especialistas.

O governo indiano gasta apenas 1 por cento do seu PIB em instalações de saúde pública, forçando milhões de pessoas a lutar para conseguir remédios, segundo o relatório que a Oxfam e outras 62 agências publicaram no ano passado.
Enquanto a economia da Índia está se recuperando de uma recessão global, milhões de pobres na Índia rural têm dificuldades em sobreviver com uma inflação no preço da comida de 17 por cento.

Comentário de Milton Pomar

Um dia o mundo vai se dar conta das dimensões da tragédia indiana, maior em termos absolutos do que a de
qualquer outro país no mundo, só comparável em grandeza à tragédia do continente africano, somatória da
tragédia de dezenas de países.

O incrível é que a Mídia, e a Esquerda em geral, não vêem a Índia miserável, que possui 750 milhões de pobres
(dos quais 400 milhões miseráveis) e 350 milhões de "consumidores" (pessoas com poder aquisitivo bem acima do
necessário para se tomar água e se alimentar).

A Índia dos 350 milhões é a que fala inglês, tem bilionários, seu PIB cresce 7% ao ano, e se destaca por avanços
em vários setores da Economia.

A Índia dos 750 milhões de pobres é a que possui quase metade do território tomado por desertos, produz menos
da metade dos alimentos que necessita para abastecer minimamente a totalidade da sua população, mantém um
rebanho de quase 300 milhões de bovinos "sagrados"(!), e agora, com a Crise Mundial, aumentou a quantidade de
pessoas na faixa da miserabilidade.

Apesar disso, os estudos demográficos atuais apontam a Índia como a maior população mundial em 2050, com 1,6
bilhão de pessoas, ultrapassando a China.

O que será do mundo, sob vários aspectos (ambiental, econômico, político), quando essa imensa população puder
comer três refeições por dia?

VMP

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