segunda-feira, 29 de junho de 2009

UM POUCO DA HISTÓRIA DOS BAIRROS DO RIO

Este blog prossegue com a publicação, por ordem alfabética, do resumo da história dos 159 bairros existentes na cidade do Rio de Janeiro, segundo levantamento realizado pelo Instituto Pereira Passos, vinculado à Prefeitura do Rio e à Secretaria Municipal de Urbanismo. Desta vez são os bairros de Deodoro, Encantado e Engenheiro Leal.

Deodoro
A Região era ocupada pelo Engenho Sapopemba (raiz achatada e trançada), fundado por Gaspar da Costa, em 1612, e pela fazenda do Gericinó, na extensa baixada do Maciço do Gericinó. O Engenho e a Fazenda floresceram nos séculos XVIII e XIX. No Sapopemba se produzia açúcar e rapadura e seus canaviais ficavam em Gericinó.

O Barão de Mauá passou a explorar suas terras, sendo substituído pelo Conde Sebastião do Pinho que, endividado, leiloou-as e o Banco do Brasil arrematou, passando-as ao Ministério da Guerra. Este fato deu origem às grandes áreas militares e quartéis que foram instalados na região. Toda a imensa planície dos campos de Gericinó passou a ser um campo de treinamento do Exército.

Nas décadas 1940/1950, o Engenho Sapopemba já absorvera, com o Conde Pinho, a maior parte do Engenho Boa Esperança, onde seria erguida a “Fundação da Casa Popular”, atravessada pela avenida das Bandeiras (atual avenida Brasil).

Com a chegada da Estrada de Ferro Central do Brasil, foi inaugurada, em 1859, a estação Sapopemba que, depois da instauração da República, foi batizada de Deodoro em homenagem ao Marechal Deodoro da Fonseca.

A estação de Deodoro se tornou uma das maiores do subúrbio. Nela tem origem o ramal de Santa Cruz, inaugurado 1879, que faz conexão com o ramal de Japeri e Paracambi, possibilitando acesso até a estação de Dom Pedro II, no centro.

O prefeito Alim Pedro construiu o viaduto de Deodoro na estrada do Camboatá, sobre a linha férrea, na década de 1950. Atualmente, Deodoro, em sua maior parte, é ocupado por quartéis, áreas militares e grandes conjuntos habitacionais.

Em 2006, foi instalado o Parque das Vizinhanças Dias Gomes ou “Piscinão de Deodoro”, na estrada de Camboatá.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

Encantado
Segundo a tradição local, a origem do nome está relacionada ao rio que corria em suas redondezas, o rio Faria. Dizia-se que suas águas, nas fortes chuvas, eram dotadas do poder estranho de tragar tudo que nelas caíssem, até uma carroça com condutor, cargas e burro: era um “Rio Encantado”.

Encantado e Piedade foram os primeiros bairros do subúrbio a receber luz elétrica, inaugurada em 1905. A festa comemorativa realizou-se no Palacete de Dona Silvana no Largo da Estação (atual Sargento Eudóxio Passos).

Dois médicos famosos ligados ao Encantado, no século XIX, o Dr. Domingos Freire, e depois o Dr. Clarimundo de Melo, deram nomes a logradouros. Clarimundo de Melo, por uma lei da Câmara em 1913, passou a denominar a antiga estrada de Muriquipari, que começava no Largo da Estação e seguia em direção ao Campinho. Com a implantação da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, foi inaugurada, em 15 de abril de 1868, a estação de Encantado, que atualmente está desativada.

O prefeito Amaro Cavalcanti (1917-1918) construiu a avenida que leva o seu nome, ligando o Encantado ao Méier, paralela a linha férrea. Do lado norte da ferrovia, a família Reis (José, Manuel Murtinho e Pedro Reis) abriu as ruas Guilhermina, Angelina, Leopoldina e Silvana, próximas à rua Goiás, consolidando o arruamento atual, que seria alterado com a abertura, em 1997, da “Linha Amarela”, que interliga Encantado à Barra da Tijuca e à Avenida Brasil. No lado sul da ferrovia, a Linha Amarela arrasou quarteirões entre as ruas Dois de Fevereiro e Pompílio de Albuquerque.

Predominantemente residencial, o bairro abriga o Colégio N. Sra. da Piedade e pequenas comunidades como a Travessa Bernardo, o beco do Vitorino e o Morro do Pau Ferro.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280 de 23 de agosto de 1985.

Engenheiro Leal
A história desse pequeno bairro, situado no sopé do morro do Dendê (234 mts) é parecida com as histórias de Cascadura e Madureira. Eram terras do Engenho da Portela, da família Cardoso Quintão. Sua origem é a implantação da E. F. Melhoramentos do Brasil, depois Linha Auxiliar, em 1892. Nela, foi instalada a estação Engenheiro Leal, companheiro de Paulo de Frontin e Magno de Carvalho, no início do século XX.

O bairro é predominantemente residencial e sua principal rua é a Iguaçu. Possui as comunidades do Sanatório e da rua Iguaçu, situadas nas encostas do morro do Dendê que, em sua maior parte, foi reflorestado, gerando uma grande área verde.

Nota: A denominação; delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

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