sábado, 21 de fevereiro de 2009

A SUCESSÃO DO GOVERNO DO ESTADO DO RIO

Lindberg e Garotinho, isso é sério?

Eu havia resolvido não tratar de temas políticos no carnaval. Só de amenidades. Mas tudo na vida tem limite. E a matéria principal de O Globo de hoje (chamada de capa e pág. 3) superou o limite da racionalidade política, e da minha paciência, ao destacar uma aproximação de Lindberg Farias, prefeito de Nova Iguaçu, com o ex-governador Antonhy Garotinho, numa hipotética frente contra a campanha a reeleição do governador Sérgio Cabral.

Se houver algum fundamento na referida matéria, as residuais chances do PT do Estado do Rio disputar a sucessão estadual com candidatura própria "vão pro brejo", e Lindberg cristaliza a imagem de aventureiro e ... outras "coisitas" mais que dizem dele.

Há algum tempo atrás foi realizado um seminário de prefeitos do PT no município de Paracambi, e foi atribuído ao de Maricá, Washington Quaquá, uma frase mais ou menos assim: " faria tudo para ver Lindberg candidato ao governo do Estado, inclusive me aliar à Garotinho". Como em política versão e fato se confundem, e não é raro que prevaleça a primeira, preferí não dar muita importância ao suposto episódio.

Mas diante deste fato novo, publicado em O Globo, a estória ganha outra dimensão. Se tal movimentação existe, ela certamente está mais a serviço de Cabral (porque gente séria no PT não embarca nela) ou de uma eventual candidatura de Lindberg ao senado, do que da candidatura própria do PT ao governo do Estado. É repetir o que fez a maioria da direção nacional do PT ao obrigar o partido no Estado do Rio a apoiar Garotinho ao governo do Estado: pavimentar a carreira política dele, que tem como principal mote o combate à Lula e ao PT.

A trajetória de Garotinho e a relação que ele sempre estabeleceu com o PT são de disputa do mesmo espaço político. O que é do jogo. Ele buscou buscou se credenciar a ser a liderança popular, apoiado no fundamentalismo religioso, no atraso, que Lula é com o apoio do movimento social, da vanguarda política desse país. Dizem até que Garotinho tem legenda garantida para disputar o governo do Estado pelo PTB em acordo (ou conluio) com Roberto Jefferson.

Se Lindberg e "os aprendizes de feiticeiro" que o cercam estão a serviço disso, e não da polarização política que haverá em 2010, entre a continuidade e o aprofundamento das conquistas do governo Lula e o retorno de conservadosimo liberal, a candidatura própria do PT ao governo do Estado do Rio de Janeiro vai se tornar uma boa tese política que não se materializa por falta de alguém credenciado à pilotá-la.

EM TEMPO: O editor deste blog escreveu este artigo, pouco após ter saído com o filho de nove anos do desfile do Cordão do Bola Preta. O próximo é o bloco do Barbas.

2 comentários:

André Barros disse...

ESTA POLÍTICA DE BASTIDORES E CONCHAVOS JÁ DESTRUIIU O SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO EM VÁRIOS PAÍSES E VAI MATANDO O NOSSO PT. MAS A NOVA DEMOCRACIA DA AMÉRICA LATINA VAI SOBREVIVER E O PT VAI FICANDO PRA TRÁS. MATÉRIA ESCLARECEDORA DOS RUMOS DO PT CARIOCA.

Bernardo Cotrim disse...

Flavio, a fala de Quaquá, que eu tive o desprazer de testemunhar, foi a seguinte: "Por que não podemos construir uma ampla aliança em torno de um candidato nosso ao governo do estado, incluindo Garotinho e Gabeira pra derrotar o Sergio Cabral? Qual é o problema em termos o apoio de Garotinho e Gabeira? Eu quero debater isso". Infelizmente, não é versão, é fato.