terça-feira, 17 de novembro de 2009

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO

Este blog prossegue com a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Desta vez são os bairros Meier, Moneró e Olaria.

Méier

As terras do atual bairro do Méier faziam parte do Engenho Novo dos Jesuítas, que abrigava, no início do século XIX, a extensa “Quinta dos Duques”, de José Paulo da Mata Duque Estrada e Dulce de Castro Azambuja. A filha do casal, Jerônima Duque Estrada, casou-se com o “guarda roupas do Paço”, Comendador Miguel João Meyer, descendente de alemães, e tiveram nove filhos. O primogênito, Augusto Duque Estrada Meyer, se destacou como acompanhante do Imperador Dom Pedro II, recebendo o título de “Camarista” e extensas terras abrangendo desde a Estrada Grande (atual Dias da Cruz) até a Serra dos Pretos Forros, em cujo sopé ficava a sede de sua Fazenda São Francisco (no final da atual Rua Camarista Méier).

O Camarista Meyer abriu várias ruas em suas propriedades, dando a elas nomes de seus familiares –Carolina Meyer, Frederico Meyer, Joaquim Meyer etc - e formando o novo bairro, já então conhecido como Meyer. Em 1879, por iniciativa de Lucídio Lago, a Companhia Ferro-Carril, com tração animal, cruzou o Meyer. Somente em 1907 chegaria a tração elétrica, com a linha Engenho de Dentro - Largo de São Francisco.

Em 13 de maio de 1889, foi inaugurada, na Estrada de Ferro Dom Pedro II (Central do Brasil), a Estação do Meyer, devido ao aumento da população e dos loteamentos recém abertos. O bairro crescia de forma precária – chegou a sofrer duas epidemias de cólera – e, com o tempo, seu nome foi aportuguesado para “Méier”. À medida que era saneado, mais moradores chegavam, de tal maneira que as autoridades o elevaram a 18° Distrito da Cidade do Rio de Janeiro. Daí para frente progrediu rapidamente e vários estabelecimentos surgiram.

O comércio deu vida própria ao Méier com grandes lojas, casas tradicionais e magazines. A Rua Dias da Cruz tornou-se o principal eixo do bairro que, com a abertura do Shopping Center do Méier, consolidou-se como importante centro dos subúrbios adjacentes, abrigando o Hospital Salgado Filho, o Colégio Metropolitano, a Biblioteca Municipal Agripino Grieco, o Sport Clube Mackenzie, a Igreja Batista do Méier, a Igreja Sagrado Coração de Jesus, a União Espírita Suburbana e o “Baixo Méier”, local de concentração de bares com intenso movimento noturno.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

Monero

Originalmente, suas terras pertenciam ao fazendeiro italiano Francisco Moneró e o bairro surgiu com o loteamento Jardim Ipitanga, em 1955, ocupando área de 100.000 m2. Estendendo-se entre a praia do Dendê e a estrada de Tubiacanga (atual Governador Chagas Freitas), resultou em 15 ruas, como a Adolfo Porto, Domingos Secreto, Alteia, avenida do Magistério, Franco Job, Bardana, Princesa, o prolongamento da estrada do Dendê, entre outras.

Inicialmente denominado Jardim Ipitanga, em referência ao seu antigo proprietário, os moradores só o chamavam de “Moneró”, nome que acabou prevalecendo quando da oficialização do bairro pelo Decreto 3158, de julho de 1981. No dia 25 de dezembro de 1976, a Prefeitura do Rio inaugurou a Praça Papai Noel, uma área de 2.000 m2 equipada com “play ground”, bancos, mesas para jogos e canteiros.

Na década de 1980, foi criado o corredor esportivo, na orla da avenida de Magistério, ao longo da praia do Dendê, com quiosques, quadras polivalentes, calçadão para caminhadas e passeios de bicicleta, com o belo panorama da Baia de Guanabara e Serra dos Órgãos ao fundo. Em 2002 seria ampliado, com novas quadras esportivas, pista de “skate”, anfiteatro, bicicletários, aparelhos de ginástica, continuação da pista de caminhadas, tornando-se uma das maiores áreas de lazer da Ilha do Governador.

Predominantemente residencial, o Moneró é considerado um dos melhores bairros em todo o Rio de Janeiro, em função de sua diversificação urbana e infra-estrutura. Fica próximo ao Ilha Plaza Shopping, inaugurado em 1992 na avenida Maestro Paulo e Silva, no bairro vizinho do Jardim Carioca. Na praia da Rosa, junto a remanescentes de manguezais, o Governador Iate Clube, implantado em uma ilha, oferece esportes náuticos, academia de ginástica, eventos diversos e torneios de futebol, sua fundação foi no ano de 1958.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Olaria

Duas famílias foram pioneiras em Olaria: a dos Rego e a dos Nunes. Em 1820, Francisco José Pereira Rego comprou terras entre o Caminho da Matriz (Itararé) até o Morro da Penha. Ali, a família Rego viria a instalar várias olarias, aproveitando terrenos de barro vermelho, para atender a vizinhança. Outras fábricas de tijolos surgiram fazendo com que o local ficasse conhecido como “a Região das Olarias”.

Por volta de 1900, eram grandes proprietários na região João Gualberto Nabor do Rego (o Noca), o Barão de Monte Castelo, o Visconde de Morais, Luiz Pacheco e Custódio Nunes. Noca Rego abriu várias ruas com nomes de sua família, como a Leopoldina Rego, Antonio Rego, entre outras. Já Custódio Nunes conseguiu permissão da Prefeitura, em 1892, para um abatedouro de bois que, em sociedade com Quincas Leandro, daria origem ao Matadouro da Penha (1910), cujo campo de boiada era chamado de “Invernada de Olaria”. Custódio Nunes abriu também diversas ruas: Filomena Nunes, Dr. Nunes, Carlina, etc. Somente em 1917, a Estação Olaria (atual Pedro Ernesto) foi inaugurada, na Estrada de Ferro da Leopoldina. Em 1915, surgiu o Olaria Football Club - depois Olaria Atlético Clube -, cujo estádio foi concluído em 1947, na Rua Bariri.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985 e pela Lei Nº 2055 de 9 de dezembro de 1993, que delimita a RA e o Bairro do Complexo do Alemão e pela Lei Nº 2119 de 19 de janeiro de 1994 que cria o Bairro da Maré.

Nenhum comentário: