sábado, 9 de maio de 2009

PT CONGELA CANDIDATURAS ESTADUAIS

A Resolução do PT, o PMDB e a vida como ela é.

A decisão do Diretório Nacional do PT de congelar as movimentações rumo ao lançamento de candidaturas próprias do partido nos estados. até que se defina de forma mais nítida o cenário nacional em que vai transitar a candidatura da ministra Dilma Roussef à Presidência da República, é o coroamente de uma decisão anterior dessa mesma direção, de realização o congresso nacional do PT, em fevereiro, antes dos encontros que definirão candidaturas majoritárias e proporcionais e as táticas eleitorais do partido nos estados.

É óbvio que para qualquer partido com vocação de poder, a eleição presidencial é o centro da tática eleitoral, em particular para o PT que deseja fazer o sucessor, aliás, a sucessora, do presidente Lula e se manter a frente do comando do país. Portanto, a referida deliberação não deveria ser recebida com espanto e nem mal estar com que alguns setores e lideranças partidárias manifestaram.

O problema dessa resolução, embora não conste claramente na sua redação, é que ela está associada a movimentações e declarações do presidente da República, rumo a uma composição nacional com o PMDB, único grande partido do país cujo centro da tática não é assumir a Presidência da República, mas compartilhar esse poder elegendo fortes bancadas â câmara e ao senado federal, e também governadores. E, como a história recente revela, independentemente do viés doutrinário e programático de quem vier a exercê-lo.

Aquele PMDB, liderado por Ulisses Guimarães, que saiu da luta de resistência ao regime militar, para disputar as eleições de 1989, malgrado suas contradições internas, com um programa de perfil desenvolvimentista que traçava esboços de um projeto nacional para o país, já dava mostras de esgotamento no próprio processo eleitoral, quando abandonou o seu candidato a presidência. A morte do próprio Ulisses, de certa maneira, consumou o desfecho dessa inflexão ao pragmatismo eleitoral e ao caciquismo regional, sempre presentes mas não, como agora, tão definitivos.

A decisão da direção do partido conjugada com as declarações de Lula, além de misturar interesses de atores de naturezas distintas, partido e governo, pode trazer mais problemas do que soluções, pois coloca os tradicionais aliados do PT, aqueles com os quais esse partido tem mais pontos de contato históricos, programáticos e políticos, e possuem mais propensão a uma centralidade tática nacional, mesmo que nem sempre tenham caminhado juntos, PSB, PDT e PCdoB, num patamar menor de importancia, quando deveria ocorrer o contrário. Até, se for o caso, para discutir aliança com o PMDB com mais cacife político.

Ainda pelo histórico recente, a aposta mais provável é que o PMDB, nos prinicpais estados mais próximo do tucanato e do conservadorismo partidário, não vai unido com candidato nenhum, e a disputa pelo seu tempo no programa eleitoral gratuito de rádio e TV, pode ser desnecessária já que em função da regra eleitoral na qual a aliança nacional deve ser seguida nos estados, onde muitos acordos eleitorais já foram fechados, é que aquele partido opte por caminhar só e não lançar e nem apoiar formalmente qualquer candidatura à Presidência da República. É dificil não só para o PMDB, como para qualque ente, lutar contra a sua própria natureza.

Por outro lado, como o congelamento é amplo, geral e irrestrio, desautoriza o PT a iniciar as costuras necessárias naqueles estados, onde o distinto público reconhece ser inviável um acordo com o PMDB, com aqueles partidos aliados mais tradicionais, que podem contribuir, inclusive, para fortalecer a coalizão nacional em torno candidatura de Dilma Roussef à presidência.

Um comentário:

André Barros disse...

A ELEIÇÃO MAIS IMPORTANTE É A DA SUCESSÃO DE LULA. EM RELAÇÃO ÀS CANDIDATURAS PROPORCIONAIS O PT NÃO DEVE FAZER ALIANÇAS PARA NÃO SER ENGOLIDO PELO PODER ECONÔMICO. MAS NAS MAJORITÁRIAS A ELEIÇÃO NACIONAL É A PRIORIDADE.