quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PARA DILMA, O QUE HOUVE FOI UM BLECAUTE

Sistema de energia 100% seguro seria muito caro, diz Dilma

Marina Mello
Direto de Brasília

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira que um sistema energético 100% seguro teria um custo de investimento muito mais alto do que o atual. Dilma estimou que, atualmente, o governo trabalha com a probabilidade de 95% de segurança.

"Nós trabalhamos com uma probabilidade. (...) Na área de geração trabalhamos com a probabilidade de em 95% dos casos nós segurarmos o problema. O nivel de investimento (por um sistema mais seguro) é elevadíssimo", disse.

Segundo Dilma, a falta de energia registrada em 18 Estados na terça-feira foi fruto de um blecaute, e não de um apagão como o que ocorreu no governo Fernando Henrique Cardoso em 2001. Segundo ela, o que houve no governo passado foi "barbeiragem" da administração. Questionada pela promessa recentemente feita por ela de que não haveria mais apagão no Brasil, a ministra afirmou que prometeu o fim dos racionamentos de energia, mas ponderou que nenhum país está livre dos blecautes.

"Não se pode confundir as duas coisas. Uma coisa é blecaute, que ninguém pode prometer que não haverá. O que eu prometi é que não terá mais racionamento, racionamento é barbeiragem, é quando você não se prepara para saber que daqui a cinco anos pode haver falta de geração de energia", disse a ministra.

Apesar de criticar a administração do setor energético do governo anterior, Dilma disse que politizar o apagão "não é republicano". "Não vou entrar nesse tipo de polêmica, esse tipo de polêmica nao me interessa, não se pode politizar isso."

Sobre as causas do apagão, Dilma disse que o governo considera o assunto encerrado. Segundo ela, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ficará responsável por apurar as causas e punir possíveis responsáveis pelas falhas.

Comentário

O uso político do blecaute que faz a grande mídia e a oposição ao governo é nada mais nada menos o retrato da sua falta de discurso e de projeto, que no seu período de governança com Fernando Henrique, causou no país de fato um apagão por falta de energia e planejamento, quando hoje ela ( a energia) existe em abundância

Ao utilizar o termo "apagão" a mesma mídia que chamou o golpista de Honduras de presidente provisório, tenta confundir a opinião pública e faturar dividendos políticos, através de um episódio cuja a ocorrência é fruto da vulnerabilidade dos sistemas tradicionais de energia no mundo todo e não somente no Brasil, segundo o especialista canadense-britânico Walt Patterson.

“É um sistema pensado há mais de cem anos, com grandes geradores remotos que necessitam de longas linhas de transmissão com um controle central”, disse ele em entrevista à BBC Brasil. “A quebra de um único cabo é capaz de provocar uma sobrecarga que leve a um efeito dominó em todo o sistema.”

Para Patterson, autor do livro Keeping the Lights On – Towards Sustainable Energy ("Mantendo as Luzes Acesas – Em Direção à Energia Sustentável", em tradução livre), mesmo países ricos sofrem com a mesma vulnerabilidade.

Ele cita grandes blecautes ocorridos em 2003 – nos Estados Unidos e no Canadá, em agosto, quando 55 milhões de pessoas foram afetadas, na Dinamarca e na Suécia, em setembro, com 5 milhões afetados, e na Itália, no fim de setembro, com 55 milhões afetados – como exemplo do problema.

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