Jacaré
Corruptela de YACARÉ (o “que é torto, sinuoso”), alusão às voltas que dá o rio Jacaré, que nasce no morro do Elefante e atravessa a região historicamente pertencente ao Engenho Novo dos jesuítas.
Após a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, o engenho foi desmembrado em chácaras e propriedades rurais e, posteriormente, foram abertos arruamentos. Grandes proprietários como Paim Pamplona e Adriano Müller loteavam o Jacaré fazendo surgir as ruas principais - Dois de Maio e Lino Teixeira.
A partir da década de 1920 o bairro passa a ser efetivamente urbanizado e ocupado. Nessa época, iniciou-se a Favela do Jacarezinho, que se expandiu no decorrer dos anos entre o rio Jacaré e a antiga Fábrica Cruzeiro (depois General Electric - GE). Em 1992, a área do Jacarezinho foi desmembrada do bairro do Jacaré, transformando-se na XXVIII Região Administrativa Jacarezinho.
No local atualmente ocupado pela Congregação Salesiana (rua Luis Zanchetta), antigo Solar do Conselheiro Magalhães Castro, existiu um Fortim com guaritas e canhões, mandado construir pelo Conde de Rezende entre os anos de 1793 e 1795 no morro das Palmeiras, atual Jacaré, devido a sua posição estratégica, dominando todo o Arraial da Venda Grande, a Estrada Real de Santa Cruz (Suburbana), a praia Pequena e Benfica.
Na década de 1960, o governador Carlos Lacerda promoveu a ida de várias indústrias para o bairro de Jacaré, criando o chamado “Complexo Industrial do Jacaré”, entre o rio Jacaré, as ruas Viúva Cláudio e Bráulio Cordeiro. Também abriu uma passagem por baixo da Linha Auxiliar, ligando o bairro a avenida Dom Helder Câmara (antiga Suburbana), ganhando dos moradores o nome de “Buraco do Lacerda”.
O Complexo Industrial do Jacaré ocupava cerca de 15 ruas do bairro com indústrias de calçados, bolsas, farmacêuticas, de vidros, roupas, metalúrgicas, de café, entre outras. Com a crise econômica das últimas décadas do século XX, a maioria de suas indústrias faliram ou tiveram as suas unidades reduzidas. Atualmente se verifica na região um grande número de galpões e prédios fechados, cercados por comunidades de baixa renda.
O principal acesso é a chamada “Linha Verde”, integrada ao túnel Noel Rosa e parcialmente construída na década de 1970, via projetada nos anos de 1960, ligando o Jacaré a Vila Isabel e a Maria da Graça.
Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985, com alteração da delimitação do Bairro e sua inclusão na XIII RA - Méier pela Lei Complementar No 17 de 29 de julho de 1992
Jacapareguá
Em Tupi significa YACARÉ-UPÁ-QUÁ, “Baixa ou Vale dos Jacarés” ou “lagoa rasa dos jacarés”, dependendo do autor de referência. Em 1594, o governador Salvador Correia de Sá doou a região como Sesmaria a seus dois filhos, Martin Correia de Sá (área do Arroio Pavuna no Maciço da Tijuca) e Gonçalo Correia de Sá (o restante até Vargem Grande e Guaratiba).
Em 6 de março de 1661, o governador João Correia de Sá criou a freguesia de Nossa Senhora de Loreto e Santo Antonio de Jacarepaguá, que seria a quarta do Rio de Janeiro. A sede inicial dessa freguesia foi a Capela da Fazenda do Capitão Rodrigo Veiga - a Igreja Matriz de N. Sra. do Loreto foi construída pelo padre Manoel de Araújo. Martim de Sá, Visconde de Asseca, fundaria sua casa no Engenho D’água com a capela de N. Sra. da Cabeça e Gonçalo de Sá ergueria o Engenho do Camorim, junto com a Capela de São Gonçalo do Amarante (de 1625), existente até nossos dias. Outros colonizadores se estabeleceriam: Tomás Faleiro fundou o Engenho de Fora, Miguel São Payo, o Engenho do Rio Grande, Antonio Teles de Menezes, o Engenho da Taquara, onde ergueu a Capela de Santa Cruz em 1738. Havia também o Engenho Novo da Curicica, alvo de contenda dos filhos de Francisco Teles Barreto de Menezes, cuja família possuía vastas extensões de terra em Jacarepaguá.
No decorrer do século XVIII, a região era conhecida como a “Planície dos Onze Engenhos”, pela intensiva produção açucareira. No século XIX, o café seria cultivado em novas fazendas, aproveitando o solo fértil dos antigos engenhos. Outras fazendas se destacavam, como a do Cafundá, Valqueire, Cantagalo, Covanca, o Engenho da Serra (de Joaquim Sequeira Tedim Filho), a fazenda do Quitite (de Marcos Delesderrier), etc.
Em 1885 foi inaugurado o cemitério de Jacarepaguá no Pechincha. As principais estradas de Jacarepaguá eram a estrada da Freguesia (atuais Cândido Benício e Geremário Dantas), a da Taquara (atual Nelson Cardoso), a do Tindiba, do Camorim, a da Pavuna ou de Guaratiba (atual Bandeirantes), a do Cafundá, da Covanca, do Catonho, do Rio Grande, do Inácio Dias, a dos Três Rios, a antiga da Tijuca ou do Anil (atual Jacarepaguá), a da Estiva, do Gabinal, do Capão, do Pau Ferro, entre outras. Jacarepaguá possuía cinco pequenos núcleos rurais - o do Engenho de Fora (depois Vila Albano), o do Pechincha, o do Tanque, o da Taquara e o da Freguesia – que, lentamente, foram se desenvolvendo, até esses quatro últimos se tornarem bairros independentes na década de 1980.
Personagens importantes da história de Jacarepaguá foram o Marquês de Jacarepaguá (Francisco Veloso Barbuda), Francisco Manuel da Silva (autor do Hino Nacional), Geremário Dantas (jornalista e político de renome), o Barão da Taquara (Francisco Pinto da Fonseca Teles) – que administrava desde 1864 extensas terras em toda a região e era considerado o “Patriarca” de Jacarepaguá -, Francis Hime (proprietário da fazenda Rio Grande), Cândido Benício (político e morador do bairro) e Nelson Cardoso (político municipal).
Em 1875, foi inaugurada a Companhia Ferro-Carril de Jacarepaguá, de Etiene Campos que ligava Cascadura ao Largo do Tanque por meio de tração animal. Mais tarde foi estendida à Taquara e à Freguesia, interligando as diferentes localidades, até que, em 1911, os bondes foram eletrificados. O Prefeito Prado Junior melhorou os acessos a Jacarepaguá, modernizando a estrada de Jacarepaguá, que juntamente com a do Itanhanguá, interligaria o bairro com a Barra da Tijuca.
A construção da estrada Grajaú-Jacarepaguá (atual Menezes Cortes) - iniciada nos anos de 1940 e concluída na década de 1950 - viria a facilitar o acesso à Zona Norte e o centro da Cidade, o que foi finalmente consolidado em 1997, com a inauguração da “Linha Amarela” (av. Governador Carlos Lacerda), uma via expressa que interliga a Barra da Tijuca e Jacarepaguá à avenida Brasil, atravessando a Serra dos Pretos Forros pelo túnel da Covanca, com 2.187 metros de extensão.
Após a primeira Guerra Mundial, grandes hospitais se instalaram em Jacarepaguá. O primeiro devido à transferência da colônia dos psicopatas da Ilha do Governador para o Engenho Novo (desapropriado em 1912), que deu origem à Colônia Juliano Moreira. Depois vieram os hospitais dos Hansenianos (em 1928, para a Fazenda Curupaiti), o dos tuberculosos (para o Sanatório Santa Maria) e o hospital da Curicica (atual Raphael de Paula e Souza).
Na década de 1960 foi construído o enorme Conjunto Habitacional da Cidade de Deus, abrigando moradores oriundos das favelas da zona sul carioca, instalados em quadras divididas pelo Rio Grande, que foram crescendo desordenadamente, ocorrendo favelizações em seu entorno. Posteriormente essa área foi transformada na XXXIV-RA–Cidade de Deus e desmembrada da XVI–RA–Jacarepaguá.
Após a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, o engenho foi desmembrado em chácaras e propriedades rurais e, posteriormente, foram abertos arruamentos. Grandes proprietários como Paim Pamplona e Adriano Müller loteavam o Jacaré fazendo surgir as ruas principais - Dois de Maio e Lino Teixeira.
A partir da década de 1920 o bairro passa a ser efetivamente urbanizado e ocupado. Nessa época, iniciou-se a Favela do Jacarezinho, que se expandiu no decorrer dos anos entre o rio Jacaré e a antiga Fábrica Cruzeiro (depois General Electric - GE). Em 1992, a área do Jacarezinho foi desmembrada do bairro do Jacaré, transformando-se na XXVIII Região Administrativa Jacarezinho.
No local atualmente ocupado pela Congregação Salesiana (rua Luis Zanchetta), antigo Solar do Conselheiro Magalhães Castro, existiu um Fortim com guaritas e canhões, mandado construir pelo Conde de Rezende entre os anos de 1793 e 1795 no morro das Palmeiras, atual Jacaré, devido a sua posição estratégica, dominando todo o Arraial da Venda Grande, a Estrada Real de Santa Cruz (Suburbana), a praia Pequena e Benfica.
Na década de 1960, o governador Carlos Lacerda promoveu a ida de várias indústrias para o bairro de Jacaré, criando o chamado “Complexo Industrial do Jacaré”, entre o rio Jacaré, as ruas Viúva Cláudio e Bráulio Cordeiro. Também abriu uma passagem por baixo da Linha Auxiliar, ligando o bairro a avenida Dom Helder Câmara (antiga Suburbana), ganhando dos moradores o nome de “Buraco do Lacerda”.
O Complexo Industrial do Jacaré ocupava cerca de 15 ruas do bairro com indústrias de calçados, bolsas, farmacêuticas, de vidros, roupas, metalúrgicas, de café, entre outras. Com a crise econômica das últimas décadas do século XX, a maioria de suas indústrias faliram ou tiveram as suas unidades reduzidas. Atualmente se verifica na região um grande número de galpões e prédios fechados, cercados por comunidades de baixa renda.
O principal acesso é a chamada “Linha Verde”, integrada ao túnel Noel Rosa e parcialmente construída na década de 1970, via projetada nos anos de 1960, ligando o Jacaré a Vila Isabel e a Maria da Graça.
Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985, com alteração da delimitação do Bairro e sua inclusão na XIII RA - Méier pela Lei Complementar No 17 de 29 de julho de 1992
Jacapareguá
Em Tupi significa YACARÉ-UPÁ-QUÁ, “Baixa ou Vale dos Jacarés” ou “lagoa rasa dos jacarés”, dependendo do autor de referência. Em 1594, o governador Salvador Correia de Sá doou a região como Sesmaria a seus dois filhos, Martin Correia de Sá (área do Arroio Pavuna no Maciço da Tijuca) e Gonçalo Correia de Sá (o restante até Vargem Grande e Guaratiba).
Em 6 de março de 1661, o governador João Correia de Sá criou a freguesia de Nossa Senhora de Loreto e Santo Antonio de Jacarepaguá, que seria a quarta do Rio de Janeiro. A sede inicial dessa freguesia foi a Capela da Fazenda do Capitão Rodrigo Veiga - a Igreja Matriz de N. Sra. do Loreto foi construída pelo padre Manoel de Araújo. Martim de Sá, Visconde de Asseca, fundaria sua casa no Engenho D’água com a capela de N. Sra. da Cabeça e Gonçalo de Sá ergueria o Engenho do Camorim, junto com a Capela de São Gonçalo do Amarante (de 1625), existente até nossos dias. Outros colonizadores se estabeleceriam: Tomás Faleiro fundou o Engenho de Fora, Miguel São Payo, o Engenho do Rio Grande, Antonio Teles de Menezes, o Engenho da Taquara, onde ergueu a Capela de Santa Cruz em 1738. Havia também o Engenho Novo da Curicica, alvo de contenda dos filhos de Francisco Teles Barreto de Menezes, cuja família possuía vastas extensões de terra em Jacarepaguá.
No decorrer do século XVIII, a região era conhecida como a “Planície dos Onze Engenhos”, pela intensiva produção açucareira. No século XIX, o café seria cultivado em novas fazendas, aproveitando o solo fértil dos antigos engenhos. Outras fazendas se destacavam, como a do Cafundá, Valqueire, Cantagalo, Covanca, o Engenho da Serra (de Joaquim Sequeira Tedim Filho), a fazenda do Quitite (de Marcos Delesderrier), etc.
Em 1885 foi inaugurado o cemitério de Jacarepaguá no Pechincha. As principais estradas de Jacarepaguá eram a estrada da Freguesia (atuais Cândido Benício e Geremário Dantas), a da Taquara (atual Nelson Cardoso), a do Tindiba, do Camorim, a da Pavuna ou de Guaratiba (atual Bandeirantes), a do Cafundá, da Covanca, do Catonho, do Rio Grande, do Inácio Dias, a dos Três Rios, a antiga da Tijuca ou do Anil (atual Jacarepaguá), a da Estiva, do Gabinal, do Capão, do Pau Ferro, entre outras. Jacarepaguá possuía cinco pequenos núcleos rurais - o do Engenho de Fora (depois Vila Albano), o do Pechincha, o do Tanque, o da Taquara e o da Freguesia – que, lentamente, foram se desenvolvendo, até esses quatro últimos se tornarem bairros independentes na década de 1980.
Personagens importantes da história de Jacarepaguá foram o Marquês de Jacarepaguá (Francisco Veloso Barbuda), Francisco Manuel da Silva (autor do Hino Nacional), Geremário Dantas (jornalista e político de renome), o Barão da Taquara (Francisco Pinto da Fonseca Teles) – que administrava desde 1864 extensas terras em toda a região e era considerado o “Patriarca” de Jacarepaguá -, Francis Hime (proprietário da fazenda Rio Grande), Cândido Benício (político e morador do bairro) e Nelson Cardoso (político municipal).
Em 1875, foi inaugurada a Companhia Ferro-Carril de Jacarepaguá, de Etiene Campos que ligava Cascadura ao Largo do Tanque por meio de tração animal. Mais tarde foi estendida à Taquara e à Freguesia, interligando as diferentes localidades, até que, em 1911, os bondes foram eletrificados. O Prefeito Prado Junior melhorou os acessos a Jacarepaguá, modernizando a estrada de Jacarepaguá, que juntamente com a do Itanhanguá, interligaria o bairro com a Barra da Tijuca.
A construção da estrada Grajaú-Jacarepaguá (atual Menezes Cortes) - iniciada nos anos de 1940 e concluída na década de 1950 - viria a facilitar o acesso à Zona Norte e o centro da Cidade, o que foi finalmente consolidado em 1997, com a inauguração da “Linha Amarela” (av. Governador Carlos Lacerda), uma via expressa que interliga a Barra da Tijuca e Jacarepaguá à avenida Brasil, atravessando a Serra dos Pretos Forros pelo túnel da Covanca, com 2.187 metros de extensão.
Após a primeira Guerra Mundial, grandes hospitais se instalaram em Jacarepaguá. O primeiro devido à transferência da colônia dos psicopatas da Ilha do Governador para o Engenho Novo (desapropriado em 1912), que deu origem à Colônia Juliano Moreira. Depois vieram os hospitais dos Hansenianos (em 1928, para a Fazenda Curupaiti), o dos tuberculosos (para o Sanatório Santa Maria) e o hospital da Curicica (atual Raphael de Paula e Souza).
Na década de 1960 foi construído o enorme Conjunto Habitacional da Cidade de Deus, abrigando moradores oriundos das favelas da zona sul carioca, instalados em quadras divididas pelo Rio Grande, que foram crescendo desordenadamente, ocorrendo favelizações em seu entorno. Posteriormente essa área foi transformada na XXXIV-RA–Cidade de Deus e desmembrada da XVI–RA–Jacarepaguá.
O atual bairro de Jacarepaguá é a área periférica que sobrou da grande região de Jacarepaguá após a criação dos bairros do Tanque, Taquara, Pechincha, Freguesia, Anil, Gardênia Azul, Cidade de Deus e Curicica. Hoje, ele abrange partes dos maciços da Pedra Branca e da Tijuca, Rio das Pedras, arredores do autódromo e Rio Centro, PROJAC e os Vales do Pau da Fome, Rio Pequeno, Três Rios, Quitite, entre outros.
Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.
Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.
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