sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

LAN 85 ANOS, POR SIDNEY REZENDE

Lan, 85 anos de vida do italiano que se apaixonou pelo samba, mulatas e o Rio

Marina Andrade | Cultura | 18/02/2010 21:42


Flamenguista, portelense e apaixonado pelas curvilíneas mulatas que se confundem com a geografia sinuosa do Rio de Janeiro.

Essa descrição poderia ser aplicada a muitos cariocas, mas ela resume a vida e a obra de um gringo oitentão que se apaixonou à primeira vista pela Cidade Maravilhosa e transpôs através de um traço inconfundível as belezas que encontrou - principalmente as das mulheres.

Lanfranco Aldo Ricardo Vaselli Cortellini Rossi Rossini, ou simplesmente Lan (sugestão do amigo e jornalista Samuel Wainer), nasceu em Montevarchi, Toscana, na Itália, no dia 18 de fevereiro de 1925. Levou uma infância nômade, em virtude da profissão do pai, um músico de orquestras. Aos quatro anos chegou a São Paulo, onde permaneceu por três anos, até ir para Montevidéu.

Em setembro de 1952, Lan visita a cidade do Rio de Janeiro e aceita o convite de Wainer para trabalhar no jornal "Última Hora", fixando-se em definitivo na cidade um ano depois. Ainda inaugura, em 1953, a revista "FLAN". Tem passagem breve pelo jornal "O Globo", quando em 1962 passa a integrar a equipe do "Jornal do Brasil", onde permaneceu por 33 anos.

Desde 1960 é casado com a ex-passista do GRES Portela Olívia Marinho e há 35 anos reside em um sítio em Pedro do Rio, município de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Ítalo-carioca

Na primeira estadia no Brasil, ainda criança, Lan entrou em contato pela primeira vez com a miscigenação de raças. A diversidade que viu durante os dois anos em que viveu no país resultou em um grande fascínio, acessado nas memórias da infância quando, em 1952, em visita à cidade do Rio de Janeiro, deslumbrou-se não somente com o contorno da geografia carioca e com a alegria do povo, mas principalmente com as mulheres. Em especial, as mulatas.

A forma curvilínea das belezas naturais da cidade do Rio de Janeiro está representada na assinatura que o artista usa nas obras. O traçado remete ao Morro do Pão de Açúcar, um dos cartões-postais mais visitados da capital.

Em 1972, Lan recebe o título de Cidadão Honorário da cidade do Rio de Janeiro pela Câmara Municipal. Ainda é condecorado com a Medalha Pedro Ernesto, o título de Carioca Honorário concedido pelo jornal "O Globo" e o título de Cidadão Honorário de Petrópolis.

Com verdadeira alma carioca, o artista ainda é torcedor confesso do Flamengo e um eterno apaixonado pela Portela, escola por qual desfila todos os anos.

As mulatas de Lan

A íntima relação com essas mulheres tem início em São Paulo, quando a família Vaselli contrata a babá Zezé para cuidar e amamentar o pequeno italiano. Tempos depois, o caricaturista confirmaria a devoção ao casar-se com a igualmente mulata Olívia Marinho, passista de escola de samba e integrante do trio Irmãs Marinho.

Caricaturadas com sinuosas curvas, as mulatas de Lan exibem a leveza, a graça e a exuberância das mulheres cariocas. Por vezes, os desenhos têm as formas do corpo feminino misturadas às dos morros da cidade. Grande parte da obra de Lan é destinada a elas, a mais conhecida e recorrente temática do desenhista.

Texto de Marina Andrade doado para Wikipedia.

Extraído do Blog do Sidney Rezende

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