sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

JUDEUS COMPARAM MASSACRE A GAZA COM O GUETO DE VARSÓVIA

Dezenas de intelectuais judeus (ingleses na maioria), firmaram manifesto publicado no jornal 'The Guardian' condenando o genocídio em Gaza

Destacados intelectuais judeus, em sua maioria ingleses, publicaram no jornal 'The Guardian' uma contundente condenação à criminosa agressão de Israel contra Gaza, no sábado, dia 10.

Afirmando que as barbaridades cometidas "lembram o cerco ao Gueto de Varsóvia", exigem que, "como primeiro passo, a Inglaterra deve retirar o embaixador britânico de Israel e, como com o apartheid da África do Sul, se somar a um programa de boicote, desinvestimento e sanções".

A seguir a íntegra do documento:

"Nós que firmamos abaixo somos todos de origem judia. Quando vemos os mortos e os ensanguen-tados corpos de crianças pequenas, os cortes de água, de eletricidade e de comida, lembramos o cerco ao Gueto de Varsóvia. Quando Dov Weisglass, assessor do primeiro ministro israelense, falou em pôr os habitantes de Gaza "para fazer dieta" e o vice-ministro de Defesa, Matan Vilnai, falou que os palestinos iam experimentar "uma maior shoah" (um maior holocausto), isso nos lembra o governador-geral Hans Frank, na Polônia ocupada pelos nazis, que falou de "morte pela fome".

O verdadeiro motivo do ataque a Gaza é que Israel só deseja tratar com os colaboracionistas. O principal crime de Hamas não é o terrorismo, mas sua negativa a se converter num fantoche em mãos do regime de ocupação israelense na Palestina.

A decisão tomada no mês passado pelo Conselho da União Européia de melhorar a categoria de suas relações com Israel, sem nenhuma condição específica sobre direitos humanos, tem alentado uma maior agressão israelense. A hora de aplacar Israel já passou faz tempo. Como primeiro passo, a Inglaterra deve retirar seu embaixador de Israel e, da mesma forma como se agiu com o apartheid da África do Sul, estabelecer um programa de boicote, desinvestimento e sanções".

Entre os que assinam o documento destacamos, os ingleses Miriam Margolyes, atriz consagrada de teatro e cinema, atuou no papel da professora Sprout no filme sobre Harry Potter e em filme sob a direção de Martin Scorcese; Bella Freud, estilista de moda e neta de Sigmund Freud; Ben Birnberg, advogado de direitos civis que atua na defesa de direitos dos pequenos acionistas; Haim Bresheeth, cineasta e fotógrafo; Tony Greenstein diretor de um centro de combate ao desemprego do Congresso de Sindicatos (Trade Unions Congress); Abe Hayeem, arquiteto, fundador e integrante da organização Arquitetos e Projetistas pela Justiça na Palestina; Les Levidow, filósofo, um dos idealizadores do Fórum Social Europeu, inspirado no Fórum Social Mundial; Jonathan Rosenhead, professor da Escola de Londres de Economia e Ciência Política; israelenses como Yehudit Keshet, fundadora da organização Vigília sobre Postos de Controle, que denuncia as atribulações a que os palestinos são submetidos nos postos policiais militares espalhados pela Palestina Ocupada e Moshe Machover, matemático e um dos fundadores da organização Matzpen, que reuniu anti-sionistas israelenses durante os anos 1960 e 1970 e a norte-americana Deborah Fink, escritora, que publicou livros sobre mulheres camponesas nos EUA.Fonte: www.horadopovo.com.br

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