segunda-feira, 13 de julho de 2009

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO

Este blog prossegue com a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Desta vez são os bairros do Estácio, Flamengo e Freguesia (Ilha do Governador)

Estácio

A área do atual bairro do Estácio era um matagal onde se refugiavam os porcos dos matadouros próximos, daí seu antigo nome de Mata-Porcos. Por ele passava um riacho com três pontes, infestadas de malfeitores. Seu acesso se dava pelo antigo Caminho de Mata-Porcos, depois Rua Nova do Conde da Cunha ou da Sentinela (atual Frei Caneca).
No largo do Estácio – onde foi construída a Capela do Divino Espírito Santo - começavam a Estrada de São Cristóvão e a Estrada Geral do Andaraí (atuais ruas Haddock Lobo e Conde de Bonfim).

Bairro tradicional, o Estácio é associado às origens do samba. Ali surgiu, em 1928, a primeira escola de samba, a “Deixa Falar”, fundada por Ismael Silva. Atualmente, abriga a Escola de Samba Estácio de Sá, que, tal como a “Deixa Falar”, é oriunda do Morro de São Carlos.
Destacam-se no bairro a sede da primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, o Hospital da Polícia Militar e o desativado Complexo Penitenciário Frei Caneca. Com a urbanização da área junto a Estação do Metrô, o bairro ganhou amplo parque público.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

Flamengo

Em 1503/1504, expedição comandada por Gonçalo Coelho chegou à região de Uruçumirim (pequena abelha), que corresponde aos atuais bairros do Flamengo e Glória, na época habitada pelos índios Tamoios. Na foz do atual rio Carioca, estabeleceu uma feitoria, marco inicial da ocupação da cidade, que ficou conhecida como Aguada dos Marinheiros, por ser o local onde os tripulantes dos navios que passavam se reabasteciam de água potável.

A origem do nome Flamengo tem duas versões: a primeira é que viria de prisioneiros holandeses ou “flamengos”; a segunda é que o nome viria de pássaros pernaltas, vermelhos, flamingos ou “flamengos”, que freqüentavam as praias da região.

No século XIX, o bairro do Flamengo já estava integrado à malha urbana e abrigava residências de aristocratas ricos e grandes fazendeiros de café. No final do século, com a decadência da cultura cafeeira, as grandes mansões passam a ter destinações diversas, como escolas e asilos.

Os primeiros bondes de tração elétrica fazem sua estréia na Cidade em 1892, numa linha entre o Centro e a Praia do Flamengo. São também marcos da interligação do bairro com as demais áreas da cidade a abertura da Avenida Beira Mar, em 1905, e a construção da Avenida do Contorno (atual Rui Barbosa), na década de 1920. Nos anos 50, para melhorar a circulação entre o Centro e a Zona Sul, foi alargada a Avenida Beira-Mar.

Em 1961, inicia-se a construção do aterro do Flamengo, que utilizou terra do Morro de Santo Antonio, desmanchado a jatos d'água. Inaugurado em 1965, o Parque do Flamengo é hoje uma das mais belas e visitadas áreas de lazer da cidade.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Freguesia

Sua origem deve-se à Ermida ou Capela de Nossa Senhora da Ajuda, erguida no fim do século XVII, por Jorge de Souza, “o Velho”, em terras de seu engenho, na porção nordeste da Ilha do Governador. Vem desse tempo, a pequena imagem da Santa colocada por seu fundador. Em 1710, foi criada a freguesia de Nossa Senhora da Ajuda e a Capela em ruínas foi reconstruída em 1743 pelo padre Nunes Garcia, cujas obras foram concluídas pelo padre Francisco Bernandes da Silveira em 1754, já na atual praça Calcutá. Destruída por um incêndio em 1816, foi recuperada em 1865, pelo arquiteto Antônio de Pádua e Castro. No século XIX, a agricultura se intensificou na região e em 1838 chegam as primeiras barcas a vapor que utilizavam uma ponte com atracadouro da Freguesia.

No início do século XX, surgem os primeiros arruamentos na Freguesia e de loteamento na parte final da praia da Guanabara. O bonde que ligava em 1922 a Ribeira ao Cocotá, extende-se em 1935, pela avenida Paranapuã, chegando à localidade do Bananal, no término da praia da Guanabara, onde fazia o retorno. No Bananal fica a “Pedra da Onça”, escultura em homenagem aos gatos Maracajás, que originalmente habitavam a Ilha. Do local tem-se esplêndida vista da Baía de Guanabara, com a Serra dos Órgãos e o Dedo de Deus ao fundo.

Na parte mais ao norte, ocupando mais da metade do bairro, cercada por morros e áreas verde, como o morro da Bela Vista (83 mts), situa-se a área militar da Marinha, conhecida como “Campo da Ilha do Governador”, abrigando a Base de Fuzileiros Navais, instalada em novembro de 1948, compreendendo atualmente 3 batalhões: Humaitá, Riachuelo e Paissandu. Nela estão a praia Grande, o saco do Pinhão, a ilha do Boqueirão, a praia da Moça e a praia Flamboyantes.

Como atrações do bairro, a igreja Nossa Senhora da Ajuda, tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a praça Calcutá (antiga Carmela Dutra), o Centro de Atendimento Psicossocial Ernesto Nazareth (foi um dos pontos responsáveis pela erradicação da febre amarela no Rio, no início do século XX) e a praia da Guanabara, extensa, com arborização densa em grandes trechos, bares, restaurantes, hotéis e quiosques ao longo da orla.

O acesso principal da Freguesia é a avenida Paranapuã, nome indígena que significa “seio do mar”, era a antiga estrada da Freguesia. O bairro é predominantemente residencial, com pequeno e ativo comércio, abrigando as comunidades do Professor Silva Campos (1950), Tremembé (1951), Morro das Araras (1958), Budapeste (1958), e a maior delas, a Bela Vista da Pichuna, subdividida em três comunidades, Bela Vista da Pichuna, Nova Pichuna e Magno Martins. Essa Comunidade surgiu em encostas, por volta de 1930, ganhando o nome original de “Bela Vista das Pichunas”, devido aos ratos ferozes que infestavam a área, consolidando-se a partir de 1951, com expansão na década de 1980/1990. Seu acesso se dá pela rua Magno Martins, antiga estrada das Pedrinhas.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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