quarta-feira, 30 de setembro de 2009

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO

Este blog prossegue com a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Desta vez são os bairros Jardim Carioca, Jardim Guanabara e Jardim Sulacap

Jardim Carioca

A região compreendida entre as estradas do Galeão e do Dendê é ocupada por três elevações, o morro Fundo da Grota (66 mts), o morro do Dendê (99 mts) e o morro do Guarabu (82 mts). Em 1929, neles foi concretizado o projeto de arruamento e loteamento do Jardim Carioca, em terreno de propriedade da “Companhia Geral de Habitações e Terrenos”, aprovado na gestão do prefeito Prado Junior, com grande número de ruas abertas em encostas acidentadas, apresentando um traçado de curvas sinuosas, com diferentes larguras. Tinha a particularidade de vender casas prontas, com a fachada voltada para a estrada do Galeão.

Um referencial marcante na história do bairro foi a praça Manguetá e seu Coreto, construído em 1936, que foi palco de animados carnavais, onde foliões da Ilha do Governador reuniam-se para dançar e brincar ao som de marchinhas e sambas da época.

Na década de 1950, linhas de bonde elétrico circulavam pela região, até serem extintas em 1964. Em 1975 novo loteamento surgiu entre a estrada do Galeão, avenida Maestro Paulo Silva, rua Orcadas e rua Maviatuca, com 192.782 m2 de área, contendo 225 lotes, 5 ruas e uma praça junto à avenida Maestro Paulo Silva. Foi inaugurado em 1992 o primeiro Shopping Center de toda a região, o Ilha Plaza Shopping. Na rua Orcadas fica localizada a Sub-Prefeitura da Ilha e a Sede da XX R.A.– Ilha do Governador.

O bairro apresenta ocupação predominantemente residencial, dispondo de diversificado comércio, e nele se situa a comunidade do Guarabu ou morro do Guarabu, surgida em 1951, com a cessão do terreno feita por uma empresa de construção do governo do Distrito Federal, daí o início de sua ocupação. O acesso se dá pelas ruas Luis Gomes e São Jorge, próximo à Escola Municipal Holanda. O ponto culminante da Ilha do Governador fica no alto do morro do Dendê, na Caixa D’Água, a 99 metros de altitude, com acesso pela rua Itaguaí.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Jardim Guanabara

A Ilha do Governador recebeu essa denominação devido ao fato de ter sido, inicialmente, terra do governador Salvador Correia de Sá por volta 1568, recebida da Coroa Portuguesa. Nela se instalou com o Engenho, em posição privilegiada, de onde tinha o controle da Baia de Guanabara, na elevação acima da atual praia do Engenho Velho (limite do atual bairro Jardim Guanabara).

A família Sá prosseguiu como proprietária da Ilha durante o século XVII e seus parentes, ligados ao coronel André Álvares Pereira Viana, ergueram uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, em data incerta, reformada em 1816, existente até hoje, tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual, na atual praça Jerusalém. Defronte fica a praia da Bica, lugar de uma antiga bica d’água para serventia pública, uma das mais freqüentadas da Ilha, com belo panorama da Baía, urbanizada com calçadão, iluminação, quiosques. Nela existiu uma ponte de atracação das barcas da Cantareira, construída no governo Washington Luis, desativada posteriormente, cuja construção ainda está de pé.

Em 1903, a Companhia Lavoura e Colonização (de São Paulo), depois Empresa Cerâmica Santa Cruz, adquiriu do coronel Elias Antônio de Moraes, a sua fazenda da Conceição, de 4.600.000 m2, para transformá-la na maior fornecedora de tijolos para as grandes obras do governo Rodrigues Alves, no Rio de Janeiro, chegando a exportar seus produtos.
O paulista Joaquim Sampaio Vidal fez com que a grande fábrica de cerâmica se transferisse para o ramo da urbanização e dos loteamentos, demolindo-a, para o início de seu primeiro projeto de urbanização, já como “Companhia Imobiliária Santa Cruz”, surgindo em 1936 o “Jardim Guanabara”, compreendendo metade da praia da Bica, os morros da Mãe d’Água (75 mts) e da Bica (62 mts), até a rua Cambaúba (antiga Rua 30), atingindo a estrada do Galeão, onde um Centro Comercial e a nova sede da Companhia seriam construídas.

Suas ruas sinuosas e caprichosamente desenhadas ocupavam as elevações, transformando-se em um bairro nobre, com belas construções, de alto padrão, um dos melhores da cidade, destacando-se as ruas Ituá, Uça, Babaçu, Luis Vahia Monteiro, Gregório de Castro Morais, Carmem Miranda, Aureliano Pimentel, Cambaúba, Francisco Alves, dentre outras. Em 1972, novo loteamento foi implantado entre a estrada do Galeão, rua Cambaúba, rua Álvaro Dias, praia do Engenho Velho e a área militar da Aeronáutica, em terreno de 591.750 m2, originando 420 lotes residenciais, 22 ruas e duas praças, destacando-se as ruas Espumas, Fantoches, Serenata, Orestes Barbosa, entre outras.

O Jardim Guanabara tem duas importantes áreas de lazer, o Iate Clube Jardim Guanabara (fundado em 1953) e o Parque Municipal Marcello de Ipanema (criado em 1995), ocupando área verde na orla contínua à Ponta de Santa Cruz, entre as praias da Bica e do Engenho Velho.

Como atração histórica, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição (do século XVIII), contrastando com o movimento noturno na praia da Bica, procurada pelos seus quiosques e restaurantes.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Jardim Sulacap

O bairro, localizado na região que pertencia à antiga fazenda dos Afonsos, tem como origem o projeto de arruamento e loteamento do “Jardim Sulacap”, feito em 1951, de propriedade da “Cia Sul América Capitalização S.A.”, junto a estrada Intendente Magalhães e ao Campo dos Afonsos. Atravessado pela avenida Alberico Diniz e pela estrada do Japoré - que interligam Marechal Hermes a Realengo -, Jardim Sulacap é predominantemente residencial e sua população é formada, em sua maioria, por famílias de militares.

Jardim Sulacap possui três praças principais e dá acesso a Jacarepaguá pela estrada do Catonho, que percorre a área montanhosa no vale entre as serras do Valqueire e do Engenho Velho. Nele situa-se o cemitério Parque Jardim da Saudade, o primeiro do gênero no município e no Brasil.

A empresa General Shopping do Brasil está se preparando para construir um shopping no bairro, que deverá se chamar “Sulacap Shopping”, em área de 60 mil m2, somando-se ao hipermercado “Carrefour” já existente.
Junto a Sulacap ficam a Academia de Polícia Militar Dom João VI, a Universidade da Força Aérea e instalações militares.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Um comentário:

Helbson de Avila disse...

Prezado Flávio,

Não entendi porque me suspendeu de seu blog.

Abraços!!!!!!!!!!!!!!